Capítulo 2: Contato.

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Amanda continuou caminhando tentando compreender os pensamentos. Havia algo de estranho. Algo que jamais ocorrera antes. O que seria? Ciúmes?

A garganta ardeu e as mãos adormeceram.

Vinícius acompanhou a garota com um olhar lascivo, até ela entrar no carro, que era conduzido pela mãe.

— Tava te olhando daqui... — falou a mulher em tom anasalado.

— Estávamos discutindo sobre algumas questões.

— E como foi o simulado? — perguntou.

— Mais ou menos... — A menina respondeu colocando o cinto de segurança.

— Como assim "mais ou menos"?! — elevou o tom.

— Tava bem difícil.

— Não acredito, Amanda! — deu partida.

— Às vezes as respostas simplesmente não fluem.

— Falta de concentração... Falta de foco! — recriminou.

— Tava realmente muito difícil! — defendeu-se.

— Ainda falei que não era para você ter ido pra festa daquela desqualificada! — repreendeu. — Tua única responsabilidade é o estudo!

— Eu sei mãe... Tenho como recuperar ainda. — falou cabisbaixa.

— Deve ser a má influência daquele moleque sem noção!

— Quem? — olhou receosa.

— Não se faça de idiota, garota! Acabei de te ver conversando com o Pedro! Já disse que ele é um atraso de vida! — recriminou ácida.

Amanda pensava o oposto e decidiu repentinamente externar isso:

— Não enxergo só os defeitos, mãe... Ele é legal também. — Usou um tom explicativo e tentou falar das coisas boas que ele faz, porém foi interrompida por uma bofetada forte no ombro.

— Não me contesta, Amanda! — protestou com ódio. — Se eu estou dizendo que esse marginalzinho não presta, é por que ele não presta! — desferiu mais um tapa, dessa vez na perna esquerda da garota. — Fui clara?

— Sim. — respondeu quase inaudível, enquanto a mulher continuava a falar. Então, apanhou o fone de ouvido e o conectou ao celular, apertou o PLAY e uma música tranquila ressoou em seus ouvidos. Queria apenas fugir daquelas palavras, desaparecer daquele veículo e materializar-se na sua cama. Fugir era sua meta.

Amanda não conhecia o pai, nem sequer por nome. Era um assunto proibido com a neurótica da mãe, que sempre mergulhou no trabalho e não fazia questão das obrigações afetivas maternas. Isso fez a garota focar nos estudos e na futura independência, que não seria apenas financeira, mas também sentimental. Sem a figura paterna, tudo o que conheceu fora os medos provindos de conviver com os muitos berros e elevações de ânimo da mãe. Com isso, a liberdade era um bem precioso do qual não mediria esforços para conseguir.

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