O mundo está mudando

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Meses se passaram depois do último capítulo apresentados a vocês e foram meses poucos agitados e monótonos, tirando a parte dos diversos trabalhos e lições do começo de semestre. Poucos casos apareceram para Nicolas, pois ainda não era tão conhecido na universidade. E nesses poucos casos eu não fui permitido em está participando deles, mas Nicolas me falava que eu não estava perdendo muita coisa. Além dos casos, esses últimos três meses continuaram os hábitos estranhos e depressivos de Nicolas, às vezes lia o seu livro em silencio outras vezes ficava contemplando o nada com um olhar melancólico, mas raramente ele se trancava no quarto como da ultima vez.

Sobre a minha relação com a Bruna Hidemi, a bibliotecária do ultima narrativa apresentada. Eu comecei a conversar com ela pelo celular e se encontrávamos alguns dias para passear ou até mesmo para receber dicas dela sobre a faculdade de letras, que por acaso ela cursava quando fazia design na mesma universidade, e segundo Nicolas esse relacionamento teria "futuro". Então, com uma conversa sobre meu relacionamento é que começa os dois primeiros casos que consegui registrar, eu falo para vocês que esses casos foram bem simples, - Diferente dos próximos registros que escolhi para vocês, leitores - tão simples que nem precisamos sair dos nossos aposentos para solucionar eles. Porém os casos são importantes, além de tratar de assuntos da atualidade, eles servirão de base para vocês entenderem como era a maioria dos casos que Nicolas recebia e como ele reagia com tais casos.

Estávamos em nosso calmo aposento, a leve brisa da noite entrava através das janelas meio abertas dos quartos. Eu e Nicolas conversávamos tranquilamente na sala sobre as realidades da vida atual.  

- Eu sinceramente acho que a tecnologia ajuda muito as pessoas, - Dizia Nicolas com olhar pensativo, sentado em sua poltrona - Contudo, Pietro, também as traem. Fazendo ficar dependentes ou próximo até de mais das pessoas.

- Como assim? - Perguntei a ele com o celular em mãos aberto em um aplicativo de mensagens.

- Um exemplo seria um casal que acabou de começar um relacionamento. Antes disso eles criaram afeto pessoalmente e virtualmente, levando ao namoro. Mas aí eles começam a se ver obrigados a se falarem todos os dias, e todos os dias se enchem de mensagens amorosas e também se enchem de paranoias, pois se não houver respostas imediatas já se desconfiam. Se desconfiam com tudo que posta e com todos que interagem com as postagens nas redes sociais. Então o relacionamento leve, como o namoro, se trona algo fechado como o casamento, e assim requerendo mais de seus companheiros. Resultando em termino por causa de ciúmes, desconfiança e até mesmo tédio e perca de interesse no parceiro.

-Entendi, então você diz que a tecnologia acelera o relacionamento e estraga o amor.

- De certo modo, a comunicação virtual pode acontecer, mas como os médicos dizem, sem exagero. Às vezes é bom matar a saudade se encontrando pessoalmente ou trocando carinhos.

- Então você acha que não devo chamá-la? - Perguntei se referindo a Bruna.

-Não!- Nicolas quase dá um salto na poltrona - seu relacionamento está perfeito, é muito promissor, não quero interferir em nada!

A nossa calma conversa foi interrompida por batidas na porta, eu olhei atentamente para Nicolas.

- Reze para esse aqui te permitir registrar - Disse Nicolas, que se levantou preguiçosamente da poltrona para atender a porta.

Nicolas abriu a porta de nosso quarto e entrou um homem alto e forte. Tinha um rosto longo e uma leve barba que lembrava a de um adolescente. Seus cabelos lisos de cor castanha caia entre seus olhos cansados. Ele usava óculos de armação simples. O mesmo parecia um pouco desesperado e carregava um celular na mão. Com uma expressão confusa e calado ele fitou o quarto, a mim e meu amigo que tinha acabado de se sentar novamente sem sua poltrona.

O Mundo Que Não é MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora