X. PISTAS E PALPITES

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— Por que está tão feliz, Bane?

Peter levantou as sobrancelhas diante da indagação de seu parceiro. Desde que pegaram a primeira pista do motivo do crime, Richard havia saído da delegacia apenas para comer. Faltava apenas duas horas para o fim do dia quando o detetive voltou da casa de seus pais, após uma longa conversa com sua filha de dez anos. Ainda não sentia sono e  embora possuía o cansaço notório, Bane não conseguia segurar a felicidade que trocar palavras com sua filha lhe fornecia.

— Por que a pergunta? — rebateu Peter enquanto lia rapidamente as anotações organizadas por Lawrence.

— São dez horas da noite e você está sorrindo como um idiota — disse Richard irritado.

— Não sabia que havia se tornado fiscal do sorriso, Lawrence. Quanto você ganha para realizar essa tão importante missão?

Richard bufou com a forma sarcástica que seu parceiro de trabalho agiu.

— Fiz uma lista com os funcionários mais propensos a criar uma conspiração, mas parece que os únicos que poderiam ganhar alguma coisa com a morte dos Stuarts são os próprios Stuarts — explicou Lawrence mostrando uma lista de suspeitos para depor.

Peter franziu as sobrancelhas assim que o nome da Stuart mais nova apareceu no papel.

— Acha que Isabelle pode estar por trás disso?

— Eu acho — respondeu Lawrence com cuidado — que qualquer um pode ser o autor do crime.

— E eu acho que devemos esperar o depoimento dela. Eu a vi quando foi liberta, Richard. Ela estava à beira da loucura. Isabelle é uma das vítimas, não o contrário. — justificou Bane.

O detetive Lawrence encarou o seu parceiro como se o mesmo fosse um inseto desagradável. Peter, no entanto, não deixou-se abalar com tal comportamento.

— Bem, você me chamou por um motivo, não é? — mudou de assunto Bane, o qual não tinha pretensão de continuar aquele jogo de gato e rato.

— Encontramos a arma do crime a três quilômetros da casa — disse Daniel entrando de súbito no escritório de Peter. — Em pouco tempo teremos resultado da análise do sangue da arma, mas o corte nas vítimas é típico do modelo do facão encontrado.

Stifler andou até o seu amigo com seus passos de gato, como se estivesse desfilando em uma passarela de moda, até entregar-lhe a imagem da peça.

— A faca tinha 45 centímetro e é nova, afiada como o inferno. Certeza que comprada apenas para esse ato — acrescentou o perito.

— Era militar ou artesanal? — indagou Bane enquanto encarava a imagem em suas mãos.

— Militar — respondeu Stifler — Ah, já sabemos o modelo do sapato das pegadas: tênis Nike, provavelmente o modelo Wmns,  tamanho trinta e cinco.

— Então, nosso assassino é uma mulher? — sugeriu Bane ao escrever o nome “mulher?” na parte do quadro em que organizava o perfil do assassino.

— Só porque tem pé pequeno você acha isso? — indagou Stifler com um sorriso zombeteiro.

— Como ninguém conseguiu vencê-la? Digo, ela estava com um facão contra quatro pessoas. Ninguém tentou fugir? — sugeriu Peter ignorando a insinuação do perito.

— Esse tipo de crime não se comete sozinho, detetive. Muito menos um bem planejado como tal — explicou Richard.

Os três homens ficaram em silêncio, cada um entrando em um mar de ideais diferente e inclinando-se para um ou outro detalhe que mais lhe intrigava. Daniel foi o primeiro a desistir e se despediu dizendo que não era pago para resolver mistérios, “o único mistério que eu gosto de desvendar são os de Stephen King. O resto eu dispenso” acrescentou Stifler antes de ir.

— Eu também estou indo. Só começaremos a ir a algum lugar quando formos pegar os depoimentos. Até lá é melhor descansar — falou Richard antes de desaparecer da delegacia e voltar para sua casa.

Depois de minutos encarando a imagem que tirou da internet da família Stuart, Peter saiu andando pelo prédio do departamento de polícia que estava tão vazio quanto naquela manhã. Apenas poucos detetives cumpriam o turno da noite e a maioria dos policiais faziam ronda pelos bairros da cidade de Lee’s Summit. Após dar boa noite a um policial que sempre via durante a noite, mas não fazia ideia o nome, Peter Bane voltou para casa com a certeza que seria uma daquelas noites difíceis demais para dormir.   

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N/a:

Olá, pessoinhas! Tudo bom com vocês? Esse capítulo marca o começo real das investigações. Nos próximos capítulos iremos conhecer um pouco mais aqueles que estão envolvidos no caso.

O que estão achando? Comentem! Sua opinião é super importante.

Até mais.

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