03 - Apenas um sonho.

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Enquanto dirijo, penso em tudo que me aconteceu, naquela "coisa", e da forma que ele me chamou: "menino mau". Isso normalmente é o tipo de coisa que deixa qualquer um com muito medo. Contudo, devo parar de pensar nisso, em tudo que aconteceu. Devo fingir que estou normal, ou posso ficar louco.

 Dijiro de volta para minha casa, guardo meu carro na garagem e aciono o alarme antes de sair.

 Vejo Nick e as crianças se preparando para o jantar. Abro a porta, entro. Vou em direção à cozinha onde se encontra Nick. Caminho lentamente até abraçá-la por trás.

— Oi, querida... — digo, enquanto a beijo.

— Oi, amor. — ela se vira. — Onde esteve?

— Precisei resolver algumas coisas em The Bronx. — Pelo menos isso era verdade.

— Hm, tudo bem, amor. Está cansado? — me abraça, apoiando a cabeça no meu peito.

— Um pouco, querida.  Apenas minha cabeça que está doendo um pouco. — beijo sua cabeça, enquanto faço carinho em seus cabelos.

— Hm, está com fome? Teminei agora pouco de preparar o jantar.

— Estou sim! – me aproximo da mesa onde jantamos.

— Oi, Ben. — digo. — Oi, Isa.

— Oi, Pai... — Isa responde. — Oi, Pai! – Ben pula no meu colo.

— Como foi na escola? — pergunto a Ben. — conseguiu a vaga para o time de basquete?

— Estou quase lá, só preciso de alguns 30 centímetros e um pouco de musculatura. — diz.

— Ah, e muito treino. Mas não se preocupe, você ainda é só um garotinho.

— Isso mesmo, você me treina, não é pai?

— Sim, eu treino. — na escola eu era um dos melhores, "eu acho".

— Tudo bem, então...

— Isa, acabei esquecendo de comprar sua guitarra. — olho para ela.

— Sem problemas, pai. — fria mais uma vez.

Às vezes me pergunto se eu sou um bom pai. Acho que passei muito tempo sem me aproximar de Isa. Não me envolvi muito com sua vida. Ela é como sua mãe: quieta, meiga, inteligente, mesmos gostos e jeito de sua mãe, me lembra um pouco Nick na adolescência. — Bem, eu acho, apesar de Nick não ter sido nada quieta.

 Amo minha esposa, "mas sou um monstro", penso.

 Terminamos o jantar subo apressado para meu quarto. Pego a toalha, me direciono para o banheiro. — por um momento pensei em não entrar, talvez o medo... mas tomo 'força' e entro. Ligo o chuveiro, deixo a água cair sobre minha cabeça, sento-me no chão, me concentro e deixo a queda d'água sobre mim. Penso e penso, isso acontece muito, às vezes, tem momentos que preciso disso. Lembro-me daquele monstro e vem um arrepio forte no meu corpo, olho para os lados para cima, para a lâmpada, "tudo em ordem". O que está acontecendo comigo? Estou ficando maluco ou algo assim, coisas malucas estão acontecendo comigo.

 Desligo o chuveiro, enxugo meu corpo. Me comtemplo mais uma vez no espelho, vejo a figura de um homem com alguns fios brancos no cabelo, barba por fazer, pele branca meio pálida. Olho-me por alguns minutos depois lavo meu rosto, olho mais uma vez e de repente meu rosto começa a derreter, seguro meu rosto, contudo, ele cai como água em minhas mãos. Meus olhos começam a ficar estranhos uma cor laranja como de fogo, meus cabelos estão duros e espetados, minha boca fica negra, sem dentes e podre, lavo meu rosto mais um vez, esfrego meus olhos, olho mais uma vez para o espelho e ainda estou com a aparência daquele monstro. O que está havendo comigo?  Saio do banheiro apressadamente, visto meu pijama. Olho a hora "22:48" ainda está meio cedo. Respiro fundo, uma, duas, três vezes.

— Está tudo bem, querido? — diz, Nick em cima da cama entre o cobertor.

— Sim, querida. Só estou meio... maluco.

— Maluco? – levanta a sobrancelha, fazendo sinal de dúvida.

— Ah! Não é nada, querida. Vamos dormir. — digo, me aproximando da cama.

— Tudo bem, querido... — diz. — Você está meio estranho hoje.

— Hm, eu também acho... — me cubro com o cobertor.

— Quer me falar alguma coisa? — diz,  quando deita no meu peito.

— É... Não querida. Apenas preciso de uma boa noite de sono.

— Tudo bem, querido. Te amo. — me beija delicadamente.

— Eu também te amo, querida. — beijo-á com ternura.

— Bons sonhos, John. —diz apagando o abajur.

— Pra você também, Nick. — Faço o mesmo.

   ... Está tudo escuro, ligo o abajur, me levanto vou até o banheiro descarrego tudo. Volto, olho para a cama não vejo Nick, onde ela foi?. Vou até o quarto de Isa que fica na frente do nosso. Abro a porta e também não à vejo, o que está havendo? — vou até o quarto de Ben. Também não encontro ele.

Estou ofegante, meu coração bate em disparada, pressinto o mal. Olho para o chão e tem muito sangue vindo dos quartos, começo a me desesperar, sigo as marcas de sangue. Desço as escadas, olho para todo aquele sangue que leva até o depósito, vou seguindo, procuro uma faca, abro devagar à porta, olho para a cena meus filhos estão mortos com os pescoços cortados e encharcados de sangue, logo adiante vejo àquele monstro segurando minha esposa com o facão entre o pescoço dela.

— Seu desgraçado, o que você fez?! — grito e lágrimas caiem do meu rosto. — Solte ela seu assassino.

— John, me ajude... — diz Nick quase sem voz.

— Solte ela, seu desgraçado! — grito.

— John... John. — Nick diz, antes de fechar seus olhos.

 Aquele monstro nem se mechia, seus olhos me olhavam e podia ver as chamas dentro de seus olhos, sua boca aberta saiam vermes e pragas. Seu facão pingando sangue. Sentia muito medo, mas naquele momento não estava, meu corpo estava com muita adrenalina, ele matou meus filhos e estava a pouco de matar minha esposa não podia ter medo.

— Você, John... É um menino mau. — diz o monstro enquanto corta o pescoço de Nick!

— Não, seu degraçado! não... não... não...

— John, acorda! — minha vista está embaçada. — John, acorda, você estava tendo um pesadelo. — abro meus olhos e vejo Nick no meu lado em pé me sacudindo. — John... John, Acorda!

— Hm, querida?! — seguro-a, vejo Isa e Ben ao seu lado. Me levanto abraço muito forte os três.

— Você estava tendo um pesadelo, querido. Estava gritando. — explica.

— Era mesmo Pai... o que houve? — Isa pergunta. Aquilo era tão real, muito mesmo! Mas agradeço por ser apenas um sonho.

— Pensei que tinha perdido vocês... — digo enquanto muitas lágrimas caiem no meu rosto.

— Calma, querido...  Está tudo bem... — diz Nick me apertando. — Está tudo bem...

 Era apenas mais um sonho, "apenas um sonho"...

Oi? desculpa isso não tem nada haver com o capítulo, é apenas uma nota do autor (que no caso sou eu! - risos.) Me divirto escrevendo e lendo minha história. E se estiver gostando (GOSTANDO) não deixe de votar ou comentar - isso ajuda bastante que vocês nem imaginam...

Olhem debaixo da cama antes de irem dormir! - risos.

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