》》》》》》 VALENTINA 《《《《《《
Daryl trouxe à mim e meu pai pro meu apartamento há dois dias atrás e confesso que foi difícil ver ele sair pela aquela porta e não correr atrás para fazê-lo voltar no mesmo instante, chegamos aqui por volta das 10h da manhã, posso dizer que fui cuidada e mimada por ele, os carinhos que ele me fazia eram bem mais eficazes do que os remédios que me eram dados no hospital, as horas se passaram voando e a despedida foi duramente dolorosa como já havia dito antes. O fato é que nem todo tempo do mundo era tempo suficiente para nós dois. Confesso que essa minha dependência da presença do Daryl me incomodava um pouco, eu nunca me apeguei desse jeito a ninguém, e só de pensar na possibilidade de perdê-lo desespero tomava conta de mim. A Valentina rebelde e de língua afiada parecia ter tirado férias e me abandonado, porque depois que ele entrou em minha vida me tornei uma mulher diferente, mais carinhosa e prudente posso dizer.
Mimada? Sim, bastante inclusive! pois o Sr. Carlos meu pai não parava de me paparicar e eu gostava, afinal de contas carinho de pai e muito Bom! A única coisa que me irritava era que meu pai parecia não entender que eu havia crescido, ele insistia em me tratar como uma criança, e quando era questionado sobre isso ele sempre falava a mesma coisa “Você sempre vai ser minha menina, pode até estar velha usando fraldas geriátricas porque não vai mudar em nada” oh Deus! Eu posso com um negócio desse!?
Meu pai sempre foi um homem forte, ele era como meu herói quando pequena. Mas depois que minha mãe nos deixou ele pareceu perder o rumo de tudo, ele me dizia que eu lembrava muito a ela no meu jeito de ser, falou inclusive que o charme dela era as grosserias que ela falava pra ele nos tempos de faculdade. Eles se conheceram nessa época e desde então não se largaram mais. Nossa vida no Brasil era bem estabilizada, meu pai trabalhava como arquiteto em uma grande construtora do Rio, e minha mãe trabalhava no recursos humanos dessa mesma empresa. meus avós maternos os quais morro de saudades sempre estiveram muito presentes em minha infância, já os paternos não cheguei a conhecê-los, eles faleceram antes de eu nascer. Éramos aquela típica família que aos finais de semana nos reuníamos para o almoço ou churrasco aos domingos, era super divertido, só de lembrar um sorriso se forma em meus lábios.
Carlos_ Porque você está rindo feito uma boba aí em filha?
Valentina_ Estou lembrando do vovô e da vovó.
Carlos_ Também sente saudades? - Ele caminhou até mim e sentou-se no sofá ao meu lado.
Valentina_ As vezes sim, sinto falta de tudo lá, meus amigos, meus avós e até a chata da tia Lurdes. - Tia Lurdes era irmã do meu pai, mas ela sempre se manteve distante de nós.
Carlos_ Eu também sinto falta de lá. - Pausou como se estivesse buscando as palavras para falar algo e depois continuou. - Sabe filha você já está se formando e eu… bem, eu estava pensando que nós poderíamos voltar para o Brasil e que…
Valentina_ O que?!
Carlos_ É filha, você vai estar formada em um país que não foi o seu, isso vai ser mais fácil para encontrar um emprego por lá, e eu também quero retomar minha vida voltando a trabalhar na minha profissão…
Valentina_ Pai eu não vou voltar para o Brasil!
Carlos_ Como assim Valentina? O combinado foi esse desde o início que você veio pra cá.
Sim eu havia combinado isso, mas nesse tempo tudo era diferente, eu não voltaria pra minha antiga vida de jeito nenhum, NY ganhou meu coração e não penso em sair daqui de forma alguma. Isso seria loucura!
Valentina_ Sim pai eu sei que esse foi o combinado, mas não vou embora daqui.
Carlos_ Mais querida eu preciso voltar…
Valentina_ Pai eu não vou discutir isso com o senhor, eu não vou embora daqui, nada do que me diga vai me fazer mudar de ideia. - Lhe encarei séria.
Carlos_ Tudo bem, vamos esperar sua formatura acontecer e veremos o que fazer.
Depois da nossa pequena discussão fomos dormir, o que mais me partia o coração era ver meu pai todo torto no sofá da sala, ele dizia que era confortável mas, eu sabia muito bem como era dormir e acordar ali. Por diversas vezes quando chegava exausta da boate me jogava e acabava adormecendo ali mesmo, e como eu ficava no outro dia? Toda dolorida!
Eu insisti esses dois dia para ele ir dormir lá na cama que eu me virava por aqui com algumas almofadas. Mas o cabeça dura não me deixava de forma alguma sair da cama.
*** Quatro dias depois.
Já se passaram seis dias após minha saída do hospital, e cinco dias sem ver Daryl, liguei várias vezes pra tentar matar um pouco da saudade mas ele nunca atendia. “talvez ele esteja ocupado com alguma coisa” era isso que eu sempre dizia a mim mesma. Mas caramba! Será que ele não podia ao menos mandar uma mensagem dizendo que estava tudo bem!
- Ai Valentina você está exagerando!!! - Disse comigo mesma bufando e me joguei no sofá.
Você deve está imaginando que sou louca por estar falando comigo mesma não é mesmo? Sim talvez eu seja mesmo! E quer saber? Não me importo em ser um pouco louca, mas quem nunca falou consigo mesmo, nem que fosse por pensamento? Está vendo só que eu não sou tão louca assim, afinal todos nós fazemos isso.
- Tem alguma coisa errada nessa história. - Falei pegando novamente o celular e discando pela milésima vez, e como sempre ninguém atende. - Mas que merda! - Praguejei comigo mesma, até que lembrei-me de Scott. Ele sempre estava junto do Daryl, talvez eu tivesse mais sorte com ele.
Na primeira tentativa falhou. Ok! Mais uma vez, e chamou uma...duas e no terceiro toque ele atendeu.
◇◇◇LIGAÇÃO ON.
Valentina_ Scott?
Scott_ Ah… oi Valentina, tudo Bem?
Valentina_ É… sim, Scott você tem visto o Daryl?
Scott_ Daryl?
Valentina_ Sim Scott! Tem outro?
Scott_ Bom, o Daryl… ele… ele… - De repente Scott ficou em silêncio, achei até que a ligação estava falhando mas depois de alguns segundos com o celular ao ouvido pude ouvir bem ao fundo Scott praguejar alguns palavrões.
Valentina_ Scott?
Scott_ Eu Não acredito que ele está fazendo isso!
Ele berrou meio abafado e depois escutei como se alguma coisa pesada fosse jogada ao chão.
Valentina_ Scott você pode me dizer o que está acontecendo?
E se passaram mais alguns intermináveis minutos de silêncio. Estava acontecendo alguma coisa e eu aqui sem saber de nada, eu não sabia se me preocupava ou se me desesperava pelo silêncio que Scott estava fazendo.
“Meu Deus será que aconteceu alguma coisa grave e ele não quer me contar?” Essa era a pergunta que rondava minha cabeça sem parar.
Scott_ Valentina?
Valentina_ Sim estou aqui!
Scott_ Olha eu não sei do Daryl… provavelmente ele deve estar fora da cidade eu… eu não sei dizer onde encontrá-lo.
Valentina_ Scott, você está me escondendo alguma coisa? Eu estou sentindo que tem alguma coisa errada nessa história.
Scott_ Não… não eu não estou escondendo nada… bom, Eu… eu tenho que ir estou cheio de problemas para resolver ainda hoje, foi bom falar com você Valentina, depois nos falamos até mais.
Valentina_ Tudo bem, tchau.
◇◇◇LIGAÇÃO OFF.
Desliguei e fiquei ainda com o celular em mãos olhando para nossa foto que deixei como papel de parede no aparelho. O que é que tá acontecendo? Tem alguma coisa muito errada nessa história. Me levantei do sofá e comecei a andar de um lado pro outro.
Estava com um pressentimento esquisito de que novamente Daryl estava me escondendo alguma coisa.
Valentina_ Eu vou ver isso é agora!
Fui até meu quarto e dei um jeito no cabelo colocando um gorro, pois já era fim de tarde então o frio aumenta um pouco, vesti minha jaqueta e calcei minhas botas e então peguei minha bolsa junto com o celular e sai.
Quando cheguei frente ao portão avistei Gonzáles, dei alguns passos ficando frente ao portão, ele então me olhou e arregalou os olhos, parecia até que ele estava vendo uma assombração ou coisa do tipo.
Valentina_ O que foi Gonzáles? Porque que você está me olhando como se estivesse vendo a noiva do Chuck?
Ele abaixou a cabeça com um leve sorriso nos lábios. Isso pra mim era novidade, pois nunca tinha visto ele sorrir, Gonzáles era do tipo de cara fechado, daqueles que dá medo até de encarar.
Gonzáles_ senhora….
Valentina_ Que história é essa de senhora?! - Lhe interrompi, fingindo estar brava.
Agora imagine eu uma mulher que tem a metade da estatura de Gonzáles dando uma de brava pra cima dele, meu Deus só posso estar ficando louca mesmo!
Valentina_ Gonzáles meu nome é Valentina, então se você me chamar de senhora de novo…
Gonzáles_ Mas o chefe não vai gostar disso e…
Valentina_ Gonzáles! - O interrompi novamente e atravessei o portão ficando a sua frente. - Olha pra mim e diz se eu me importo ou não com o que seu chefe vai achar disso.
Ele me encarou brevemente e logo depois acenou com a cabeça com um sorriso fino em seus lábios.
Gonzáles_ Tudo bem, senho… quer dizer, Valentina.
Valentina_ Tá vendo só, não é tão difícil assim pronunciar meu nome. - Eu sorri e ele também.
Quando estava saindo da presença de Gonzáles lhe olhei nos olhos e ele aparentava estar preocupado com alguma coisa.
Valentina_ Você tá bem? - Perguntei.
Gonzáles_ É… sim! É só que eu acho melhor você voltar outra hora. - Lhe encarei franzindo o cenho.
Valentina_ Como assim é melhor voltar outra hora? - Lhe encarei séria e um pouco confusa ao mesmo tempo.
Gonzáles_ Você não vai gostar do que vai ver aí dentro. - Ele então olhou pra casa que estava atrás de mim, eu acompanhei seu olhar sem entender nada.
Valentina_ Gonzáles aconteceu alguma coisa com Daryl, é isso que você quer me dizer?
Minha voz saiu um pouco falha, pois minha cabeça imaginava diversas coisas ruins e em todos os meus pensamentos Daryl poderia estar machucado, só de pensar na possibilidade de alguém ter machucado ele… Não! Isso não, era como se todo o oxigênio fosse tomado de mim e meus pulmões ficassem incapacitados de funcionar, então desespero tomou conta de mim quando Gonzáles não respondeu minha pergunta.
Valentina_ Gonzáles me responde! – Ele então abaixou seu olhar sem me responder nada.
Sem pensar direito saí em disparada correndo e entrando na casa, chamei seu nome ao entrar, mas não tive resposta. Fui até o escritório o lugar que ele adorava ficar, e também não o encontrei. Chamando seu nome como uma desesperada subi correndo as escadas e entrei no quarto em que dormíamos juntos como um furacão. Ao atravessar a porta meu corpo todo congelou com que vi.
Valentina_ Mas o que… - Havia uma mulher deitada na cama debaixo dos lençóis.
Entrei e bati a porta, a loira então se acordou e levantou-se da cama e me encarou.
Valentina_ Quem é você é o que você tá fazendo aqui? – Perguntei já sentindo toda aquela aflição de antes se tornar uma imensa fúria crescente dentro de mim.
Ela deu alguns passos ficando frente a frente comigo com um sorriso debochado estampado na cara.
Bárbara_ Eu sou Bárbara, Bárbara Stones. E você? Ah espera deixe-me adivinhar você deve ser aquela que pensou ter roubado Daryl de mim, não é mesmo? – O seu sorriso aumentou ainda mais. - Ora querida, muitas como você tentaram mas adivinha? Ele sempre volta pra mim.
Fechei meus olhos e respirei fundo para me acalmar, mas estava ficando difícil me controlar. Juro por Deus se essa loira desenxabida não calar essa boca eu faço isso por ela, e olha que a minha mão tá coçando.
Valentina_ Engraçado… - Comecei a gargalhar só de puro deboche e ela fechou a cara. - Por que pelo que eu me lembro e você que vive correndo atrás dele…
Bárbara_ Eu não corri atrás de ninguém. - Murmurou irritada.
Valentina_ Ah não? Tem certeza? - Sorri e depois continuei - Eu conheço muito bem o seu tipo, você só fica com quem tem poder, dinheiro, você é uma vaca egoísta que só se importa com status… mas por dentro você é suja e seca, pois você é incapaz de amar alguém...
Bárbara_ VAI EMBORA DAQUI. - Berrou irritada.
Valentina_ Abaixa o tom queridinha - Me aproximei ainda mais ficando cara a cara com ela. - Quem tem que ir embora é você!
Bárbara_ Depois da noite que tive ontem com o MEU Daryl, eu não vou sair daqui nunca mais…
Valentina_ Ah então você não vai sair? Tem certeza disso?
Bárbara_ Claro que sim! Você acha mesmo que uma vadia como você vai me forçar a sair da casa do meu homem? - Ela sorriu.
Espera um pouco. Essa filha da puta tá me chamando de vadia? É isso mesmo? Espera só que você vai ver a vadia sua cadela!
Valentina_ Escuta aqui sua cadela oxigenada, você vai sair por bem ou por mau…
Nesse instante ela fez uma careta furiosa e levantou a mão para bater em meu rosto mas eu a segurei antes.
Valentina_ Você acha mesmo que vai me bater sua vaca?! - Falei segurando sua mão com força.
Bárbara_ Me solta! - Disse entre ranger de dentes.
Valentina_ Eu vou te soltar… mas não aqui. - Lhe empurrei em direção a porta e ela trombou na porta.
Ela mexeu com quem não devia, e agora ela vai sair dessa casa ou eu não me chamo Valentina.
Quando os seus olhos voltaram a me encarar, ela estava furiosa e correu gritando como uma louca histérica pra cima de mim, me empurrou fazendo nós duas cair no chão. Protegi meu rosto, pois essa desgraçada tentou me arranhar.
Bárbara_ Agora você vai ver - Disse levantando a mão batendo em meu rosto. Seu tapa ardeu mas não o suficiente, pois essa galinha de despacho era fraca demais.
Ela então levantou a outra mão para bater, nesse momento eu reagi e fechei meu punho lhe acertando bem no queixo, meu golpe fez ela virar a cabeça pra trás, aproveitei que ela estava meio atordoada e fiz com que ela saísse de cima de mim. Me levantei segurando minha mão pela dor que senti ao bater nessa vaca. Dei-lhe dois bofetões que marcaram seu rosto depois saí de cima dela e arrumei minha roupa. Entanto fazia isso ela se levantou e dessa vez tentou pegar no meu cabelo mas eu não permiti, girei seu braço para as costas a imobilizando.
Aí você se pergunta como consigo fazer isso sendo que nunca tive aulas de quais quer tipo de luta?
Isso é fácil, acontece que quando você começa a dançar passa conhece vários pontos do corpo e quando você dança ou já dançou Pole Dance sabe que fica fácil fazer isso se você tem um certo conhecimento dos músculos do corpo, fica fácil saber onde é mais dolorido.
Ainda com ela imobilizada levei-a para fora do quarto e então passamos pelo corredor. Ela continuava a me xingar e relutando para que eu a soltasse.
Faltava apenas alguns degraus da escada quando aquela doida me prensou contra o corrimão e para não cair me agarrei no mesmo, mas acabei soltando a vadia, quando isso aconteceu ela agarrou minha jaqueta me puxando para baixo, acabamos as duas rolando sobre as escadas.
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Por Amor a Valentina ( Fanfiction com Daryl Ortega - Is It love? )
FanfictionSinopse. Valentina Monteiro é uma jovem Brasileira que conseguiu ganhar uma bolsa de estudos fora do país aos 17 anos de idade, logo após a morte de sua mãe ela parte para Nova Iorque junto com seu pai. Ela só não sabia que sua vida iria mudar compl...