Capítulo Nove

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Nós nos vestimos rapidamente, eu não conseguia esconder o sorriso de uma garota travessa que havia feito uma coisa errada e tinha gostado muito disso. Antes de sair da sala,  Throe me coloca contra a porta.

— Vamos para a minha casa — falou baixo, eu me arrepiei, tanto pela expectativa tanto pela oportunidade de investigar mais
— Ok — sorrio. Ele me dá mais um beijo que me incendeia inteira. Saímos da sala e pegamos uma rota segura para o carro de Throe.

Oliver não estava mais lá para dirigir, Throe chegou rápido na frente de um prédio alto, onde eu podia apostar que seu apartamento ficava no último andar. Da garagem nós subimos direto para o último andar. O elevador para já em um hall de entrada e ao abrir a porta se revelava um baita espaço.

A sala era de piso de madeira, havia um sofá em forma de L, um carpete preto felpudo, duas poltronas pretas, um piano de cauda branco, sem contar as janelas com uma vista paradisíaca para toda a cidade de Miami, principalmente o mar.

Eu sabia que Throe havia feito um império, mas ele até que era bem minimalista para um homem tão poderoso, suas coisas eram caras, mas ainda sim simples e isso era de reparar.

Seu apartamento era grande e assim que estávamos dentro dele, Throe estava com suas mãos grandes em mim, me pegando em seu colo e me levando para o corredor que havia apenas três portas grandes. Ele abriu a última me revelando seu quarto.

Dessa vez as coisas foram mais calmas, Throe me colocou com calma na cama e beijou todo o meu corpo assim que se livrou do meu vestido. Então finalmente beijou a minha boca, não soube dizer se aquilo foi apenas um mero beijo, mas eu realmente gostei muito.

Seu corpo enorme em cima do meu me fez suspirar um pouco alto,  e finalmente o senti de novo dentro de mim, e aquela pareceu novamente a primeira vez que não tinha sido a muito tempo. Céus, eu realmente estava louca por aquele homem.

Nos invertendo, eu fico por cima de seu quadril, eu sinto suas mãos no meu cabelo, me puxando para beija-lo, eu faço em quanto me novo com pressa e força. Sentir suas mãos em mim me deixa arrepiada, meu corpo parece que vai entrar em erupção e então um grito escapa de mim, eu gozo em Throe e ele sorri fazendo o mesmo dentro de mim, e eu não me importo nem um pouco.
— Mulher, que loucura você é — ele diz sorrindo, eu verdadeiramente gosto muito de ver aquilo, ele não parece com o meu chefe durão que habitualmente vejo.
— Throe eu posso perguntar uma coisa? — ele me olha
— Claro
— Como você conseguiu esse império todo? — ele me olha por um momento, e quando eu acho que ele não vai responder...
— A boate não me daria tudo isso, além das garotas eu tenho muitos negócios por fora — ele dá de ombros
— E esses devem ser grandes negócios não é mesmo? Já que na festa de hoje nós vimos até o prefeito — dou um riso brincalhão, para disfarçar
— Esse é um mundo muito perigoso Latiffa, gente poderosa de diversas partes da política e até da nossa polícia estão envolvidos, um passo em falso e tudo pode ir pelos ares, inclusive sua própria vida.
— Um passo em falso?
— Pode ser qualquer coisa, por isso os negócios geralmente são feitos a distância, eu raramente vejo aquelas pessoas, somos um campo minado, uma coisa da errado puf!
— Então, por exemplo, a polícia não é um problema pra vocês?
— Não, você viu o general lá hoje, ele é um grande aliado. Sabe de tudo o que acontece na polícia e me delata tudo assim como faz com os outros. — respiro fundo, controlando a minha raiva e ao mesmo tempo admiração por um esquema tão bem armado como aquele.
Se o general falava tudo o que sabia para eles, então ele não sabia dessa operação, a polícia estava em vantagem. Jake era o cabeça, ele sempre deveria ter sabido que alguém dentro do nosso sistema estava metido nessa falcatrua toda.
— No que você está pensando? — pergunta Throe, me dispersando do meus pensamentos
— Que vocês realmente são gênios — me aproximo dele quando vejo sua expressão séria — e que eu ainda não estou satisfeita — sussurro perto da sua boca. Aquilo faz Throe sorrir maliciosamente e me puxar para ele novamente.

                 ❌❌❌

Demorou um pouco, mas Throe dormiu, eu levantei, coloquei o meu vestido, amarrando meus cabelos eu saí do quarto e andei na ponta dos pés até sair de perto de seu quarto. Segui até a sala e olhei em volta, aquele era um espaço e tanto.
Me perguntava por onde eu poderia começar a investigação do local, e apesar de tudo parecer super normal eu sabia que tinha muita coisa escondida. Olho em volta novamente, começando a andar com cuidado, o piso era de madeira polida e não rangia em nenhum ponto...
Até às taboas grossas fazerem um micro ruído que se eu não fosse treinada, não ouviria. Piso novamente no ponto e ouço barulho baixo. Me abaixo checando o chão, apalpando em todas as direções, mas com cuidado.
De repente notei que um filete da taboa estava levemente em pé, com a ponta da unha eu o levantei, a taboa se moveu, depois outra, e outra, até uma passagem se revelar. Olho pra baixo, uma escada antiga de ferro levava até o fundo, então eu segui por ela.
Lá em baixo eu vejo caixas e mais caixas e um cheiro forte de produtos químicos. Agindo mais rápido que posso, pego uma tesoura que encontro em uma das prateleiras, abro uma das caixas, estavam cheias de sacos pretos. Faço um rasgo neles vendo e provando o que eram.
— Drogas — sussurro para mim mesma. Havia uma quantidade absurda ali, só aquilo já colocaria Throe na cadeia por muitos anos, sem contar que aquele depósito era enorme, havia carregamentos grandes ali. A minha teoria estava ali, sendo comprovada.
Throe mandava fazer as drogas, as guardava em sua casa e logo depois vendia para os traficantes da cidade. Fronteiras realmente não seriam problemas se o general estava do lado deles. Throe tinha passe livre por todo o país e logo estaria distribuindo para o mundo todo!
Eu poderia entregar tudo aquilo agora mesmo, mas eu precisava primeiro saber mais sobre o esquema, com certeza eles teriam vários planos de ação se acaso um fosse apanhado pela parte honesta da polícia. Deixo o depósito e subo novamente, o fechando e deixando como se nunca tivesse sido tocado.
Continuo meu tour pelo apartamento. Entro em outro corredor e vejo alguns quartos e na última porta estava o escritório de Throe, ali com certeza eu teria mais algumas informações concretas.
— Procurando alguma coisa? — meu corpo gelou, aquela não era a voz de Throe, era Henry. Me viro o olhando, dou um sorriso falso.
— Oi, o que faz aqui?
— Não banque a esperta comigo, garota, eu estou de olho em você e tem alguma coisa me dizendo que você não apareceu naquela noite atoa — Henry deveria trabalhar na polícia, o cara era realmente muito esperto.
— Bom, eu estava procurando a adega ou algo assim, queria tomar alguma coisa
— Escuta — ele agarra meu braço e me empurra contra a mesa de Throe — seja lá o que for que você esteja armando, eu vou descobrir, e espero que você esteja bem longe quando isso acontecer — cansada do aperto que ele me da, tramo uma armadilha na minha cabeça.
De repente começo a gritar alto e rasgar meu vestido, bagunço o meu cabelo, lágrimas descem por meu rosto, de pura raiva, mas sabia que estava fazendo o certo. Vejo Throe entrar de supetão na sala apontando uma pistola para a cabeça de Henry
— Que merda está acontecendo aqui?
— Essa mulher é maluca, eu nem encostei nela! — Throe me olha, eu corro para ele, fingindo perfeitamente estar com medo e super assustada
— E-ele me agarrou e...— volto a chorar me encolhendo nele
— O que?! Sua mentirosa de merda! — ele tenta vir pra cima de mim, mas Throe me põem em suas costas e mete um soco no rosto de Henry, o mesmo me olha ao se recuperar do baque, eu lhe dou um sorriso de vitória, mas logo volto a cara de choro para Throe.
— Você vai acreditar nessa vadia?! Qual é porra?!
— Saí da minha casa, agora!
— Você é burro! Ela não é a Abby, a Abby tá morta! Você matou ela...— mais um soco, mas aquilo não o calou — me bata o quanto quiser, me ferir não pode mudar o fato de que sua garota está morta e essa aí está armando pra cima de você! Não seja idiota
— SAIA DAQUI AGORA, PORRA! — Throe empurra Henry pra fora da sala e me olhou.
— Você se machucou? — mostro a marca do agarro no braço que Henry havia me dado
— Me desculpe, a culpa foi minha, eu me perdi e acabei aqui, eu — volto a chorar
— Não foi culpa sua, calma — com isso ele me levou até o quarto novamente.
Lá ele me deu uma camisa para vestir, já que o meu vestido estava em frangalhos. Depois de me vestir, eu sequei as lágrimas e olhei para Throe.
— Acho que agora você poderia me falar algumas coisas — ele se senta do meu lado
— Como o que?
— Quem é Abby e por que o Henry disse aquilo? — eu podia ver que o Throe não estava pronto para me contar isso, mas me olhando nos olhos ele tomou alguma fôlego e eu vi que aquele seria uns dos únicos momentos de honestidade de Throe Mc’Connor.

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