O Mundo Que Não é Meu

Epílogo

Após os desastrosos acontecimentos mencionados no conto passado, não é novidade contar para vocês que no dia 25 de Dezembro a universidade foi falada em quase em todo mundo, com varias noticias com títulos que seguiam como: "Desastre na maior universidade brasileira" "Tragédia na Stephen Hawking" "No natal, universidade sofre grande tragédia motivado por relacionamento abusivo" e entre outros milhares de noticias que diziam sobre o caso e a morte da pobre garota que sofria um relacionamento abusivo. Eva havia falecido antes mesmo da ambulância chegar, os procedimentos de Ana não foram os suficientes para o ferimento que o revolver tinha feito. Nicolas, por volta das 6h45 voltou para a universidade, onde encontrou todos perturbados com o fato da noite passada. Alunos que estavam fora e dentro da universidade assistiam a reputação de sua instituição indo por água abaixo por causa dessa calamidade. Professores e superiores atormentados com a imprensa e a futura situação da universidade.

Passaram dias e a Direção da universidade juntos com os funcionários ponderosos que administravam e financiavam a universidade, diziam que iriam rapidamente punir os responsáveis por esse desastre. Contudo muitos sabiam que eles estavam completamente perdidos, pois o principal erro ali cometido, foi o da segurança da própria universidade e do ex-aluno Lucas Custodio De Assis, cujo corpo foi encontrado carbonizado quando o incêndio foi controlado. Jornais diziam que Lucas tinha conseguido o direito de passar a véspera de natal e o natal com a família, mas não foi o que acabou ocorrendo exatamente.

Em nosso silencioso e agora melancólico aposento da 19B, Nicolas continuava com sua expressão de seriedade e frieza, seu rosto parecia não transmitir nenhum sentimento ou emoção. Depois da virada do ano – umas das piores que já tive – eu e Nicolas estavamos em silêncio em nossas comodidades, uma cena que lembrava vagamente dois assassinos esperando o dia de sua execução, pois no dia 3 de janeiro a universidade estava cogitando em demitir alguns funcionários que estavam trabalhando no dia 24 de Dezembro e alguns alunos que poderia esta envolvido nisso, e durante esses dias diversos alunos foram chamados para serem ouvidos sobre o acontecimento.

- Pietro – Chamou meu amigo olhando o vazio e eu o respondi, deitado no sofá, para ele continuar – Você algum dia publicaria esse caso?

- Seria um caso difícil de escrever, mas ainda sim publicaria. Por que a pergunta?

- Não acha que esse caso desmotivaria as mulheres denunciarem casos parecidos? O caso de Eva não era para ter teminado assim.

- Tudo bem Nicolas, você ajudou-a com as melhores da intensões. Em minha visão, o caso pode mostrar para as pessoas o horror que pode ser cometido por um relacionamento abusivo. Assim talvez criar mais consciência sobre o abuso e tentarão ajudar pessoas passando por isso ou fazer que casos assim se repitam cada vez menos, servindo como uma reflexão para homens agressores como Lucas, que é o principal.

Nicolas ficou calado e voltou o seu olhar para o nada, e em seguida deu um forte suspiro.

E esse - depois de inúmeras conversas filosóficas durante os últimos anos - foi o meu último debate que tive com Nicolas. Após alguns dias meu amigo compareceu a sala da reitora e nesse momento sabia que não havia outra explicação além do próprio comunicado de expulsão. Quando Nicolas voltou para o apartamento, para minha tristeza ele carregava um papel em mãos.

- Nicolas, por favor, o que houve? Que papel é esse?

- O papel diz para me retirar da universidade até ás 14h00 do dia 8 de Janeiro - Em tom desanimado ele pôs o papel em cima do braço do sofá

- Eu não posso acreditar que eles te culparam por isso, algo que você só tentou ajudar!

- É Pietro, mas que opção eu tenho?