Meu Mundo

Dezoito

Destino Cumprido

O vento soprava forte na praia, trazendo o cheiro salgado do oceano e misturando-se com a brisa da noite. As ondas quebravam suavemente na areia, em um ritmo constante e hipnótico. Jessica permanecia ao lado de Alícia, observando o horizonte, ainda tentando processar tudo o que acontecera nas últimas horas.

A nave pleiadiana cortou o céu como uma estrela cadente, vindo na direção delas. Seu brilho metálico refletia o luar, tornando o momento ainda mais surreal. Ele veio.

Seleto cumpriria sua promessa.

A nave aterrissou suavemente sobre a areia, sem som algum além do leve deslocamento do vento ao seu redor. A porta se abriu lentamente, e antes que Jessica pudesse reagir, Alícia já estava se movendo em direção à entrada.

Jessica hesitou, mas sabia que não poderia deixar a amiga sozinha nessa. Ela também embarcaria.

Seleto apareceu diante delas. Sua expressão era firme, mas seu olhar carregava algo diferente-uma sombra de alívio, uma aceitação silenciosa. Sem dizer nada, ele indicou para que subissem a bordo.

E elas o seguiram.

A Jornada até a Nave Matriz

A viagem foi rápida. Dentro da nave, Alícia permanecia inquieta, os dedos entrelaçados em seu colo, o coração batendo acelerado contra suas costelas. Jessica, ao seu lado, mantinha uma expressão mais curiosa, observando a alta tecnologia ao redor.

Seleto estava na cabine de comando, focado na direção que tomavam, mas ocasionalmente olhava para Alícia através dos reflexos da tela holográfica. **Ele sabia o que aquele momento significava para ela.**

O salto no hiperespaço foi suave, e em questão de minutos, chegaram à nave matriz. O gigante prateado pairava no espaço como uma fortaleza silenciosa, iluminada por milhares de luzes que marcavam seus setores.

Assim que aterrissaram, Seleto se levantou e caminhou até Alícia, sem pressa.

- Está pronta para vê-los?

A pergunta veio carregada de significado. Alícia sentiu um aperto no peito, mas assentiu.

Eles desembarcaram, e foram guiados por corredores amplos e iluminados até uma ala reservada. O brilho das luzes era calmo, e o cheiro no ambiente era limpo, quase medicinal. Jessica segurava firme a mão da amiga, tentando oferecer algum tipo de conforto.

Até que chegaram a uma grande porta transparente.

Do outro lado... **estavam eles.**

**Sua família.**

Alícia viu seu irmão primeiro, seus olhos brilhando ao vê-la. **Seu pequeno irmão, agora tão crescido.**

Depois, sua mãe. **Os olhos marejados, segurando a respiração como se tivesse medo de acreditar que aquilo era real.**

E então, seu pai. Sempre firme, mas agora visivelmente abalado.

O tempo pareceu parar.

Ninguém se moveu por um momento, ninguém conseguiu falar. O choque foi absoluto.