05 - Alucinações.

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 São quase duas horas da tarde. Me pego olhando para o teto, decido mais uma vez relaxar e tentar esquecer.

Nesse momento meu celular toca, fico por um momento olhando e sem vontade de atender — olho para tela do celular e vejo que quem me liga é Lanny.

— Alô? — Atendo, depois da quarta chamada.

— Oi, Sr. Vadlet. Tudo bem ?

— Sim, Lanny. O que deseja?

— Me desculpe, Sr. Vadlet, se te incomodo — diz. — Mas é que, devo lhe avisar que o senhor tem reunião marcada com os seus investidores às 15:00 horas.

— Droga! Tinha esquecido... Não podemos adiar? — pergunto, enquanto passo a mão na testa.

— Me desculpe senhor, mas não podemos — diz. — O senhor está doente?

— Estive com dor de cabeça, mas estou melhor — digo. — Me desculpe, Lanny,  mas qual assunto vamos tratar nessa reuniâo?

— O senhor não lembra? Foi marcado para debater idéias de mais rendimentos nas suas cafeterias, seus investidores estão pensando em fazer uma jogada de marketing, para promover mais a sua empresa — explica.

— Hm, entendo... — digo. — E você está melhor? Mally me disse que estava doente.

— Estou sim, Sr. Vadlet — parece surpresa. — Obrigado por perguntar.

— Não por isso...

— Hm, era só isso senhor. Até mais.

— Tchau, Lanny. — desligo.

Levanto da cama. Jogo o celular em cima do criado mudo, sinto uma tontura, minha vista começa a escurecer, me seguro para não cair. Fico alí por 2 minutos, então minha vista volta ao normal. Passo a mão no rosto, quando às vejo, elas estão meladas de sangue. Passo mais uma vez e novamente o mesmo fato acontece. Meu nariz está sangrando. Vou em direção ao banheiro enquanto seguro minhas mãos acima do nariz.

Chego até a pia, limpo o meu rosto uma, duas, três vezes. Nada. Nada parece resolver. Meu nariz está sangrando como nunca! Uma grande cachoeira vermelha. Olho para a pia e percebo que ela está cheia e transbordando sangue. Me desespero, tento pará-lo com minhas mãos, mas apenas piora, começa a acumular sangue e pareço me afogar com ele. Tenho ânsia de vomito, caio no chão e tiro tudo para fora, parece que litros e litros de sangue sai pela minha boca.

De repente tudo ao meu redor está encharcado de sangue, olho minhas mãos, meu rosto, minhas roupas, tudo estava coberto de sangue me vejo nadando no sangue (literalmente).

— Socorro, socorro! — grito.

Estou alí coberto de sangue, tudo anormal, minha vida está anormal, o que está havendo? O que é isso?

Escuto passos apressados entrando no quarto, e não demora muito para entrar no banheiro.

— Querido, o que houve? — ela parece assustada. — Por que gritou pedindo socorro?

— Não vê?! — digo. — estou todo coberto de sangue...  E você nao vê?! — grito com ela.

— Não querido, você não está coberto de sangue — diz, enquanto me envolve em seus braços. — O que está havendo com você?

Suas palavras são como um grande soco em meu rosto. Tudo parece não fazer mais sentido! "O que está havendo?" Ela pergunta, mas eu queria saber a resposta. Queria saber a maldita resposta disso. O que está havendo comigo? O que são essas coisas? Meu Deus, estou ficando louco!

— Querido... querido? Ei, me responde! — ela grita comigo, enquanto me balança me acordando do transe.

— Não sei, Nick, eu não sei! — digo, enquanto me derramo em lágrimas.

— Calma querido, você deve está doente, está tendo Alucinações. — tenta me acalmar. Mas isso realmente não me acalma, se bem que ela está certa, estou tendo muitas Alucinações.

— Talvez seja minha dor de cabeça, querida... — digo tentanto convercer a mim mesmo.

— Sim, querido — diz ao se  levantar. — Talvez seja isso, mas seria melhor irmos ao hospital para ter certeza!

— Não, querida, por enquanto não, tá?!

— Tudo bem, John, só estou preocupada com você.

— Obrigado, Nick — digo. — Mas não se preocupe, estou bem, só estou com dor de cabeça. — Mas na verdade, minha cabeça não doía nem um pouco, estou bem, mas não quero dizer a ela, vai pensar que estou ficando louco, E acho que estou mesmo, penso.

— Pra onde vai? — pergunta, colocando as duas mãos na cintura.

— Hm, querida tenho que ir em uma reunião na Vadlet Café — digo, enquanto escolho as roupas.

— Mas, John! Você não está bem! — diz me puxando para a cama. — Você tem que descansar.

— Obrigado por se preocupar, querida — digo. — Mas nâo precisa se preocupar, já disse,  estou bem.

— Está bem?! — grita. — John Vadlet, não é todo dia que você fica gritando feito um louco no banheiro!

— Por favor, querida, estou bem — Beijo-a. — Olha prometo que se passar mal eu te ligo. Ok?.

— Tá, John — diz, e percebo que ela está preucupada e ao mesmo tempo zangada comigo.

— Obrigado, Nick. Te amo, Viu? — dou um beijo para acalmá-la,  se bem que,  depois do acontecido, eu que deveria ser acalmado.

— Tchau, querida, estou atrasado — digo, enquanto saio da cama para trocar de roupa.

— Tem certeza, John?  — diz. — Não seria melhor ficar e descansar?

— Não querida, esta reunião é muito importante. — Termino de me vestir.

— Hm, tudo bem, John. —ela fica com uma cara meio que, "não diga que não avisei".

— Tchau — digo, enquanto me aproximo da porta. — Querida eu posso chegar um pouco tarde, pois a reunião pode demorar.

— Hm, tudo bem, John!... — me viro e olho pra ela. —  Te amo.

Não digo nada. Apenas abro um sorriso sincero pra ela.

Desço as escadas, olho ao redor, tudo parece em ordem, sem manchas de sangue. Agradeço por aquilo ser apenas um sonho. Vou até a garagem. Ligo meu carro e saio de casa em direção à Vadlet Café.


Olá?

Obrigado por estar acompanhando, até o próximo. :)

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