Capítulo 18

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— O que quer, Darcy? - Perguntou desafiadora. - Você me iludiu de todas as formas possíveis, praticamente flertou comigo em várias ocasiões e pra que? Será que eu fui louca de entender mal os sinais ou realmente você brincou comigo? - Continuou, enquanto ele a encarava com os olhos profundamente azuis. - Você disse que jamais brincaria comigo... - Sussurrou a última frase e virou de costas, para que Darcy não notasse as lágrimas se formando em seus olhos castanhos.

Ele aproximou-se por trás de Elizabeth e a girou em seus braços; ficando, consequentemente, a centímetros de distância. Como ela era bem menor, Darcy precisou abaixar a cabeça para que olhassem nos olhos um do outro. Ele notou então, que o olhar de Lizzy era ainda mais intenso do que se lembrava.

Elizabeth, por sua vez, começava a se acalmar, notando que Darcy era ainda mais bonito de perto.

Ele enxugou uma lágrima solitária que escorrera pelo rosto de Lizzy e aos poucos foi diminuindo a distância entre os dois. Elizabeth podia ouvir sua respiração entrecortada, enquanto Darcy a segurava com firmeza pela cintura. Lizzy observou, enquanto isso, que as pupilas de Darcy estavam dilatadas e cobriam boa parte da íris colorida. Mal se via o azul cristalino que tanto amava, ela sorriu em resposta e sentiu os lábios dele tocarem os dela com ternura, mas também desejo.

Correspondeu no mesmo instante e levou uma das mãos até sua nuca, de forma carinhosa. Darcy a puxou para si e intensificou o beijo, como se aquele contato não fosse suficiente. Ele subiu a mão direita até os cabelos soltos de Lizzy, enquanto a outra permanecia fazendo pressão em sua cintura. Darcy sorriu em meio ao beijo, quando Elizabeth mordiscou levemente seu lábio inferior e percebeu que ela também sorria.

A sensação que Elizabeth sentiu enquanto ele a beijava era indescritível. Em contrapartida, no instante seguinte, como se a razão tomasse conta de seus pensamentos, Lizzy o afastou abruptamente.

— Por que fez isso? - Elizabeth questionou confusa, ainda sentindo as sensações causadas pelo beijo.

— Porque eu te amo... - Darcy sussurrou em resposta. - Anseio que não fiquemos separados a partir de hoje. Lizzy ficou em silêncio, no mesmo estado de letargia de quando ele alegou que corria sério risco de se apaixonar. Darcy prosseguiu - Eu fui ao estúdio hoje na esperança de vê-la, queria dizer-lhe o que eu sinto verdadeiramente. Sofri esses últimos meses me questionando se era real esse sentimento. Confusão, ciúme, medo, senti tudo isso sem saber se você realmente me amava. - Despejou como se àquelas palavras estivessem sufocadas em sua garganta há muito tempo. - No começo eu me incomodei com a sua presença, impliquei com seu sotaque e afirmei ao meu amigo que você jamais me tentaria. Porém, eu estava completamente enganado, Lizzy. Você despertou em mim algo que eu jamais havia sentido antes. - Deu uma pausa para respirar como se o ar estivesse escasso. - Charlotte me contou o que havia  acontecido hoje cedo e eu entrei em desespero. Preciso te explicar, Caroline me enganou, ligou alguns dias atrás descontrolada, dizendo que estava muito triste e que não superou nosso término.

Àquela altura Elizabeth já havia se sentado no sofá. Ainda não conseguia acreditar no que ouvia. Entretanto, o silêncio de Lizzy encorajou Darcy a continuar:

— Caroline afirmou que estava em uma casa de show que já tínhamos frequentado juntos. Eu fiquei um pouco preocupado; pois, apesar de tudo, ela é irmã do meu melhor amigo, e ainda tem um histórico de depressão. Então, quando cheguei e fui conversar com ela, para esclarecer as coisas. Caroline me agarrou e o paparazzi contratado pela minha tia tirou aquela foto em questão de segundos. - Darcy passou uma das mãos pelos cabelos escuros. - Já estava tudo organizado, ela havia percebido no dia do concerto a minha inclinação por você. - Ele parou e encarou Lizzy, enquanto ela estava tentando assimilar tudo o que ouvira.

Darcy parecia uma miragem em seu deserto de incertezas.

— Lizzy. - Chamou-a de forma carinhosa. - Diga se você realmente me ama e acabe com a minha aflição. - Pediu, suplicante. - Meus sentimentos são verdadeiros, hoje eu tenho certeza disso. 

Elizabeth levantou-se do sofá e o encarou de volta, se perdendo em seus olhos cristalinos por alguns instantes. Percebendo que já estavam completamente azuis novamente; contudo, dava para sentir a angustia que eles emanavam.

— Você me ama?

— Amo, ardentemente. - Darcy afirmou, selando os lábios da garota; que, por ventura, tinha roubado seu coração.

Em seguida ele a abraçou, Lizzy enroscou-se no corpo de Darcy em resposta e ficaram assim por alguns minutos, até que ele a afastou o suficiente para olhá-la nos olhos.

— Um dia antes daquela foto ser publicada, eu afirmei à minha tia que tinha certeza do meu amor por você e que iria me declarar. Já havia até conversado com Georgiana. - Iniciou seu relato. - Acho que Catherine expôs a foto na mídia para te jogar contra mim, eu queria explicar o que Caroline fez, mas não deu tempo. - Disse franzindo um pouco o cenho. - Catherine afirmou que iria bloquear as nossas ações e a herança dos meus pais. Caso eu insistisse no assunto, pedi para minha tia não envolver Georgiana. Porém, foi em vão.

— Ela pode fazer isso? - Elizabeth perguntou incrédula.

— Tia Catherine é tutora legal de Georgiana, meus pais morreram quando éramos muito novos. Georgiana tem quase a sua idade, mas nossa herança é interligada e será liberada ao mesmo tempo somente quando minha irmã completar dezoito anos. - Começou a explicar. - Minha tia alegou que iria bloquear tudo, como tutora, talvez tenha esse direito. Pedi a guarda de Georgiana há algum tempo, só que essas coisas demoram.

— Eu não posso permitir isso! - Lizzy exclamou indignada.

— Entende por que me afastei, Lizzy? - Darcy questionou, olhando-a nos olhos. - Eu precisava avaliar as consequências, ter certeza dos meus sentimentos e dos seus também. Afinal, o futuro da minha irmã estava em cheque. - Ele beijou com ternura a testa de Elizabeth. - No dia que fomos ao concerto, eu quis saber o que você sentia por mim. Senão, de nada adiantaria reconhecer os meus sentimentos. Contudo, ainda não tinha certeza do que fazer naquele momento e nem sabia exatamente o que sentia por você, era algo novo para mim. - Continuou detalhando à Elizabeth. - Naquela noite, fiquei extremamente confuso quando me acusou de ser egocêntrico, até vê-la saindo do carro daquele jeito. A partir dali, eu imaginei que meus sentimentos poderiam ser correspondidos. Mas, somente depois de passarmos a nos encontrar no estúdio todos esses meses, sem que pudéssemos ao menos conversar, foi que realmente me dei conta do meu amor por você. Eu me senti extremamente torturado durante esse tempo, tendo certeza que a queria ao meu lado. - Darcy declarou, sorrindo ao lembrar-se de quanto conseguiu reconhecer seus sentimentos por Elizabeth. - Deixei de trabalhar com tia Catherine na Paulista e passei a cuidar das coisas por lá, somente para poder ao menos te ver. Até que só te ver se tornou pouco demais para o que eu sentia, eu queria mais.

— E agora, o que você fazer com relação a sua tia? - Lizzy perguntou se aconchegando no abraço dele. Tinha medo de que Darcy fugisse novamente, apesar daquela declaração. - Eu já gostava de você no dia que fomos ao concerto, depois só tive mais certeza, acho que foi amor a primeira vista.

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