Todos Eles Podiam Ver (Completo) (SOB REVISÃO)

📌Mente e Corpo

Demorou cerca de vinte minutos até Matt estar no centro de São Paulo, estacionou o carro na calçada perto da banca de jornal e desceu do veículo. Fez com que ia correr para dentro do Shopping Light, mas antes disso olhou distraidamente para o viaduto e lá estava Vince parado olhando para o horizonte. Matt sacou a arma do coldre e correu em direção ao viaduto, decidido a acabar com aquilo de uma vez por todas.

As pessoas que atravessavam o viaduto ficaram olhando para Matt, enquanto ele corria determinadamente com a arma em punho. Naquele momento se passava um filme em sua cabeça, de todas as vítimas que Vince tinha matado e como finalmente elas poderiam descansar em paz nas suas memórias. Tudo acabaria ali.

— Não se mova, está preso pelo assassinato de inúmeras crianças e adolescentes. — disse Matt apontando a arma para Vince, eles estavam a uma distância de dez passos.

Vince estava com um sorvete de casquinha em uma das mãos e cuidadosamente se virou, com um sorriso de deboche no rosto disse:

— Receio que não.

Matt deu um passo para atrás sem entender o que aconteceria. Vince parecia confiante como se tivesse planejado aquele momento e Matt temia que aquilo fosse mais uma armadilha. As pessoas corriam para o outro lado da rua ao ver que ele estava armado, algumas ficaram paradas olhando para ver o que estava acontecendo.

— Sou detetive. — disse Matt, tirando o distintivo de Filipe do bolso. — Saiam daqui a agora.

As pessoas começaram se dispersar e passaram a olhar de longe para os dois homens. Matt queria atirar, mas a morte seria um presente para ele. Precisava vê-lo sofrendo na cadeia pelo resto da vida, sem poder fazer nada além de viver uma vida monótona e vazia.

— O que tem de tão engraçado? — perguntou Matt com toda calmaria possível, tinha acabado e Vince não iria fugir daquela vez.

— Acha que não sabia que me encontraria aqui? Acha mesmo que você me pegou de surpresa?

— Não minta Vince, está terminado e você sabe disso.

— Quando eu roubei os poderes de Antônio eu achava que tinha tirado tudo dele, mas de um tempo para cá e vi que não. — Ele jogou a casquinha de sorvete no chão. — Recentemente eu senti a outra parte do poder dele dentro de você e foi então que soube que precisava te atrair para cá.

— O que está dizendo? — Matt estava mirando na perna, caso Vince decidisse correr.

— Quando eu te matar, terei o poder completo e poderei finalmente ser o vidente mais poderoso de todos os tempos e ninguém irá tirar isso de mim.

— Se aproxime de mim e eu atiro. — gritou.

— Pobre Matt, você acha que trabalhei sozinho todo esse tempo? Nunca suspeitou de nada? nem mesmo de uma mulher bonita te ajudando? — Ele gargalhou novamente e por um momento Matt se desestabilizou, começou a pensar em como conheceu Amanda e como se tornaram tão próximos.

— Isso é mentira! — gritou. Estava enfurecido, sentia raiva, medo, insegurança e quando olhou para Vince, ele gargalhava muito e o som de sua risada ecoava em sua mente tão alta como se a voz dele tivesse sido amplificada e naquele momento Matt sentiu sua mente sendo invadida.

Matt não estava mais no viaduto do chá, se via em uma grande estrada de terra cercado por neblinas e arvores altas e finas. olhou para os dois lados da rua e viu que não tinha fim. Sabia que era uma ilusão criada por Vince e não tinha ideia de como sairia dali.

— Olá Matt. — disse uma voz atrás dele, que deu um salto para trás. Vince estava com uma faca apontada para ele.

Matt procurou seu revólver, mas ele não estava mais lá e antes que pudesse dizer alguma coisa, Vince correu em sua direção com a lâmina afiada em uma das mãos.