📌Sozinho

311 59 106
                                    

No dia seguinte na delegacia, Matt contou a nova pista para Filipe, que ficou intrigado com as informações. Mas era muita ousadia acreditar naquilo sem confirmar com os outros casos, precisavam descobrir se de fato era verdade aquelas suposições e mais importante não poderiam divulgar essa informação para polícia, ninguém acreditaria naquilo.

Enquanto pensava em quem iria investigar primeiro, uma pessoa brotou em seus pensamentos e sua intuição nunca falhava. Procurou a ficha dela dentro da gaveta e a pegou juntamente com um maço de cigarro.

Sabia que aquele dia chegaria mais cedo ou mais tarde. Precisava de uma luz para dar continuidade naquela investigação. Olhou o telefone e digitou o número, enquanto olhava a foto da mulher ruiva.

— Amanda Lisboa do sétimo distrito de polícia, quem gostaria? — disse a mulher.

— Bom dia, me chamo Matt Lewis, e sou detetive no quarto distrito, poderia me encontrar hoje à tarde para uma conversa em off.

— Porque eu deveria aceitar seu convite? — respondeu, era nítido o tom de ironia da voz dela. — Nunca te vi e não estou disponível.

— Digamos que eu sei que você roubou arquivos aqui do quarto e talvez eu possa revelar isso a seus superiores — respondeu no mesmo tom.

— Não tem como você saber disso, aliás eu nunca vi você por aí, pode ser só um trote.

— Será? Ou pode estar relacionado a casos de suicídios aumentando na cidade de São Paulo. — deu uma breve pausa e quando parecia que ela tinha mordido a isca e prosseguiu. — Levar arquivos sem autorização é uma violação grave, pode ser presa.

— Mais porque você quer minha ajuda? — parecia menos relutante com o encontro e um pouco mais receptível.

— Eu acho que talvez você possa me ajudar, não tenho certeza é apenas uma intuição. — ele parecia um idiota falando e ela logo levou isso em consideração.

— Se queria tanto me chamar para sair, senhor Matt Lewis, era só me convidar, não precisava me chantagear dessa forma. — ela deu uma risada longa e voltou a falar, sua voz estava mais casual. — Estarei livre as sete da noite, algum lugar em especial?

— Que tal o terraço Itália? — perguntou, sentia uma pequena pontada em seu estomago, ele não podia negar que a garota era muito bonita, mas o encontro era apenas sobre o caso.

— Está bem, até mais tarde senhor detetive. — ela desligou.

Matt voltou a discar no telefone, mas dessa vez para fazer reservas no Terraço Itália. Um restaurante muito popular na cidade e que sempre estava cheio, mas por sorte ainda tinha vagas para uma mesa naquela noite.

☂ ☂ ☂

O Terraço Itália, foi inaugurado em 1965 e ficou muito famoso por permitir uma visão ampla de toda a São Paulo, também ficou muito conhecido por ser um dos prédios mais altos da cidade.

Matt sempre teve vontade de ir até lá e achou a oportunidade perfeita de fazer isso. Ficou deslumbrado quando entrou. As cadeiras eram poltronas avermelhadas de aparência bem macias, havia um pianista tocando alguma coisa de Mozart, e a luz que vinha dos lustres fazia o local parecer encantado, além de velas sobre a mesa, tudo parecia perfeito.

Por um momento ele pensou em cancelar o encontro, pois sair para comer em um restaurante daquele nível para falar de crianças mortas, parecia coisa de louco.

Havia reservado uma mesa próxima da janela, pois tinha uma vista perfeita. Se sentou de frente para o hall de entrada para poder acenar para sua convidada quando a visse, já que ele a conhecia, mas ela não fazia ideia de quem ele era. O garçom apareceu com um cardápio e por um breve momento ele olhou os preços de cada prato, eram caríssimos. Porém, gora que recebia um salário descente da delegacia, podia gastar de vez em quando com algo assim.

Todos Eles Podiam Ver (Completo) (SOB REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora