CAPÍTULO 22

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》》》》》》》 VALENTINA 《《《《《《《

Toda aquela situação era como se fosse um terrível pesadelo, o qual eu estava pedindo a Deus para que me acordasse, e quando abrisse os olhos veria Daryl dormindo tranquilamente ao meu lado.

Mas a dor que eu estava sentindo no meu corpo só comprova que tudo que estava vendo e presenciando era real, aquele maldito homem não se contentou em me bater e agora, ele brinca com meu corpo me cortando com a lâmina de uma faca.

Meus braços estão marcados e pingando sangue, o tapete branco e felpudo do nosso quarto está completamente manchado. Meu corpo parece ter entrado em uma espécie de êxtase, pois, de tão machucada não consigo sentir mais nada, não aguento mais nem ficar de joelhos, eles me jogaram no chão. Somente minha consciência parece ainda está ligada. Minha garganta arde de tanto gritos que já dei, na boca sinto apenas o gosto de sangue.

A única coisa que consigo ver é Daryl com o rosto sangrando, pois aquele desgraçado do Evandro quando se cansou de me machucar voltou para ele e agora… agora eu preferiria estar morta, pelo menos eu não teria que aguentar ver o que mais me faz sofrer, que é ver quem eu amo sendo ferido.

Sinto o calor das lágrimas escorrerem por meu rosto, vejo apenas borrões e tudo em minha volta escurece, por fim perco totalmente minha consciência.



》》》》》》》 DARYL 《《《《《《《

Depois que presenciei esse desgraçado bater e cortar por puro prazer Valentina, desespero tomou conta de mim, comecei a gritar e berrar para que ele a deixasse em paz, pelo visto funcionou, ele veio até mim e como já era previsto começou a me esmurrar com prazer e um sorriso vanglorioso em seus lábios.

Se eu estava com medo? Não.
Com dor? Muita, mas o que mais me fez quebrar foi vê-la jogada naquele chão toda ensanguentada.

E de repente um frio percorreu todo meu corpo, vi ela perder a consciência, e com isso o medo que até então não havia sentido me tocou. Meu corpo inteiro gelou apenas com a possibilidade de que ela não tivesse resistido a tortura de Evandro e tivesse perdido a vida, e o pior tudo isso, por culpa minha.

Puro ódio tomou conta de mim, a fúria me fez ver tudo vermelho e uma força inexiste em mim despertou.

O capanga de Evandro segurava a minha pistola contra minha cabeça enquanto seu chefe se divertia falando asneiras e me provocando. Eu tinha que tentar algo para sair dali, sem pensar direito, dei uma cotovelada no homem que me segurava e tomei a pistola de suas mãos e atirei sem pestanejar. Ele caiu.

Surpreso, Evandro vem para cima de mim aperto o gatilho novamente mas a droga da munição acabou. Ele caminha em minha direção furioso, de repente escuto tiros, Evandro por sua vez, parou de andar e vejo seu rosto mudar de forma, ele então cai com tudo no chão. Surpreso olho para Vicenso que acabou de entrar no quarto com seus homens que renderam os outros dois de Evandro.

Vicenso_ Agora acabou! - Falou olhando para o corpo de Evandro caído no chão.

Assenti com a cabeça e corri para Valentina. Ela estava desacordada.

Daryl_ Não, não,  não! Vamos amor acorda minha gatinha... - Segurei seu rosto em minhas mãos, e desespero tomou conta de mim quando percebi que sua respiração estava fraca.

Vicenso_ Rápido chamem uma ambulância! - Ordenou e logo um dos seus homens começou a discar pedindo socorro.

Escuto o grito apavorado de Luigi que aparece na porta. Logo ele corre até nós e se ajoelha ao lado dela.

Luigi_ Ah não minha criança, isso não pode estar acontecendo, não com você. - Ele começa a chorar.

Depois de alguns intermináveis minutos finalmente a emergência chega, enfermeiros e um paramédico a levam para dentro da ambulância, então eu os acompanho.

Quando chegamos ao hospital ela é levada, e mais uma vez me vejo aqui nesse corredor. Angustiado e com o coração na mão.

Scott_ E aí cara, como é que você está?

Daryl_ Eu estou bem! Porque todo mundo me pergunta isso?

Fora ele todos os enfermeiros desse maldito hospital me perguntam isso. Mas nenhum deles me dá notícias sobre a minha mulher.

Scoot_ Todo mundo te pergunta isso porque você não parece bem, Daryl olha pra você! Todo machucado, sujo de sangue…

Daryl_ E daí, eu estou bem, e quem não gostar de me ver assim que se foda! Não me importo. Tudo o que eu quero é notícias de Valentina…

Luigi_ Daryl… - Ele chamou nossa atenção. Com seus olhos inchados se aproximou de nós. - Você já sabia?

Daryl_ Do que você está falando?

Luigi_ É que a Valentina… - Ele voltou a chorar, depois de uma breve pausa continuou. - Desculpe, eu não sei se ela te contou  mas… bem a minha criança estava…

Médico_ Com licença - O médico nos interrompeu, parece que finalmente alguém vai me dar notícias sobre minha gatinha. - É você quem deu entrada com a paciente… - Olhou os papéis que trazia mas nas mãos - Valentina Monteiro, certo?

Daryl_ Sim, sou eu mesmo.

Médico_ Eu sou Edgar, muito prazer.  Sou o médico responsável pela paciente. - Ele estendeu a mão para um aperto.

Daryl_ Prazer Daryl, e então doutor, alguma notícia?

Edgar_ Por favor me acompanhe.

Ele andava em minha frente sobre o corredor frio, passaram-se algumas portas e entramos no quarto onde Valentina estava. Ela estava desacordada, pálida e respirava com a ajuda de aparelhos.

A visão de vê-la daquela forma me machucou muito, principalmente porque eu sabia que tudo o que aconteceu foi por culpa minha. Se eu tivesse cedido logo as chantagens daquele desgraçado nada disso teria acontecido.

Daryl_ E como ela está?

Edgar_ As notícias que eu tenho não são muito boas. - Ele olhava preocupado para os papéis que tinha em mãos.

Minha cabeça já estava fervendo, pois, como se não bastasse ver quem eu amo naquele estado esse médico não me fala mais nada, já faz alguns minutos que ele olha para esse maldito prontuário.

Daryl_ Vamos Dr. fala logo! - A impaciência já estava dando sinais de que já estava prestes a surtar.

Ele olhou pra mim arregalando os olhos surpreso por minha reação. Logo depois começo a falar.

Edgar_ O que exatamente você é da paciente?

Daryl_ Namorado.

Edgar_ Bom Daryl, eu sinto em te dar essa notícia, mas… infelizmente ela perdeu o bebê.

Bebê? Como assim… então quer dizer que… ela estava grávida?

Daryl_ Espera, então eu teria um filho?

Edgar_ Você não sabia? - Ele percebeu minha surpresa com a notícia. - Ela estava com aproximadamente sete semanas de gestação.

Me sentei na cadeira próximo a cama e peguei na sua mão fria, ela continuava inerte na cama.

Uma das piores sensações que já senti em minha vida me assolou. Além de me colocar em risco nessa minha maldita vida, eu coloquei em risco a mulher que eu amo e pior ainda, por minha culpa perdi meu filho. Essa com certeza é a pior coisa que aconteceu.

Sentado ali olhando para Valentina, comecei a sonhar se essa criança tivesse vindo ao mundo, como seria nossas vidas, como eu iria amá-los incondicionalmente.
Mas minha terrível realidade me puxa de volta dos meus sonhos.

Então eu percebo que não terei futuro, que por mais que eu consiga empurrar os problemas no peito, eles sempre irão voltar e me puxar de volta.

Meu peito arde, com minha respiração pesada, lágrimas escorrem por meu rosto.

Daryl_ Meu filho, eu iria ter um filho com a mulher da minha vida, mas agora…

Edgar_ Sinto muito meu rapaz. - Falou ele pesarosamente.

Com os cotovelos apoiados nas pernas seguro minha cabeça sobre as mãos.
Soluços devido a imensa dor que sinto me escapam junto com o choro que não consigo segurar. A vontade que tenho é de gritar e socar tudo o que estiver à minha frente.

Edgar_ Irei deixá-los a sós, qualquer coisa podem me chamar, Vicenso me explicou o caso por isso não informamos as autoridades do caso da paciente, não é normal para nós recebermos vítimas deste estado, quero dizer, tortura.

Vicenso deve ter comprado o médico para não informar a polícia sobre o que aconteceu com Valentina, a final de contas se a polícia souber do caso, logo chegará a ele, e com certeza ele não quer isso.

Olhei pra ele e assenti. Logo depois ele nos deixou.

Daryl_ Me perdoe minha gatinha… eu nunca quis que isso acontecesse com você, nem com nosso filho… - Não me importei mais e me desfiz em lágrimas. - Talvez se eu tivesse aceitado a sua proposta de ir embora, talvez nós tivéssemos conseguidos ter uma vida… junto com essa criança, mas isso é impossível. Enquanto eu estiver vivo você sempre vai estar em perigo ao meu lado.

Senti a sua mão apertar a minha, esperei alguns minutos esperando que ela despertasse e abrisse os olhos mas isso não aconteceu.

Então tomei uma decisão. A decisão mais difícil da minha vida. Eu tinha que fazer isso, não era justo que eu estragasse a vida de Valentina, talvez ela nunca me perdoasse por essa criança, afinal de contas tudo isso aconteceu por minha culpa, e eu me odeio imensamente por isso.

Daryl_ Você vai ficar bem minha gatinha… você vai ter uma vida feliz… - Agora tentava engolir o choro, mas as lágrimas eram difíceis de conter. - Você terá filhos e vai ter a sua tão sonhada casa com um gramado bem verde e macieiras no quintal…

Sorri lembrando quando ela me confessou que sonhava com uma casa assim, sorri da lembrança dos dias felizes e de como era gostoso escutar suas gargalhada.

Daryl_ Você vai conseguir tudo que sonhar, e eu ficarei apenas nas suas lembranças… Eu te amo Valentina, e é por esse amor que eu vou te libertar.

Enxugue minhas lágrimas e percebi que os olhos de Valentina estavam úmidos, então umas lágrima escorreu pelo lado do seu olho.

Aquilo me comoveu, beijei sua testa e completamente destruído saí daquele quarto.




Por Amor a Valentina ( Fanfiction com Daryl Ortega - Is It love? )Onde histórias criam vida. Descubra agora