📌O Velho Vidente

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Por um breve momento achou que estaria ali com o assassino, olhou envolta e deu de cara com um velho de cabelos brancos, estava de costas olhando pela janela, parecia bem distraído

— Senhor? — perguntou Matt, se levantando da poltrona.

— Não se incomode, pode continuar sentado, meu jovem. — O velho se virou para ele e teve um sobressalto. — Achei que fosse mais novo, você é o Matt, não é?

— Sim, sou eu mesmo, mas como sabe meu nome? — perguntou, estava tão espantado quanto o velho demonstrara.

— Não importa, está aqui e precisava conversar com você sobre algumas coisas. — O velho caminhou até a outra poltrona, estava carregando o livro que Matt tinha pegado na biblioteca, aquela era a fonte que ligava os dois naquele encontro.

— Como se chama? — perguntou Matt.

— Antônio Nonato, o autor do livro. — disse ele de forma bem distraída. — Esse encontro somente está acontecendo porque acredito que já estarei morto quando você finalmente buscar respostas.

— Mais você está na minha frente, como pode estar morto, como isso é possível? — estava completamente confuso.

— Aqui e agora eu estou vivo e conversando com você, já sei que irei morrer em breve, não preciso ser vidente para isso, estou com câncer no sangue e a cura ainda não existe.

— Estou em 1997 agora. — disse Matt. — Pelo que sei, tem vinte anos que você morreu, não tem como nos estarmos aqui e agora conversando, não tem sentido.

— Eu estudei sobre isso a minha vida toda, sou antropólogo e historiador, tenho cinco formações acadêmicas além é claro de ser vidente. — ele olhou para Matt com certo interesse e deu uma piscadela. — Achei que você viria me procurar antes, não esperava que fosse demorar tanto.

— Como sabia que eu iria estar aqui. — por um momento ele só queria gritar, tinha sido completamente perturbador falar com Vince no passado, mas eram somente horas e sabia que ambos estavam vivos, além do mais sua raiva o tinha deixado focado em outras coisas, como achar um jeito de prender o assassino, mas agora que tinha a oportunidade de pensar a respeito, não tinha logica nenhuma aquele encontro.

— Bom... eu tive um sonho com você, não sabia o real motivo ainda, mas tinha certeza que precisava de mim. Temos essa conexão com os outros sabe? — disse ele, de forma tranquila, como se estivesse conversando com um velho amigo da escola. — Para ser mais claro, estamos dentro da minha visão. Eu sei tudo que irá falar ou dizer, porque já te vi e com o seu poder de ver o passado, você também saberá. Nesse plano somente nos existimos. — ele olhou para o livro e parecia estar lendo alguma coisa, mas voltou novamente a falar. — Quando soube o que iria acontecer, tive que contatá-lo para lhe preparar, creio que cometi um erro e você é o único que pode corrigi-lo.

— Que tipo de erro estamos falando? — perguntou, estava intrigado.

— Meu pupilo Vicente. — ele disse de forma séria e sua voz carregava amargura e com toda razão, afinal ele se tornaria um assassino em série.

— Você o conheceu? Ele estudou com você?

— Vicente sempre conseguiu esconder suas intenções de mim e nunca usei meu poder para ver o futuro dele, não esperava que ele fosse tomar o caminho que você já sabe que tomou. — O velho parecia se perder em pensamentos. — Eu contei tudo o que ele sabe sobre o próprio poder, mas acho que ele interpretou de forma errada.

— Como o que? — insistiu em saber, estava aos poucos aceitando aquele encontro e ceder a ele lhe ajudou com as dores de cabeça, não lutava com as imagens, apenas deixou ser levado por elas.

Todos Eles Podiam Ver (Completo) (SOB REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora