Capítulo 4

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As aulas passam rápido e logo a manhã acaba.

O garoto do meu sonho dormiu em três aulas com a maior facilidade, admito que senti um pouco de inveja. Ao menos eu queria ter a facilidade para dormir assim rápido e pesado.

Depois de um tempo me peguei observando ele. O que me causou um pequeno arrepio e uma tremenda confusão na mente.

Simplesmente não consigo entender o motivo dele me chamar tanta atenção, ele é normal igual a todos que conheci. Mas não quero me pegar olhando para ele quando sei que este vai morrer.

Me manter longe de todos é o que tento fazer.

No orfanato faço as minhas tarefas e logo vou para o meu quarto.

As garotas me olham curiosas e sinto que ainda vão fazer mil perguntas para mim o que me faz ter vontade de fugir mais e mais. Me apresso pegando dinheiro e saindo rápido do orfanato.

Alguns minutos depois estou com algumas sacolas de roupas voltando pra orfanato. Olho em volta e vejo aquele senhor.

O medo percorre meu corpo e tento me apressar.

Quem é ele? Por que está atrás de mim?

Espero que não seja um tarado observando sua vítima ou um ladrão.

Sorrio com meu pensamento. Aliás, o que um ladrão vai querer com uma orfã. Mas devo admitir que tenho que tomar cuidado com a primeira opção.

O sol esta deixando o céu e volto logo para o orfanato, já que não perder o horário.

Passo rápido por todos indo direto para o quarto, deixo as sacolas na cama e pego uma muda de roupa.

Após um banho rápido me visto e Lie vem animada em minha direção.

— Oi. — diz ela animada. — Vi você com sacolas, podia ter pedido a minha ajuda com as lojas de roupas. Com certeza iriamos nos divertir.

Sorrio tentando ganhar um tempo e arranjar uma desculpa.

— Bom, eu já tinha pesquisado algumas lojas.

Ela não pareceu acreditar em mim.

— Ok, mas da próxima vez ficarei feliz em te ajudar. Faz um bom tempo que não vou fazer compras. — diz ela. — Samira não costuma nos da dinheiro sempre que queremos ao menos que seja muito importante.

— Eu estava precisando de roupas, as minhas estão ficando pequenas e apertadas. — digo tentando desviar dela.

— A última vez que fui as compras foi quando Juliene estava precisando de calcinhas novas. — Ela sorrio com a lembrança.

— Bom, acho que a Juliene não gostaria de ouvir você falando isso para mim. Ela não parece gostar de mim. — falo. — Desculpe não quis dizer isso.

— Tudo bem — diz ela com um sorriso fraco. — , Juliene não é muito simpática e também não me recebeu tão bem quando cheguei aqui. Foi difícil fazer amizade com ela. — Lie se lembra. — Ela não teve um passado bom.

Suspirei.

— E quem que está aqui teve um bom passado. — falo.

— Bom, pelo menos você já foi adotada. — Ela diz, mas logo nota o que disse. — Desculpe, falei sem querer.

Assinto apenas.

Sim, fui adotada muitas vezes e todos eles morreram. Meu histórico não é tão bom.

— Não tem nada. — digo. — Eu vou indo.

— Está tudo bem mesmo? — pergunto ela insistindo.

Distintos - Presságios dos Sonhos - Vol IOnde histórias criam vida. Descubra agora