Capítulo 12

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Elizabeth, antes de pegar no sono, resolveu mandar uma mensagem para Wickham, dizendo que não poderiam mais saírem juntos. Lizzy achou que não seria legal falar isso pelo whatsapp, mas eles não tinham nada sério, ou tinham? "Não, claro que não", ponderou em pensamento.

"George, sei que está tarde e, é meio chato falar algo assim por mensagem. Porém, acho melhor não nos vermos mais. Eu gosto de outra pessoa, achei que não era nada, só que não tinha entendido meus próprios sentimentos até ontem. Sinto muito, se cuida, beijos"

Elizabeth enviou, colocou a mão sobre os olhos e desligou a internet com medo da resposta. Sentiu uma dorzinha no peito por fazer aquilo, tinha muito receio de partir o coração de alguém. Entretanto, era necessário, não seria justo com ela e nem com ele continuarem se vendo.

No outro dia, Lizzy seguiu para o trabalho sozinha, Charlotte tinha saído um pouco antes, pois a Sra. Catherine queria que os seus pupilos trabalhassem do escritório da Paulista. De lá, Charlotte iria direto para a faculdade, afirmou que estava negligenciando um pouco os estudos e precisava colocar tudo em dia. Afinal, era o último ano e logo ela se formaria. Jane voltaria para Curitiba no fim da tarde, precisava resolver muitas questões, mas retornaria para assinar o contrato e agendar o dia das fotos.

Elizabeth resolveu ir caminhando da estação Tatuapé até o estúdio, não era muito longe e ela queria por em ordem os próprios sentimentos. O dia estava ameno, perfeito para andar no período da manhã. Ela caminhava tão absorta em seus pensamentos que nem percebeu movimentação por perto, estava a duas quadras do estúdio, quando George Wickham a abordou.

— Bom dia, Lizzy. - Cumprimentou sorridente.

— Oi, George. O que faz aqui? - Perguntou surpresa.

— Recebi sua mensagem ontem e queria saber porque me dispensou. - Respondeu aproximando-se dela.

— Bom, eu expliquei, não seria justo continuarmos saindo. - Afirmou e continuou caminhando.

— Eu posso te fazer esquecer qualquer um, é só você me deixar tentar. - George segurou-a pelo braço.

— A questão não é essa George, eu preciso ver o que quero fazer com meus sentimentos sozinha, agradeço. - Retrucou livrando-se de seu aperto.

— Está sendo egoísta, eu gostei de você de verdade, não vou te perder agora.

— George, me desculpe, eu me deixei levar aquele dia. Sinto muito! - Exclamou acelerando o passo, não estava no clima para discutir com ele.

— Sabe que se me dispensar não encontrará outro cara igual a mim, você até que é bonitinha, mas não tem nada além disso. - Desdenhou ganhando a atenção de Elizabeth imediatamente.

— Do que você está falando? - Desafiou. - Você é muito egocêntrico se pensa que é o último homem que se interessaria por mim! -  Elevou o tom de voz.

O bairro por si só já era calmo; mas, àquela hora da manhã ninguém passava por ali, a não ser vizinhos e quem trabalhava por perto. Dessa forma, Elizabeth e George estavam sozinhos.

— Lizzy, para de dar uma de difícil, vamos nos entender. - Deu um sorriso sarcástico e puxou Elizabeth para perto, fazendo com que ficasse rente ao seu corpo.

— Me solta, George, eu não quero nada com você! - Exclamou nervosa.

Wickham segurou Elizabeth com força, enquanto ela já sentia o coração acelerar dentro do peito.

— Me solta! - Gritou.

No outro instante, Lizzy sentiu alguém puxá-la e empurrar George para longe.

— O que você está fazendo? - Darcy perguntou parecendo alterado.

Elizabeth notou suas bochechas muito avermelhadas, da mesma forma em que estavam quando ele discutiu com a Sra. Catherine. Olhou ao redor e viu seu carro estacionado totalmente errado.

— Não ferra, Darcy. - George devolveu. - Hm, espera, já entendi tudo. - Divagou, como se uma lâmpada acendesse em sua frente. - Então é pelo Darcy que você se apaixonou? - Deu uma gargalhada sarcástica.

Elizabeth sentiu o rosto queimar de vergonha. Não conseguiu negar, as palavras sumiram de sua boca.

— Wickham, você está bêbado. Deixe Elizabeth em paz, caso contrário vai se arrepender. - Darcy ameaçou, colocando Lizzy atrás de si.

— Qual é Darcy, nem homem você é. - Rebateu sorrindo. - Elizabeth, você merece um homem de verdade. Me deixe te mostrar, aquele dia nem tive tempo de te levar pra cam... - George não conseguiu terminar a frase.

Darcy desferiu um soco certeiro, fazendo-o cambalear para trás.

Lizzy estava em choque, achava que aquilo era um pesadelo e ela precisava acordar, até que sentiu a mão de Darcy segurando-a pela cintura.

— Elizabeth, entra no carro. - Darcy abriu a porta. - Vai embora Wickham, é a última vez que eu aviso!

George seguiu cambaleando um pouco, enquanto limpava o filete de sangue do canto da boca. Em seguida Darcy entrou no carro e olhou para Elizabeth.

— Me desculpa. - Pediu ela, sua voz era quase inaudível. - Não acredito que isso aconteceu.

Elizabeth sentia lágrimas quentes descerem por seu rosto, o coração acelerado e as mãos trêmulas.

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