Elizabeth presumiu que Darcy lhe diria algo como "eu te avisei que Wickham não prestava"; entretanto, ele disse completamente o oposto:
— Você não precisa se desculpar por algo que não teve culpa - Consolou-a entregando um pacote de lenços que estavam no porta luvas. - Vai ficar tudo bem, Elizabeth.
Lizzy estava com os cabelos soltos naquele dia, tanto que alguns fios grudavam em seu rosto, devido as lágrimas que caíam. E, quando fez menção de afastá-los, sentiu um toque suave na bochecha. Darcy colocara uma mexa grossa atrás de sua orelha, fazendo com que Elizabeth olhasse para ele, absolutamente surpresa.
— Obrigada por ter aparecido. - Agradeceu, fitando aqueles belos olhos azuis.
— Tudo bem, não precisa mais chorar. - Respondeu e acariciou levemente a bochecha dela com o polegar.
Elizabeth estremeceu com o toque, mas sorriu em resposta.
— Você não está em condições de ir para o estúdio agora. - Darcy ponderou, ligando o carro.
Lizzy ficou desapontada por ver que ele já tinha cortado o contato, como se tivesse feito algo errado.
— Preciso ir, o que sua tia vai pensar. - Elizabeth nem se lembrara que Catherine estaria no escritório da Paulista.
— Minha tia não virá hoje. - Lembrou e seguiram em silêncio.
Elizabeth não sabia para onde Darcy iria, ainda jazia muito envergonhada com o que acontecera. Apesar de ele ter se mostrado compreensivo. Mesmo assim, aquela situação fora extremamente constrangedora, Lizzy se arrependia por ter se envolvido com George em tão pouco tempo. "Céus, por que eu fiz isso?", perguntava em pensamento.
Instintivamente, Elizabeth voltou os olhos rapidamente para o volante, percebendo que a mão direita de Darcy estava com os nós dos dedos completamente vermelhos. Sentiu-se pior ainda. Consequentemente, levou a própria mão até o local e tocou levemente sua pele com as pontas dos dedos, Darcy olhou para ela no mesmo instante.
— Não se preocupe, nada que um pouco de gelo não resolva. - Descontraíu sorrindo de canto. - Elizabeth, George mencionou algo sobre você estar apaixonada por mim. - Tocou no assunto, Lizzy ficou inquieta no banco do passageiro.
— Eu disse que não sairia mais com ele porque gostava de outra pessoa, somente. - Afirmou olhando para a janela, não queria que Darcy pensasse que era por ele. Não mesmo.
— Você me falou outro dia que não estava apaixonada. - Rebateu com o cenho franzido.
— Eu disse que não sabia ainda se estava apaixonada por George. - Enfatizou e se virou para encará-lo.
— Verdade. - Darcy assentiu. - Então você deixou um amor em Curitiba para vir tentar a sorte em São Paulo?
— Na verdade não. - Elizabeth negou com sinceridade. - Eu nunca fui de me apaixonar facilmente.
— Entendo, então você disse isso só para dispensá-lo? - Darcy insistiu no assunto.
— Não, eu me apaixonei aqui em São Paulo por outra pessoa, mas só percebi depois de sair com o George. - Suspirou lembrando do ocorrido. - Não entendo muito bem sobre paixão e muito menos sobre garotos. - Deu de ombros.
Eles conversavam como dois amigos, isso fez com que Elizabeth baixasse a guarda com relação a Darcy.
— Você saiu com George para esquecer essa pessoa? - Perguntou olhando rapidamente para Lizzie, pois ainda não tinha estacionado o carro.
— Acho que sim, é um sentimento unilateral e na real nem sei como surgiu. - Respondeu sorrindo levemente. - Ridículo eu sei, como alguém se apaixona em tão pouco tempo. - Essa parte saiu mais pra si mesma do que para ele. - Jane que me fez reconhecer os meus sentimentos.
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Amor a um clique
RomanceUm jovem Darcy e uma sonhadora Elizabeth. Ambos se encontrarão na grande Metrópole; São Paulo, para trabalharem juntos em um estúdio de fotografia. Nessa releitura, as dificuldades impostas a esse amor serão outras; porém, não menos opressoras. Será...