Capítulo 5

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Atualmente
Chicago, 23 de dezembro de 2011

Embora ela soubesse que Stella estava com os cheques dos subcontratados prontos, Dinah esperava que levasse um tempinho para ela encontrar o de Normani. Enquanto houvesse pessoas no edifício, seria fácil demais para ela escapar. Quanto mais tempo levasse, maiores seriam as chances de ela não conseguir evitá-la durante a saída.

No entanto, de algum modo, ela quase conseguiu. Dinah nem mesmo percebeu que ela estava indo embora, até ver uma cabeça com cabelos densos e escuros enfeitada por um chapéu de elfo verde com penacho entrando no elevador.

– Droga – murmurou ela.

– O quê?

Notando a expressão surpresa de um de seus gerentes de projeto, que havia parado para conversar depois que o sr. Whitaker foi embora, Dinah murmurou:

– Desculpe, eu só me lembrei de uma coisa que esqueci de resolver.

Como pegar o endereço e telefone de Normani, além de sua promessa de se encontrarem muito em breve para que pudessem conversar. Sobre o que conversariam exatamente, ela não sabia. Seis anos pareciam muito tempo para ter uma conversa tipo como você tem passado?. Então talvez ela ignorasse os “como você tem passado” em favor do “o que vai acontecer agora?”.

Então ela se lembrou de que Stella havia contratado Normani. Stella certamente sabia como entrar em contato com ela. Além do mais, Normani mencionara estar morando ali, trabalhando ali, não devia ser difícil encontrá-la na internet.

Então, sim, ela podia ser razoável, madura e paciente a respeito disso. Podia esperar até depois das festividades e então telefonar para ela em algum momento de janeiro para dizer um olá e ver se ela gostaria de encontrá-la.

Mas alguma coisa, talvez o olhar dela quando dissera que ela saberia seu paradeiro se tivesse telefonado nos últimos seis anos, não a deixaria esperar. Ela não poderia ter dito isso diante de ninguém na festa; não tinha certeza se teria encontrado as palavras certas, mesmo que ambas tivessem sido deixadas a sós. Ainda assim, Normani merecia uma explicação. Mesmo que a considerasse esfarrapada e optasse por continuar a odiá-la, Dinah se sentiria melhor caso se explicasse.

E aí começaria a se empenhar para fazer Normani deixar de odiá-la.

– Obrigado pela festa, senhorita Hansen – disse seu funcionário. – As crianças realmente adoraram.

– Fico feliz. Ei, um ótimo feriado para você e sua família – respondeu Dinah, já seguindo para a porta cerrada da escada de emergência.

Era uma opção. O elevador podia fazer algumas paradas a caminho do saguão no térreo, ainda havia funcionários em outros andares, fazendo fechamentos pré-feriado. Se ela se apressasse, poderia alcançá-la lá embaixo.

Ela podia não estar mais segurando um martelo ou fazendo trabalho braçal pesado dez horas ao dia, mas Dinah se exercitava nas horas livres. Então descer correndo seus lances de escada não a cansou de fato. Assim que ela irrompeu pelas portas que davam para o saguão ladrilhado do prédio, surpreendendo Chip, o segurança mais velho do local, a porta do elevador estava acabando de abrir, e várias pessoas saíram, algumas carregando caixas, sacolas de presentes, pratos de comida, pastas para trabalhar em casa.

Uma delas não carregava nada, no entanto usava um chapéu bobo.

– Como você…?

– Escadas – disse ela. – Você realmente ia embora sem se despedir?

– Você realmente me perseguiu por seis lances de escada abaixo?

Ela revirou os olhos.

– Perseguir? Isso é um pouco dramático.

The Emotions - Norminah (Dinah G!¡P)Onde histórias criam vida. Descubra agora