"Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer."
- Mahatma Gandhi.
A alvorada mantinha-se fria, o inverno parecia ter se prolongado e não queria ir embora, como se segurasse os grilhões da primavera. Ao longo do curso do rio, numerosos homens rodeavam um cavaleiro, que usava uma cota de malha cinzenta, destacando-se por baixo da armadura prateada. Acima de seu elmo, uma águia negra de asas abertas em um tecido cinza retorcia-se à brisa da manhã, era o brasão da família Harrad, sua família.
– Eles virão para cá – repetira Lorde Berryen com a mesma relutância de outrora. – Esse é o caminho para as torres da colina, insisto meu senhor, volte ao seu aposento no acampamento. Eles irão demorar, temo eu.
O Valedor o fitou com o ar de poucos amigos. Entre as últimas coisas que queria naquele momento, era retornar à sua cabana, onde não tinha encontrado nada além de silêncio e espera. Não desejava o descanso, desejava o sangue e a cabeça pálida de Elliot, desejava mata-lo com suas próprias mãos, e esperava saciar sua vontade naquele mesmo dia, sob o olhar dos Senhores das Chuvas, seus deuses.
Valedor Tinha olhos inquietos, que pareciam como cães farejando algo, esperando a chegada do Albino, como ele mesmo passou a chamar Elliot Êryor desde o infortúnio dia que o encontrou pela primeira vez. O homem de pele estranhamente branca havia trazido seu exército de Horze; marchando ao redor das Terras Verdes. Saqueando cidades, aldeias, igrejas e massacrando castelos de pedra.Valedor virou-se para os seus homens.
– Vocês sabem quem são esses malditos? Eles destruíram todas as fortalezas por onde passaram – disse o lorde, com a fúria traspassando o cenho franzido. –... Queimaram plantações e derrubaram construções. Eles estão tentando fazer o que Hodshan, o navegador maldito, começou há anos atrás. Eles estão marchando para a nossa terra – ele bateu no peito, soando a espada de ouro batido na placa de armadura. – Eles mataram a minha esposa, conquistaram a casa-torre de meu sogro e atentaram contra a vida dos meus filhos. Vamos ataca-los, extirpa-los, arrancar suas veias e cuspir em seus corpos. Eu não poderei descansar enquanto ele marcha para Wofsburg, nossa casa.– O senhor está certo – concordou um dos soldados.
– Senhor, fizemos um trato dias atrás – recordou Lorde Berryen –, não lutaremos exército contra exército, mas o senhor duelará contra Elliot, de igual para igual, se esqueceu? Peço que repense nas suas escolhas. De que servirá uma tropa acima das colinas se o senhor estiver morto?
– Você acha mesmo que ele manterá sua palavra? Acredita na palavra de um albino?
– Não – Respondeu o vassalo, num tom infeliz. – Mas...
– Basta! E em um homem que tem o espírito de Salpsan?
– Não, meu senhor.
– Então não diga mais asneiras! – Valdedor ordenou com a voz áspera, e uma fumaça formou-se à sua frente. Ele a apontou a lâmina dourada para o oeste, onde uma horda de cavalos se aproximava. Com o tempo foram surgindo homens sobre eles, com armadura azulada cintilando ao sol do meio dia. – Aí vem Salpsan encarnado, com a tropa de demônios o seguindo.
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As Lágrimas do Inverno
Kısa HikayeOBRA REGISTRADA NA T.A.L(Tempos de Arte Literária) Quando Elliot Êryor leva seu exército para Harze, os homens desta terra se preparam para um confronto. Mas, ao invés de uma batalha, foi proposto uma luta singular. Valedor, lorde de Wofsburg, teria...