Capítulo 11: QG.

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 Havia um misto de ódio e saudade eclodindo dentro do peito de Tainá, algo surreal e incontrolável que a fazia materializar os momentos felizes vivenciados nos poucos meses de namoro, e dissipar certas ocasiões ruins, como a que acabara de ocorrer no corredor ao lado. Empacou, literalmente. Não conseguia ir para casa e muito menos atender o celular dentro do bolso da mochila. Mantinha-se sentada, petrificada, olhando para a rampa principal vazia, devido ao horário da troca de turnos. Mariana, filha de Roberta, uma das ex-namoradas de Pedro, a observava de longe, indecisa quanto a estender a mão após a humilhação diante do colégio inteiro, ou simplesmente ignorá-la. A empatia falou mais alto em seu cérebro.

— Oi. — sentou-se na calçada, ao lado dela.

— Quê? — manteve o olhar perdido.

— Sei que não somos amigas e que não há possibilidade de nos tornarmos a essa altura, mas... há alguma coisa que eu possa fazer? — havia pena em seu semblante.

— Tem veneno ou uma arma para emprestar? — disse lacônica.

A garota balançou a cabeça e soltou a respiração.

— Você acha mesmo que ele vale isso?

— E se eu responder que sim? — a encarou entorpecida.

— Aí realmente precisa de ajuda! — Ela foi rápida na resposta. — Cê sabe, namorei com ele, e só pude perceber que ele não valia nada depois que terminamos! Tenho certeza que me traiu com quatro garotas. As demais, preferi nem saber... Sabe por quê? Não valia a pena. Minhas lágrimas não iam fazê-lo voltar para mim ou mudar... Nunca mudou. E não sei se isso ainda é possível!

— Ele mudou por mim... — enganava-se.

— Mudou? Aquilo que ouvi no corredor foi um delírio coletivo?

Tainá a encarou aturdida.

— Se toca, Tainá... As garotas com quem ele me traiu serviram de aprendizado para não repetir o mesmo erro!

Tainá continuou a encarando silenciosamente. Seu olhar gritava diante das verdades.

— Não quis mais sofrer sozinha, feito uma idiota, enquanto ele seguia adiante. Percebi que estava fazendo papel de besta no relacionamento. Se é que posso chamar de relacionamento... — ria de si mesma. — Como diz a Ana Paula, ele gosta com prazo de validade. Então, não é propriamente uma relação!

Tainá tampou as orelhas com as mãos.

— Não fala esse nome!

— Ela pode ser doidinha, só que o que fala dele, é certo! Idiota de quem cair na lábia e se apaixonar... Agora se for igual a ele, de boa!

— Não suporto essa garota! — bradou Tainá.

Mariana refletiu em como poderia falar, mas deixou fluir e disse:

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