Capítulo 10

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Antes
Nova York 24 de dezembro de 2005

Por mais que Normani tivesse gostado de permanecer na casinha de Dinah e aprender tudo que havia para saber sobre fazer amor, ela precisava trabalhar na véspera de Natal. O fotógrafo com quem ela fazia estágio havia agendado famílias para fazerem retratos natalinos e ela precisava estar lá com os sinos a postos.

Literalmente. Bate o sino pequenino. Eles estariam presos aos sapatos bobos de elfo com ponta recurvada e ela tilintaria a cada passo.

Um dia, quando fosse uma fotógrafa mundialmente famosa, ela riria disso tudo. Mas agora não. Era simplesmente ridículo e constrangedor demais. Tanto esforço para parecer uma mulher madura, tranquila e controlada durante seu primeiro "dia seguinte". Dinah iria olhar para ela e achar que tinha passado a noite com uma adolescente.

– Por favor, me diga que vai usar essa roupa esta noite – disse Dinah, sem se esforçar para esconder seu divertimento quando ela saiu do banheiro bem cedo na manhã de sábado.

– Ha, ha.

– Estou falando sério. Você está totalmente sexy. O elfo Hermie nunca teria ido embora do Polo Norte para se tornar dentista se você estivesse por perto.

– Boba.

– Elfa. – Ela a agarrou pelos quadris e a puxou para si, rindo quando o penacho vermelho do chapéu lhe cutucou o olho. Dinah ainda estava rindo quando pressionou a boca ao encontro dela para um beijo gostoso e profundo de bom dia.

Normani se desequilibrou um pouquinho. De algum modo, ela suspeitava que o beijo de Dinah, ou até mesmo a simples lembrança do beijo dela, sempre a deixaria um pouco tonta.

– Você está pronta?

– Não pareço pronta? – disse ela com um suspiro aborrecido. Então acrescentou: – Você tem certeza de que não se importa em dirigir até Manhattan para me levar?

– Eu te disse, tenho coisas a resolver.

Elas tinham passado a manhã embrulhando e embalando os presentes dela para a família. Mas Normani suspeitava que houvesse transportadoras em outros lugares mais perto do que em Manhattan.

– Eu posso pegar o metrô.

– Esqueça – disse a loira, encerrando a discussão. O tráfego para Manhattan não estava tão ruim quanto estaria em um dia útil. A maioria dos carros estava saindo da cidade... Obviamente pessoas que tinham ficado trabalhando até tarde do dia 23, e que agora estavam indo passar o feriado com a família.

Elas chegaram ao estúdio com cerca de meia hora de antecedência, e Normani, que tinha uma chave, a deixou entrar.

– Você realmente não precisa ficar – disse a loira quando acendeu as luzes.

– Vou ficar – insistiu Dinah, se posicionando imediatamente diante de uma janela da frente para olhar a rua.

Normani sabia o motivo. Dinah não confiava que Stefan não apareceria para assediá-la. Não que uma das duas achasse realmente que ele tentaria algo violento em plena luz do dia, enquanto ela estivesse no trabalho. Mas ela não descartava que ele pudesse vir para tentar conversar com ela e saber por que ela permitiu que o incidente violento da noite anterior ocorresse.

Não mesmo. Na verdade, nesta manhã, com o incentivo de Dinah, Normani já havia telefonado e conversado com alguém da delegacia perto de seu apartamento.

– Você normalmente fica sozinha aqui de manhã? – perguntou Dinah quando, depois de dez minutos, ninguém chegou.

– Meu chefe sempre se atrasa. – Revirando os olhos, ela acrescentou: – Ele é do tipo gênio criativo irresponsável.

The Emotions - Norminah (Dinah G!¡P)Onde histórias criam vida. Descubra agora