Capítulo 39

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Enquanto estou nostálgica, lembranças mortas retornam do passado como fantasmas para me atormentar

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Enquanto estou nostálgica, lembranças mortas retornam do passado como fantasmas para me atormentar.

— Me perdoe! — Gritei quando o vi casado à minha frente.

Lindo, sempre foi bonito. Um perfeito príncipe, mas não é meu, nunca foi, só tive a ilusão de tê-lo. Como a ostra tem a ilusão de pertencer aquela perola, mas até o momento que vem o ser humano para separá-las.

— Pare Bela, você está envergonhando a sua família. — Miguel disse enquanto me contorço em seus braços por não ter aquele que amo.

Sou arrastada do casamento com desgosto pelos meus irmãos furiosos, por me encontrar envergonhando o nome da família, com meus "caprichos infantis", como papai costuma dizer.

Philip se senta no sofá comigo agarrada ao seu peito, porém, para a minha completa felicidade papai entra pela porta assim que chegamos em casa.

Foi a pior festa de casamento da minha vida, onde não sou a noiva... nunca fui.

— O que foi isso Bela? Já não bastou tudo que você fez? Como faz um vexame desses? Quer manchar o nome de sua família? — Confabulou furiosamente.

— Eu... — Me cortou com os seus olhos vermelhos de raiva.

— Sem EU, você é culpada, seu EU é o culpado. Sua mãe não devia te mimar tanto, olhe agora, o que você se tornou? Uma jovem mesquinha que só se preocupa com o seu umbigo. — Despejou as suas afirmações sem se importar com o meu estado.

— Isso não é verdade. — Me levantei o enfrentado.

— Como não é verdade? Olhe para você, se humilhando por alguém que não te ama, pare de ser obcecada, pare de criar planos para trazer de volta o seu noivo, você perdeu uma quantia da herança que sua mãe deixou nessas suas investidas de reconquista, volte a realidade. Se sua mãe estivesse aqui ela morreria de desgosto, me arrependo amargamente de ter adotado você. — Saiu de casa me deixando completamente ferida e arruinada.

Você não quis me adotar, nunca quis, se não fosse pela mãe nunca seriamos uma família, na verdade, você nunca fez parte de nossas vidas. Ela sempre foi a ligação desta casa, sem a dona Solano nunca estaríamos juntos. Ela é muito mais do que merecemos, sempre foi.

— Sinto muito — disse Philip se distanciando para alguma parte da casa, como sempre.

— Um dia quero que aprenda uma lição. — Miguel tocou o meu ombro.

— Qual? Espere, deixe-me adivinhar... — Coloquei uma voz totalmente melódica e pronunciei as palavras que ele queria. — Esqueça Sebastian, vire a página, acertei? — Fiz chacota das suas frases costumeiras.

— Não, seja humana. Aprenda a perder, sofrer, sorrir, brincar. Pense, perdeu agora, mas lá na frente terá o dobro. A vida não é um conto de fadas, e você não é a vilã dele, seja dona da sua própria história, não viva a vida dos outros, viva a sua, sem passar por cima de ninguém pelo caminho. — Suspirou como se estivesse realmente cansado.

O Chefe da MegeraOnde histórias criam vida. Descubra agora