📌Fantoche

346 75 43
                                    

Um novo corpo foi encontrado, dessa vez em um local mais conhecido de São Paulo, o Parque Ibirapuera. Uma das áreas preservadas da cidade. O cadáver foi encontrado por corredores, que costumam treinar naquele local pela manhã.

Matt demorou para chegar até o lugar, pois estava muito transito na avenida Vinte e Três de Maio, que era o principal acesso até o parque. O local possuía muitas plantas, arvores e um imenso lago. Não foi preciso andar muito, pois da entrada, era possível ver as viaturas da polícia cercando uma pequena área. Apressou os passos, não queria os fazer esperar mais.

Naquele dia, Filipe precisou resolver algumas pendências em outra delegacia, então, Matt representaria o papel do delegado. Estava um pouco nervoso, sabia que os outros policiais não gostavam muito de sua presença, mas isso já não o incomodava tanto, a questão era que estava atrasado e daria motivos aos outros falarem por suas costas.

— Boa tarde! — cumprimentou. Havia cerca de oito pessoas no local, cinco policiais e três testemunhas. — Desculpa a demora, tive alguns problemas com o transporte.

— Não se preocupe. — comentou um dos policiais em um tom irônico. — Não tem como adivinhar quando irá acontecer um assassinato.

— Assassinato? — questionou Matt. Não tinha informações da vítima. O corpo estava na grama, coberto por uma lona prata. — Tem tanta certeza disso?

— Veja por si mesmo. — O policial foi até o corpo e tirou a lona de cima.

Matt olhou atentamente para o cadáver, pertencia a um garoto de aproximadamente quatorze anos, porém, era completamente diferente dos padrões de crimes que estava investigando.

Olhando mais atentamente para o menino, era possível ver as inúmeras facadas no corpo. Contou sete, mas poderia haver mais. Eram cortes profundos e irregulares. De repente, teve um sobressalto. Havia uma grande semelhança com um caso que investigou algumas semanas atrás. Seria coincidência? outro assassino?

— O que sabemos sobre o garoto? — perguntou.

— O RG estava no bolso. — O policial pegou a ficha do crime. — O nome dele é Igor Macedo e tem quatorze anos. A causa da morte foi hemorragia, e a hora do crime foi por volta das dez ou onze da noite.

— Quem encontrou o corpo? — perguntou.

— Foi eu. — disse uma mulher. Estava tremula e em estado de choque. — Foi eu, estávamos correndo por aqui, quando o vimos.

— Vocês chegaram a mexer no corpo? — questionou.

— Não, do jeito que vimos, ficou.

Matt olhou um pouco mais o cenário. Buscava algo que lhe permitisse descobrir o que havia acontecido ali. Investigava supostos suicídios e aquele crime não fazia parte de sua alçada.

Havia sangue por todo lado, na grama, nas arvores e nos bambus. Era nítido que o garoto lutou para viver e infelizmente perdeu.

— Acharam mais alguma coisa? — perguntou aos policiais.

— A arma do crime foi encontrada ao lado do corpo. — comentou, trazendo um saco plástico lacrado até Matt. — Porém, ainda precisa ser colhida as digitais.

— Pode abrir por gentileza? — pediu.

— Tudo bem, usamos luvas. — questionou o policial, mas obedecendo seu pedido.

Matt pegou a faca com cuidado. Caminhou até os bambuzais, pois não queria que ninguém o visse usando os poderes. Fechou os olhos. Não demorou muito para as imagens virem.

O céu já estava parcialmente escuro, pois as nuvens brincavam de esconder a lua, que naquele dia estava radiante. Chuviscava e fazia um pouco de frio. Podia ver a grama ficando encharcada lentamente. O homem estava andando rápido por uma trilha no parque. Estava envolto de um cobertor cinza que cobria todo o corpo. Usava gorro e seu rosto era difícil de enxergar, pois possuía uma barba espessa. Não era o assassino que procurava, porém, se tornaria um em poucas horas.

Todos Eles Podiam Ver (Completo) (SOB REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora