O Mundo Que Não é Meu

Jingle Bell

É com meu coração devastado e soturno que registro o último e mais trágico dos casos do meu grande companheiro, Nicolas Muniz, na universidade Stephen William Hawking. Todos vocês acompanharam meus relatos desde o meu primeiro contato com meu amigo no caso intitulado como "Os sentimentos são complicados", desde então tentei o máximo que pude registrar todos os pensamentos e filosofia que meu amigo passava sobre a vida e o amor. Foi inegável que os casos e as lições de vida foram um sucesso imenso dentro da universidade. Minha intenção era de parar de escrever depois que os casos foram vedados pela diretoria, contudo houve casos fora da universidade, - cujo alguns eu não citei neste livro - mas houve um caso em específico que afundou todas as minhas expectativas. O caso que teve um custo bem alto, tanto para Nicolas quanto para a própria universidade e seus alunos.

Na primavera, em meu penúltimo semestre de letras na universidade, tudo estava ocorrendo bem. Nicolas teve perdas significativas em sua vida, a Ayla que foi para o exterior e sua querida mãe que havia falecido há um ano. Mesmos com essas dificuldades, de forma diferente de como ele reagia antes, ele levou todos os acontecimentos como um tipo de motivação para seus estudos, e completamente oposto quando chegou na universidade, Nicolas tirava notas boas e fazia excelentes trabalhos, já que também não existiam casos para distraí-lo no tempo livre.

Embora tenha tido uma relação bem forte com Ayla desde a sua infância, após sua despedida, a única amizade forte que Nicolas criou com alguém foi com a Eva - A mesma a que ele citou em "A última dança". - Eva, em si, era uma mulher extremamente bela e sutil. A garota que cursava artes plásticas sempre deu valor à beleza e aos seus negros cabelos curtos. Ainda que os dois estivessem seguindo cursos diferentes, a forma de como ela enxergava a vida era bem parecida com a falecida irmã de Nicolas, sendo essa semelhança o principal fator por qual a amizade foi se fortalecendo. Todavia, essa nossa velha e traiçoeira vida sempre nos pregam situações em que mostram que nem tudo são flores. Em pouco tempo Nicolas e eu percebemos que não havia algo certo com Eva, mesmo naquele calor do início da primavera, ela não deixava de vestir roupas longas ou sempre demonstrava um pouco de melancolia em seu jeito.

Em um passeio, que costumávamos fazer na universidade, Nicolas, falou tudo que chegava a sua cabeça e a perguntou o porquê e o que estaria causando esse jeito anormal nela. Por nossa surpresa, entre muitas lagrimas e soluços, ela desabafou sobre seu relacionamento abusivo, sobre as ameaças, xingamentos e agressões que estava acontecendo há dois anos com seu companheiro, Lucas Custódio. Após o ocorrido ela voltou para seu apartamento universitário 15 A, supondo que não iria conseguir olhar para nós depois de uma confissão "vergonhosa".

Voltando aos aposentos da 19 B, Nicolas demonstrava-se muito indignado com o depoimento de Eva e falava em fazer algo sobre. Neste momento, percebi que estávamos entrando em um tipo de caso como fazíamos antigamente, e eu não poderia deixar meu amigo se arriscar novamente.

-Nicolas, a confissão dela foi bastante chocante e deixaria qualquer um bravo e inconformado, mas eu não posso deixar você se arriscar assim.

-Pietro, eu não sei se você escutou muito bem, porém você viu nos olhos dela o terror que aquele cara faz com ela há dois anos, eu não posso ficar aqui quieto. - Nicolas estava usando um tom de voz alterado e irritado, ele respirou um pouco e passou a mão em seus cabelos pretos e ele continuou- Eu sei do que você está falando, mas isso não pode ficar assim.

- Esta bem Nicolas, você pode até pensar em uma forma de salvar e tirar ela desse pesadelo, e ainda por cima sair ileso e sem culpa por nada que acontecer - Foi a minha vez de falar em um tom sério - Mas se algo der errado e a reitora souber que tem um dedo seu nisso... Nicolas, ela não irá hesitar em te expulsar dessa universidade. E isso não pode acontecer... Não agora em que você está indo tão longe.