Era de manhã quando Matt tentou ver o futuro de Vince, mas sem muito sucesso. Estavam perto dos barcos tentando descobrir onde ficava o local de sua visão e consequentemente o esconderijo do assassino, mas sem muito sucesso. O velho tinha lhe dito que precisaria de treinamento para desenvolver autonomia quando fosse ver o futuro, mas não tinha tempo de aprimorar esse dom.
Andavam apenas com as roupas do corpo e as armas presas no suporte das calças.
Caminharam por uma fileira de barcos ancorados na praia, podiam sentir o cheiro forte de peixe invadindo suas narinas, além de várias gaivotas voando de um lado a outro. Estavam perdidos, pois, todos os locais pareciam iguais e sem poder ver o futuro novamente ficava difícil descobrir o local exato.
— Será que é por aqui mesmo? — perguntou Amanda.
— Eu não sei... — disse frustrado. — Será que você consegue enxergar a área? — perguntou.
Amanda parou por um momento e projetou sua mente por uma área equivalente a cem metros em torno de si mesma e começou a observar tudo que acontecia naquele mesmo instante. Podia ver homens trabalhando, contêineres sendo içados e colocados em caminhões, mas nenhum sinal de Vicente por ali.
— Desculpa, acho que dentro dessa área ele não está.
— Tudo bem.
Caminharam por mais um quilometro até chegar em um ponto que fez Matt parar. Ele fez sinal para Amanda ficar atrás dele e pegou a arma do suporte preso no cinto e apontou para o beco. Os contêineres empilhados faziam sombra no corredor estreito e comprido.
— Espere. — disse Amanda, — Irei verificar a área. — Ela fechou os olhos e uma parte dela, como um espectro, atravessou os corredores de contêineres e a levou até um galpão.
— O que você pode ver?
— Tem um galpão, não vi o Vicente.
— Vamos em frente, tenho certeza que esse o local. — afirmou Matt.
Seguiram em frente pelo corredor de contêineres, Matt na frente e Amanda logo atrás lhe cobrindo as costas. Havia algumas brechas entre cada contêiner o que dava para ver se tinha alguma coisa escondida do outro lado. Uma sombra rapidamente passou por uma das brechas e Amanda gritou.
— Matt! Ele está ali!
Ambos saíram em disparada pelo corredor escuro sem se preocupar se havia ou não armadilhas pelo caminho. Viraram à esquerda e depois a direita e continuaram correndo.
Amanda foi guiando na direção que deveria seguir, virando e virando pelo labirinto de metal até chegar de frente com o galpão, um homem estava fechando a porta.
— Parado! — gritou Amanda. — Te pegamos.
O sujeito levantou as mãos para cima, mas não era Vince, era outra pessoa, alguém que ele nunca tinha visto. Amanda não sabia como era a aparência de Vince, já que nunca tinham se encontrado pessoalmente.
— Não é ele. — sussurrou Matt para Amanda, depois com a arma em punho se aproximou do homem e perguntou. — Onde está Vince? Responde ou eu atiro.
— Ele foi por aquele lado senhor. — apontou o homem, mas Matt não acreditava nele. Se aproximou rapidamente com a arma em punho e mandou o homem ficar de joelhos de costa para ele e com as mãos da cabeça. Fez um gesto para Amanda ficar de prontidão e tocou rapidamente em sua nuca. Seus olhos mudaram de cor e naquele momento tinha acesso as memórias daquele homem. Ver o passado era seu domínio e tinha orgulho daquele poder ser útil naquele momento.
Enxergou dentro das imagens em sua mente aquele homem conversando com Vince alguns minutos antes deles chegarem ao início do corredor. O homem o viu correndo para as docas, perto das embarcações.
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Todos Eles Podiam Ver (Completo) (SOB REVISÃO)
Mistero / ThrillerO ano é 1997. São Paulo. Um número incomum de suicídios toma conta do estado, porém um deles chama a atenção da polícia e da mídia, quando é encontrada em uma garota, que aparentemente havia se enforcado, uma marca de dedo. Esse leve vestígio de de...