"Lembrar as vezes dói mas é preciso"
—( Eu sou SoL)Ficar paraplégica não foi um dos meus pedidos na verdade eu nem pedi pra nascer mas a vida acontece e eu fui o espermatozoide que correu mais rápido para entrar no óvulo esse foi o meu erro,na verdade se formos analisar tudo é um grande erro. Meus avós tentam me tirar desse quarto já faz um mês eles insistem que eu preciso conhecer novas pessoas, fazer novas amizades mal sabem eles que eu sempre tento. Essa deficiência acaba comigo sinto fortes dores a noite, sofro de insônia e como um bônus agora tenho depressão. Passei por vários tratamentos doloridos em um deles quase morri, eu pedi tanto para morrer mas nesse dia eu senti medo, (no fundo somos covardes, chamamos pela morte mas quando ela vem a gente chora,) antigamente eu vivia feliz, não era a garota popoular nem nada próximo a isso mas eu era livre andava com as minhas pernas não precisava de alguém empurrando uma cadeira para mim, ou me pegando no colo pra me mudar de lugar a toda hora , falo um pouco embaralhado Eu não me sinto livre, estou presa nessa cadeira, vivo com os meu avós desde o acidente que matou meus pais e por parte me matou também, lembro-me como se fosse hoje era uma quinta-feira ensolarada era o aniversário do meu avô meu pai comprou uma vara de pesca e estava ansioso para entregar o presente, ele dizia "nesse verão eu e o seu avô vamos pescar muitos peixes" foi quando decidimos pegar o carro e saimos para entregar o tão especial presente e então viramos em um atalho foi em uma pequena fração de segundos o nosso carro foi jogado com força por um enorme caminhão de carga lembro- me de ouvir o barulho do freio rangindo sobre o asfalto e logo em seguida senti os estilhaços de vidro cortando-me, acordei no hospital depois de ter passado por um cirurgia na coluna vertebral, fiquei dias sem sentir meus braços no fundo eu já sabia o que tinha acontecido comigo, eu já sentia o meu diagnóstico antes mesmo dele vir. Depois de uns três dias eu já podia receber visitas lembro-me que só perguntava sobre meus pais lembro-me da face triste do meu avô ele respirava fundo tremia, e antes mesmo dele conseguir falar eu já sentia bem aqui no fundo que meus pais haviam morrido.
Um barulho no corredor faz com que eu saia dessa lembrança ruim que só me traz dor, ouço passos se aproximando da porta do meu quarto então fecho meus olhos e finjo que estou a dormir.
— Eu te disse Enrich! Ela está a dormir vamos deixa-la em paz— minha vó diz como um cochicho para não me acordar do meu falso sono.
— Você t-e-m razão! Mas...— dizia meu avô e nesse momento começou uma pequena discussão porque ele nunca admite que ela tem razão sem ter um "mas" no fim da fala.
Abro um pouco meus olhos mais com cuidado para que eles não percebam e vejo minha nona o puxando pelo braço para saírem do meu quarto e ela cochichou algo em seu ouvido meu avô deu uma pequena olhada em minha direção e cerrou a porta.
Meus avôs são italianos ou seja eu também sou, eles tem o costume de falar sua língua de origem pela casa, ser de origem italiana é uma boa vantagem tenho olhos verdes e cabelos ruivos com ondas, sou branca como meu pai ele mau podia sair ao sol por dois minutos que logo ficava vermelho camarão, já a minha mama era brasileira uma linda loira brasiliense as pessoas dizem que eu tenho os olhos dela, nunca percebi tamanha semelhança entre nós, mas hoje com sua ausência eu percebo que tenho muito detalhes e traços deles em mim, a minha mãe amava ler e com a minha deficiência eu também acabei me prendendo aos livros já o meu pai amava matemática era o nerd dos números andava sempre espalhando cálculos rápidos rabiscados em papéis que ele deixava jogado pela casa, sinto falta deles, sinto falta das broncas e dos conselhos, principalmente dos conselhos se eles estivessem aqui certamente diriam
—È ora di dormire insonnia principessa, domani hai abbastanza tempo per pensare—
Meu pai sempre me dizia isso todas as noites ele passava pelo meu quarto dava três pequenas batidas e dizia isso. Sinto saudades de ouvi-lo falar isso para mim.
*•••••••••••••••• Fala Traduzida•••••••••••*
— É hora de dormir princesa insônia, amanhã terás bastante tempo para pensar.■■■■■■■■■■■■■■■■■■■■■■■♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡
Nota da autora: Esse é o primeiro capítulo de Eu sou Sol e espero do fundo do meu coração que gostem, se gostarem não sejam cruéis e deixem sua estrelinha pra ajudar a Sol. Obrigado❤
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Eu Sou SoL
RomanceSoL é uma garota de 17 anos que ficou paraplégica aos 16 anos e vive em seu quarto fugindo do mundo. Vive com o peso de nunca ter sido amada ou beijada mas a sua vida amorosa está perto de ter uma reviravolta.