Quatro

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- Pronto, sãos e salvos ! - falei pigarreando e me desvencilhando dele, virei-me e comecei a caminhar.

Fui segurada bruscamente por trás por Seleto, e ele tampou minha boca, se escondeu atrás de uma árvore comigo. Não entendi nada porque ele estava fazendo aquilo.

De repente a voz de Seleto estava em minha mente, em meu pensamento, ele não falava verbalmente, estava usando telepatia.

- A nave não caiu sozinha, fomos derrubados, não fale nada, estamos sendo caçados.

- Caçados? Caçados por quem?

- Não por quem, e sim pelo o que? Estamos sendo caçados por outra espécie de extraterrestres, os reptilianos.

Dei um sobressalto nesse instante, pois eu não imaginava que existissem outros.

- Pensei que só existissem os pleiadianos. - continuei conversando em pensamento com Seleto.

- Existem diversos em todo o universo, e acredite, nós somos os mais nobres deles!

Seleto me girou de repente, colocando minhas costas contra a árvore, agora sua mão não tampava mais minha boca e sim seu dedo indicador estava sobre meus lábios como gesto para permanecer em silêncio, mas uma vez seu corpo estava muito colado no meu, senti minhas pernas ficarem bambas, pois ele não estava me olhando dessa vez, ele olhava com atenção para os lados, e eu pude ficar contemplando seu rosto muito pálido e seus olhos extremamente azuis, olhei em toda a extensão de sua face, e nesse momento muita curiosidade surgia em minha mente.

Como será seu planeta? O que fazem lá? Quais seus costumes? Será que vão para escola como nós humanos? Poderia eu ter um relacionamento íntimo com Seleto?

- São muitas perguntas de uma
vez só - Seleto respondeu em minha mente, como se pudesse ouvir tudo que penso.

Me assustei novamente dando um sobressalto e um suspiro.

Atrás de Seleto, surgiu uma figura horrenda. Seleto era alto, porém o ser que surgiu atrás dele, parecia ter uns 2 metros para cima.

- Ahh!!! - Não pude evitar e gritei desesperadamente.

Seleto sem falar nada segurou em minha mão e correu com grande velocidade. Depois de um tempo correndo eu já estava exausta. Parei repentinamente, dei um puxão em minha mão para me soltar de Seleto, me curvei e apoiei minhas mãos nos joelhos, fiquei respirando ofegante, tentando recuperar o fôlego.

- O que está fazendo?! Seleto perguntou exaltado, seu semblante era de ódio, não havia nem um sinal de cansaço nele.

- Estou cansada, não aguento mais correr, eu sou humana tá! - respondi também exaltada, pois ele me irritou - Pode fugir sozinho, eu fico aqui e me viro - concluí, agora já havia retomado minha postura, o olhando nos olhos.

- Arg! Não vou te deixar aqui, não seja tola! - me pegou e me jogou por cima de seu ombro.

- Me solta seu ogro! - gritei batendo em suas costas esperneando, mas minha tentativa para ele me soltar foi em vão, começou a correr.

Depois de correr em grande velocidade pelo solo conturbado da floresta, finalmente ele parou e me pôs no chão.

- Aqui tem um abrigo, provavelmente contra tempestade ou furacão, mas por enquanto serve para passarmos a noite - Seleto falou, apontando para algo no chão, parecia uma escotilha. Estava trancada, Seleto segurou com as duas mãos, forçou e a abriu com facilidade. Isso só deixou evidente pra mim, que é quase impossível nós humanos vencermos os pleiadianos, pois ele abriu uma porta de aço maciço, capaz de aguentar tempestades e furacões como se a porta fosse de papel. Eles são fortes, rápidos, inteligentes, com super tecnologias. Meu semblante se transformou em pura preocupação e angústia.

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