-Vamos Emma, sua mãe já deve está nos esperando. -Sam falou pra filha que estava sentada no sofá jogando no tablet. Emma que tinhas os cabelos loiros e olhos azuis iguais da mãe balançou a cabeça afirmativamente e guardou o tablet na bolsa. Deu um pulo do sofá e se juntou ao pai que já estava na soleira da porta brincando com a chave do carro.-A mamãe ligou pra você? -A menina sapeca perguntou ao pai enquanto colocava o sinto de seguranças.
-Não, mas ontem quando eu fui buscar você ela disse que chegaria do trabalho a essa hora. -Respondeu o pai.
Sam dividia a guarda da filha com a ex-esposa e isso é uma coisa que ele nunca pensou que aconteceria quando descobrira que ela estava grávida.
No caminho de volta pra casa da mãe, Sam notou que a filha estava triste e ele detestava a ver triste, partia seu coração.
-Tá tudo bem, filha? -A menina não respondeu, ele pensou em parar o carro mas continuou. -Pode falar Emma, eu não gosto de ver você triste. -Tentou mas uma vez, Emma se ajeitou mais no acento e olhou pro pai.
-Eu gostava quando eu, você e a mamãe morávamos juntos, era tão bom. A mamãe era feliz e você também. -Falou cabisbaixa com um pesar na voz. Emma nunca tinha tocado nesse assunto desde a separação dos pais. Sam parou o carro no primeiro encostamento e envolveu a filha num abraço apertado, ele sentiu as lágrimas da garotinha molhar sua camisa fina azul.
-Ela não é feliz? Aquele babaca que ela namora não faz ela feliz? -questionou ele, acariciando os longos cabelos da filha.
-Não pras duas coisas, eles só fazem brigar e eu não gosto dele. Sabe aquele brilho no olhar que as pessoas dizem que os apaixonados tem? A mamãe não tem mais.
-Ela tinha?
-Sim, quando era casada com você. O seu brilho também tá apagado, papai.
-Andou analisando meus olhos?
-Sim, o seu e o da mamãe. Porque vocês não ficam juntos de novo? Eu peço isso todo ano no meu aniversário quando vou apagar a vela do bolo. -Sam engoliu em seco diante a revelação da filha.
-É complicado! -Sua voz saiu quase inaudível. Ele ajeitou a filha no banco do passageiro, tomou uma lufada de ar e voltou a dirigir.
O prédio onde Cait morava era simples tinha apenas quatro andares, o único naquele região de Los Angeles que ela conseguia pagar com seu salário de operadora de caixa.
Ele conheceu Caitriona sete anos atrás quando parou pra comprar cerveja no supermercado que ela trabalhava, e a convidou pra sair naquele mesmo dia, Sam se apaixonou rapidamente pela forma como ela falava, sorria, seu jeito leve de ver as coisas, seu sorriu surgia fácil ao lado dela, era doce e linda.
Alguns dias depois já estavam namorando, meses depois Sam apresentou Cait pra sua família, porém a mãe dele não aceitou o namoro, na verdade ela não aceitava que o filho rico namorasse uma menina simples de Los Angeles, mesmo assim continuaram namorando.
Com um ano de namoro Cait ficou grávida, pra felicidade de todos, exceto Rita mãe do Sam, essa não aceitava o relacionamento do filho com Cait. Com seis meses de gravidez Sam e Cait se casaram num lindo fim de tarde em Los Angeles. Por cinco anos eles viveram felizes, até Rita arma uma armadilha pra acabar com o casamento do filho, ela embriagou o filho e o levou pra um hotel quando Sam adormeceu a própria retirou a roupa do filho e ligou pra uma prostituta de luxo, juntas a prostitua e ela armaram uma típica cena de: marido trai a esposa com uma prostituta.
Rita ligou pra Cait do celular do filho mandando ela a encontrar no local marcado. Quando abriu a porta do quarto Cait se deparou com a pior cena da sua vida, o amor da sua vida na cama com outra mulher. Cait não quis ouvir qualquer explicação que Sam tentou lhe falar e pediu o divórcio imediatamente.
-Mamãe!! Já estava com saudades de você, tudo bem? -Emma abraçou a mãe apertado assim que ela abriu a porta. Cait tinha acabado de tomar banho e ainda estava enrolada numa toalha, os cabelos molhado incadava que tinham sido lavados, o cheiro do produto que ela usou tomou conta de todo ambiente.
-Tudo sim, também tava morrendo de saudades. Pronta pra noite de pipoca e filme? -A menina pulou animada e correu pra dentro de casa, deixando a mãe e o pai a sós. Sam observava tudo pela soleira da porta de braços cruzados.
Já fazia alguns meses que eles não se viam, Cait evitava o máximo encontar com Sam, porque ela sabia que toda vez que o olhava lembranças do passado voltavam como flash na sua cabeça, de como eles eram felizes, apaixonados, um amor tão forte que até que parecia inabalável.
Ela não tinha ódio do Sam pelo que ele fez, ela só tinha mágoa, perguntas como: será que eu não era o suficiente pra ele? Perambulavam pela sua mente.
-Você precisa trocar de apartamento, eu já tô ficando velho pra subir todas essas escadas até o quarto andar. -Sam foi o primeiro a quebrar o silêncio e o espaço entre eles. Ele ficou frente a frente pra ela e pode ver sua respiração acelerar, sua vontade era de beija-la ali mesmo, de arrancar aquela toalha e venerar cada pedacinho do seu corpo, ele ainda a amava tanto.
-Esse é o único que posso pagar com meu salário. -Cait respondeu gaguejando olhando nos seus olhos, a aproximidade com Sam estava a afetando.
-Eu posso ajudar você a pagar um melhor Cait, não seja tão orgulhosa. -Sam se afastou dela. Cait respirou aliviada.
-A gente já conversou sobre isso, eu não quero dinheiro seu. -Bravejou. -O que você dá é o suficiente pra eu cuidar da Emma e isso basta, eu seu me virar.
-Mas... -Tentou argumentar. Mas Cait logo o interrompeu calando a boca dele com a palma da sua mão.
-Sem "mas" ok? -Sam balançou a cabeça afirmativamente. Cait se distanciou dele mas sem quebrar o contato de olhares que eles estavam trocando.
-Ele não está aqui? -Essa pergunta fez ela olhar pro chão como se tivesse perdido alguma coisa.
-Não. -suspirou. -Viajou, não sei quando volta.
-Tá feliz com ele? -Cait caminhou até a porta, e Sam logo entendeu que era hora de ir embora. "Porque fui perguntar isso?" Ele pensou. -Desculpa perguntar isso Cait, é que...
-Estou! -respondeu seca. -Acho melhor você ir embora, Sam.
-Bom... Não é isso que Emma disse... -Ele caminha até a porta e para de frente pra ela e passa os dedos pelos seus cabelos úmidos.
-Emma anda dizendo muitas coisas, Sam. E eu nunca perguntei se você tá feliz com ela. -rebate. Cait se desvia do toque do ex-marido.
-Se tivesse perguntado eu responderia.
-Você está?
-Não! -Diz de uma vez. Cait segura a respiração por alguns minutos. -Eu nunca vou ser feliz com ninguém como eu fui com você, eu te amo e eu sempre vou te amar, Caitriona. -Ele da um passo e fica do outro lado porta, olhando pra mulher a sua frente que agora chora.
-Se me amasse não teria me traído.
-Eu não te trair, um dia eu ainda vou provar pra você tudo que aconteceu... eu vou descobrir o que realmente aconteceu naquela noite.
-Enquanto você não prova é melhor ir embora... -suspira. -Agora! -Ele concorda com a cabeça e se vai.
Cait fica o olhando descer as escadas, dói só ela sabe o quanto dói ver o homem que ela ama e que sempre irá amar indo embora.
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Simplesmente Nós
Fanfic"Eu sempre acreditei que tudo o que tinha de ser escrito iria ser escrito de alguma forma." -Seamus Heaney.