O Mundo Que Não é Meu

Os sentimentos são complicados

Durante minha formação na faculdade de Letras na conhecida Universidade Federal Stephen William Hawking, na qual eu estava passando pela segunda vez  por aquela grande instituição de ensino brasileira, neste momento foi quando conheci um companheiro inusitado que cursava psicologia no mesmo lugar, cujo nome é Nicolas Muniz. Como uma pessoa de coração de ouro, ele me fez ter outra visão sobre a vida, amor e os sentimentos. O mesmo me fez também presenciar vários momentos de felicidade, horror e adrenalina junto aos seus visitantes excêntricos, com vários casos amorosos que meu companheiro resolvia - ou tentava resolver. Esses casos iam dos mais clichês, como um amor não correspondido, aos casos mais sérios e obscuros que chegaram a virar assunto em toda universidade e fora dela também.

Contarei a vocês como conheci o ilustre Nicolas Muniz e os seus momentos iniciais e mais famosos que registrei, conhecidos pela maioria dos estudantes dessa Universidade.

Era no meio do ano quando cheguei em Brasília, na Universidade Stephen William Hawking para iniciar meu curso de letras. Era um inverno rigoroso e o vento gelado soprava calmamente pelas ruas e calçadas onde a maioria dos jovens, que também iriam começar seu ano letivo, estavam fortemente agasalhados na entrada da universidade. Ao deixar meu ônibus, eu fui andando passo por passo, contemplando a grande entrada da universidade que me lançava lembranças, coloquei minha mão gelada no bolso do meu casaco cor de vinho, e cada passo que dava chegava mais lembranças da minha última vez que estive ali durante minha faculdade de Design gráfico, com meus antigos colegas e antigos amores, momentos que nunca mais voltarão. Olhei pela última vez para a placa de de cor prateada que exibia o nome da instituição com letras gigantes e refletia nela o céu cinza e triste. Eu passei pela porta da universidade, deixando meus pensamentos e lembranças para trás e me dei de frente com sua arquitetura familiar moderna, mas com detalhes sutis que de universidade antiga, que expressava o valor que a Stephen Hawking dava para o seu passado. Em seguida, naquele mesmo lugar completando a paisagem acolhedora via-se um corredor cheio de jovens e pessoas adultas, seguindo seu rumo, procurando suas salas ou jogando papo fora. O campus da universidade em si, era gigante, considerada até o maior do país. Tanto que possuía diversos cursos, desde arte e música até engenharia e química tecnológica e para mim que já frequentei o espaço antes, não me perdi tanto quanto na primeira vez que cheguei. O quanto mais eu andava pelos corredores que se alternavam entre espaços fechados e praças de estudos ao céu aberto, só me lançavam mais memórias daquele local e dos momentos animados da minha vida, que agora restaram lugares vazios, folhas secas e tempo cinzento.

Depois da minha lenta caminhada, cheguei na parte administrativa da escola, e fui assinar a declaração e outras papeladas sobre minha a moradia estudantil que ficava em outra parte do Campus. Enquanto eu assinava, percebi que os papeis do meu colega de quarto já foram assinados, com uma caligrafia um tanto curiosa no nome de Nicolas Muniz. Pelo que eu ouvi dos funcionários, ele era um novato e que tinha perguntado sobre minha pessoa. Depois da rápida conversa peguei minhas chaves e fui mais uma vez caminhando até os prédios de moradia dos estudantes que ficava mais a fundo da universidade. Ela abriga pelo que eu sei, 35% dos alunos da instituição. Essas moradias são bastante concorridas e procuradas pelos estudantes.

Aquecendo-me com meu casaco durante o caminho, o tempo triste e melancólico fazia meus pensamentos se voltarem para os momentos tristes da minha vida e tudo que ocorreu até o mesmo momento, parei no banco da praça que ficava separando os dois edifícios de moradias dos estuantes, conhecidos como lado "A" e o lado "B". Essa praça tinha um enfeite com diversas flores e detalhes que lembravam um jardim do século XX. Já que era provável que naquele momento meu companheiro de quarto  estava em nosso aposento.  Então eu fiquei sentado em banco da praça, refletindo sobre o porquê de depois de tanto esforço, nada parece que estava dando certo. Depois do maravilhoso curso que fiz, ocorreu tantos problemas em seguida como términos, brigas entre velhos amigos, dificuldades na família. Minhas memórias felizes se chocavam com minha sensação horrível e o aperto no coração do cruel presente.