O ano é 1997.
São Paulo.
Um número incomum de suicídios toma conta do estado, porém um deles chama a atenção da polícia e da mídia, quando é encontrada em uma garota, que aparentemente havia se enforcado, uma marca de dedo. Esse leve vestígio de de...
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Cinco anos depois...
Matt estava sentado no sofá quando a campainha tocou, ele já tinha se acostumado andar em seu apartamento sem sua bengala, mas de vez em quando tropeçava nos brinquedos dos filhos.
Abriu a porta e duas crianças abraçaram suas pernas, eram Lana e Lucas seus filhos.
— Oi amor, voltamos mais cedo hoje. — Amanda o beijou.
Os últimos cinco anos muitas coisas tinham acontecido, Matt e Amanda se casaram logo depois que saíram do hospital e um ano depois ela tinha descoberto a gravidez dos gêmeos.
— Como foi no parquinho crianças. — disse Matt se abaixando e tateando o rosto dos filhos.
— Foi bom papai. — disse Lana, Lucas ainda não falava quase nada.
— Vamos tomar banho crianças, depois vocês brincam com o papai. — disse Amanda.
Matt sentiu seus filhos se afastando de si e mesmo sem poder enxerga-los podia ver seus rostos em suas visões, eram lindos e ambos tinham cabelos ruivos iguais de sua mulher, mas os olhos eram iguais aos dele.
Nunca havia pensado na paternidade, mas agora que era não conseguia imaginar como seu pai conseguia ser tão cruel com ele e sua mãe. Seus filhos e sua esposa eram tudo para ele e morreria para salvá-los.
Mais a maior mudança em sua vida, foi ter encontrado alguém para amar e dividir sua história, sua vida, olhou para o retrato de sua falecida mãe, junto com seu pai e se lembrou do que ele sempre dizia e sorriu, pois, sabia que jamais e nunca seria igual a ele.
Amanda largou a polícia, depois de tudo que vivenciou naquele ano, não queria ver mais nenhuma criança ou adolescente morto nunca mais, depois que descobriu como era ser mãe, decidiu que queria ser enfermeira, salvar vidas ao invés de catalogar mortos. Estava terminando o terceiro ano do curso, mas logo se tornaria uma ótima profissional.
Alguns meses depois que saíram do hospital ele soube que a esposa de Vicente autorizou o desligamento dos aparelhos e fizeram um funeral privado, pois, muitas pessoas queriam vingança contra ele. Sua mulher ficou gravida dele e só descobriu isso depois do velório, quando começou passar mal. Matt viu o futuro da filha dele e sabia que seria uma vidente forte e era responsabilidade dele ensina-la a não seguir os passos do pai.
Matt havia se aposentado também da vida de detetive e agora que estava cego era difícil encontrar trabalho, mas ele dava aulas de história no orfanato da cidade, era fácil já que conseguia ver o passado. Gostava de contar para as crianças sobre acontecimentos importantes da vida humana e para ficar de olho em novos videntes que podiam surgir.
— Amanda, irei lá. — disse ele.
— Está bem. — Ela se aproximou dele e o beijou. — Volte logo para o jantar, vou fazer frango assado.
