Capítulo 7

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Cheguei cansada, louca para terminar aquele angustiante dia, mas para completar a minha desgraça, esbarro logo com a Dona Linda

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Cheguei cansada, louca para terminar aquele angustiante dia, mas para completar a minha desgraça, esbarro logo com a Dona Linda. Contudo, não sou dramática ao ponto de explanar o meu infortúnio para pessoas insignificantes.

— Bom dia, Dona Linda. Estou no quarto se precisar de mim. — Caminhei em direção ao muquifo que chamo de quarto.

— Espere Bela, me ajude a preparar o almoço, não tem ninguém em casa, todos estão em seus respectivos trabalhos ou faculdades — indagou mexendo a comida na panela de pressão.

Olhei para a senhora, indignada. O máximo que cheguei a fazer foi fritar um ovo todo esbagaçado, algo muito honrado da minha parte.

— Não sei cozinhar. — Sorrir em exasperação.

— Isso não é um problema, eu vou te ensinar, então "vá" se trocar e desça. — Ordenou como se fosse a minha mãe, em um vocabulário chulo desprezando a gramática.

Fala sério!!! — pensei contrariada.

Nunca cozinhei, mesmo morando com a mamãe. Quem ela pensa que é?

Subi para trocar de roupa, aproveitando para afrouxar o coque que estava encolhendo o meu cérebro.

— Às cebolas estão na mesa — pronunciou assim que adentrei a cozinha.

— Não há outra coisa para fazer? Não gosto de cortar cebola. — Fiz um muxoxo, prestes a fazer birra.

— Não... Pretendo comer uma comida saborosa — respondeu em um tom pacato.

Emburrei o rosto, em sinal de desaprovação, fazendo a contragosto o ordenado.

— Aí! Porcaria. — Nem acabei de cortar a primeira cebola e já cortei a mão.

— O que aconteceu menina? — Dona Linda veio rapidamente.

— Me cortei. — Peguei um pano de prato para estancar o sangue.

— É um corte superficial, lave-o e volte a cortar. — Deu uma olhada na minha mão.

— Fala sério, não sirvo para isso — protestei.

— Como você se alimentava? Se não sabe cozinhar, nem pelo menos uma comida simples.

— Por isso existe entrega domiciliar e empregada — respondi à altura.

— Desse jeito o seu salário não irá durar duas semanas. — Deu a cartada final.

Isso tenho que concordar, com a merreca que irei ganhar não vai dar para nada.

— Não importa, só sei que a partir de amanhã irei trabalhar.

— Que bom minha filha — falou me abraçando de surpresa.

— Obrigada. — Não correspondi o seu abraço, meio sem jeito.

— Agora volte a cozinhar, já que seremos só nós duas para o almoço hoje. — Retornou para os seus afazeres.

O Chefe da MegeraOnde histórias criam vida. Descubra agora