Capítulo 16

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Volto para o orfanato acompanhada com ele.

Ainda estou assustada com o que aconteceu e isso fez ele se sentir protetor e se ofereceu para me trazer, não consegui pensar duas vezes e aceitei no exato momento em que me perguntou.

Fizemos o caminho todo em silêncio, ele resolveu que seria melhor não me fazer perguntas. Pelo menos é isso o que acho.

Quando chegamos eu o agradeci e ele sorrio. Mas houve um estranho silêncio entre nós até que Lie me chamou e nos despertar. Eu sorri e antes de entrar eu o ouvi dizer seu nome.

— E aí, o que rolou? — Lie me pergunta curiosa.

— Como assim? Não rolou nada.

— Ah, qual é. Então me diz o que ele queria.

— Não é óbvio, queria saber sobre o que houve quando eu o salvei.

— E o que disse?

— Nada demais, dei uma desculpa e o diz aceitar mesmo não acreditando.

Ela sorrio.

— E Samira? — pergunto.

— Ela anda meio misteriosa, a Juliene me disse que ela apareceu de manhã e saiu sem falar com ninguém.

— Como assim?

Ela suspira triste.

— Ela me disse que ficou sabendo que Samira vai deixar o orfanato. — O quê? Ela não pode fazer isso e nos deixar sozinhas. — Parece que ela decidiu pedir demissão e daqui uns dias ela não será mais a diretora daqui.

— Mas por quê? Tipo, ela descobre sobre nós e desaparece?

— E ela não foi a única a desaparecer. — comenta.

— Como isso tudo esta acontecendo? — Não consigo evitar ficar frustrada. — Samira desconfiou de mim e descobriu chamou Gregório que nos contou o que somos e desapareceu e Samira teve uma recaída e vi um pouco do passado dela, mas agora ela também quer desaparecer de nossas vidas. E eu nem sei mais o que fazer. Nem sei controlar o que tenho direito e isso me deixa desesperada e também ainda nem sei do que sou capaz. Eu não consigo entender. Quando cheguei aqui Samira me disse que tentaria me ajudar mas parece que tá fugindo de mim. De nós.

Coloco tudo para fora e realmente não consigo entender o que esta acontecendo. Me sinto perdida de novo e isso me faz pensar se eu mereço ajuda. Parece que não.

— Não é só você que está assim, eu também estou. — Lie me diz calma, ela me entende.

— Mas pelo menos você consegue controlar.

— Não por completo. — Ela diz. — Você sabe que não costumo usar frequentemente o meu dom.

— Pelo menos você tem escolha de usar ou não usar. — Tento sorrir.

— As pessoas acham estranho sabia? — Ela sussura ao passarmos por uma garota.

— O quê? — pergunto.

— Eu nunca fico doente. Fui a única daqui a não pegar uma gripe ou virose. — fala Lie.

Alexandra deixa meu sonho, minha lembrança. Agora ela sabe um pouco sobre mim, sobre meu passado. Era assim que eu era desde criança, era a aberração, uma criança estranha. Eu sei o que ela está passando, eu entendo.

Esta casa hoje esta destruída, ela já não existe mais. Depois do que fiz, a culpa por tê-lo matado. Era a minha família, a família que nunca conheci. Quando meu pai morreu eu desapareci. Gregório me criou longe deles, longe de minha mãe que em toda a sua vida achou ter perdido a filha. Ela desistiu de me procurar e até a sua morte pensou que eu estava morta e que meu pai me matou no lago. Ela se convenceu que meu corpo estava no lago mesmo todos dizendo a ela o contrário.

Distintos - Presságios dos Sonhos - Vol IOnde histórias criam vida. Descubra agora