— Foi amor à primeira vista? - Darcy sorriu, presunçoso e continuou - Bom, caso Catherine não esteja blefando, vou consultar meu advogado e avaliar as opções. - Informou acarinhando os cabelos de Lizzy. - Não se preocupe, minha irmã está a par da situação agora. Georgiana quer muito conhecer a plebeia que roubou meu coração.
Elizabeth deu um tapa de leve em seu ombro e revirou os olhos, fingindo estar nervosa com a brincadeira.
— Espero que tudo dê certo. - Sussurrou aninhando-se no abraço dele. - Não consigo aceitar que sofram isso por minha causa. Mas, não posso abrir mão de você, não agora. É egoísmo, eu sei.
— Vai dar certo. Fique tranquila; Charlotte, Bingley e minha irmã nos apoiam. Georgiana apesar de estar longe, percebeu meu sofrimento nesses últimos meses e me encorajou a dizer o que sinto por você, mesmo com as dificuldades que talvez enfrentaremos. Então, se Jane não quiser me matar, nos basta o apoio das pessoas mais importantes para nós. - Darcy afirmou e encostou o queixo no topo da cabeça de Lizzy.
Elizabeth assentiu, assimilando melhor aquela notícia.
— Você aprova o relacionamento do Charles com minha irmã? - Ela questionou, afastando-se para olhá-lo nos olhos.
— Eu aprovo, Jane é ótima para Bingley e foi isso que eu disse a ele quando soube. - Confessou levantando o queixo de Elizabeth, em seguida depositou um selinho em seus lábios. - Como poderia ser contra se eu quero a irmã dela? Além do mais, Charles me ajudou a entender meus próprios sentimentos e ele aprova você, o mínimo que posso fazer é ficar feliz com sua escolha.
Lizzy relaxou ainda mais naquele abraço, tinha a sensação de ter tirado um peso de seus ombros. Jamais poderia ficar com alguém que fosse contra a felicidade de sua tão querida irmã.
— Senti tanto ciúmes quando vi Wickham te beijando. - Ele mudou de assunto, deixando Elizabeth confusa. - Nem conhecia esse sentimento, achei que estava só preocupado com você, por ele ser um canalha. Agora eu sei que foi ciúmes. - Darcy relatou, enquanto afagava os cabelos de Lizzy.
Ela, por sua vez, ficara extremamente surpresa com aquela informação.
— Me des... - Elizabeth começou a falar, mas foi interrompida por um beijo inesperado.
— Tudo bem. - Ele disse, enquanto lhe dava vários selinhos. - Você não sabia o que eu sentia, nem eu mesmo sabia.
— Eu te amo, Darcy. Prometa que nunca vai me deixar, ou mudar de ideia sobre o que sente por mim. - Pediu ela com os olhos brilhando.
— Jamais. – Darcy garantiu, beijando-lhe os lábios suavemente e apertando-a novamente contra si. – Você enfeitiçou meu corpo e alma, Lizzy. Eu não vou a lugar algum.
(...)
A declaração de Wiliam Darcy surtiu efeito, Elizabeth não voltaria para Curitiba, agora ela queria ficar em São Paulo com todas as forças.
Quando Jane soube da notícia do relacionamento deles ficou tão extasiada, que nem se lembrou do pequeno ressentimento que guardara por Darcy. Nada sério, na verdade o coração da irmã mais velha de Lizzy, não conseguia se amargurar por muito tempo.
Afinal, tudo acaba bem quando termina bem, não é mais ou menos assim o ditado popular? Era desse modo que Jane pensava, agora ambas estavam felizes e, ela poderia escancarar o quanto estava alegre e apaixonada. Pois, enquanto Elizabeth estava triste, Jane não ousava demonstrar muito entusiasmo. Sentia-se comovida pela irmã e não queria tripudiar em cima da dor da mais nova.
Todavia, naquele momento, tudo estava maravilhosamente bem para todos, correto? Errado. Catherine Darcy espumara de ódio quando soube da notícia, o tempo fechou no estúdio e sobrou para todos ao redor, já que Elizabeth não mais estava por perto para ela descontar sua rabugice.
Se Darcy aparecesse em sua frente, Catherine seria capaz de arrancar a pele dele e fazer um tapete, tamanho era o desgosto que sentia pelo acontecimento. Achara que o plano infalível dela com Caroline realmente iria separá-los, mas subestimou o sentimento de ambos.
Agora ela ofendia até mesmo sua aliada por ser tão mosca morta e incapaz de conquistar seu sobrinho: "Realmente você jamais será uma Darcy!" Proferiu ao telefone, quando Caroline tentou se justificar.
O que restava era apelar para Georgiana; afinal, ficar sem herança e sem ações deveria bastar para que a única irmã de Darcy ficasse contra ele.
Mal sabia que Georgie, estava era muito feliz pelo irmão e também não via a hora de conhecer sua cunhadinha, Lizzy. Georgiana teria um recesso nos estudos e viria para o Brasil passar alguns dias com o irmão, a oportunidade era perfeita. Os irmãos sabiam que a tia bem seria capaz de cumprir a ameaça. Porém, também sabiam que seria um escândalo digno das melhores revistas de tabloide e com certeza essa não era a publicidade que Catherine queria para ela ou para a Fotografia & Conceito.
Portanto, aguardariam o desenrolar dos acontecimentos, não sofreriam por antecipação. Enquanto isso, o casalzinho ia de vento e popa. Darcy assumira o namoro publicamente e, a mesma revista que estampou a foto de Caroline e ele como "casal vinte", fora obrigada a dar os parabéns para a fotógrafa desconhecida que conquistou o coração de um dos jovens mais promissores e bonitos do Brasil.
Alguns meses mais haviam se passado e os três casais formados em São Paulo – a terra da garoa –, estavam cada dia mais apaixonados. Contrariando o que alguns pensavam com relação a Darcy e Elizabeth, principalmente. Pois Jane agora era uma famosa em ascensão, apesar de alguns julgadores alegarem que sua fama era apoiada no prestígio de Bingley, isso não os afetava nem um pouco.
Estavam felizes e unidos, Charlotte e William viviam sua vida normalmente. Afinal, ele era apenas um bajulador e, ela, apesar de ter sido promovida de estagiária a fotografa efetiva, ainda tinha muito o que galgar em sua carreira. Claro, estava no caminho certo, pois era esforçada e competente.
Catherine; entretanto, ainda esperava que Darcy largasse Elizabeth, mas não seguiu com o plano de deixá-los sem nenhum tostão no bolso. Primeiro, porque como já mencionado anteriormente, seria o maior escândalo.
Segundo, porque pelo que o advogado informara, ela teria grandes chances de perder a causa. Pois Darcy já era maior de idade, responsável e estava quase conseguindo a tutela de Georgiana, que logo completaria dezoito anos.
Sendo assim, o que lhe restava era o mal humor diário e a exclusão de todos os cúmplices daquele relacionamento de seu círculo social. Exceto William Collins que permanecia lambendo o chão que ela pisava.
Elizabeth não voltou a trabalhar na F&C, apesar da insistência de Darcy, ela não conseguiria. Era muito orgulhosa para voltar atrás, mesmo que agora fosse oficialmente namorada de um dos maiores acionistas do estúdio. Ao contrário, atualizou o portfólio e passou a fazer freela como fotógrafa, era bem diferente do que trabalhar em um estúdio renomado, mas Lizzy não tinha do que reclamar.
Bingley, como sempre muito gentil, até oferecera a Elizabeth uma vaga na revista. Lizzy prometeu que iria pensar, então daria a resposta.
- Meu amor, você faz aniversário no próximo mês, o que vai querer de presente? – Darcy perguntou de um jeito meloso.
— Hmm... – Lizzy fingiu pensar por um instante e cochichou o que desejava no ouvido de Darcy.
Que sorriu e sussurrou de volta que adoraria cumprir aquele desejo. Lizzy estremeceu com a resposta e sorriu, encontrando os lábios dele em um beijo.
— Então vamos viajar! – Ele exclamou, após o termino do contato. – Viajar só nos dois. - Completou alisando os cabelos da namorada.
— E o que você faria comigo nessa viagem, em Sr. Darcy? – Inqueriu ela. – Ainda sou menor de idade.
— Mas, até lá não vai ser. – Darcy retrucou de forma maliciosa e agarrou novamente a namorada. - Eu te amo, Lizzy. Só quero ficar pertinho de você.
Ela sorriu e acariciou o rosto de Darcy, fazendo-o beijá-la novamente.
Em meio a sorrisos e carícias de felicidade. Darcy constatou que a amava de todo o coração e só o que Lizzy queria, era que ele continuasse amando-a para todo o sempre.
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Amor a um clique
RomanceUm jovem Darcy e uma sonhadora Elizabeth. Ambos se encontrarão na grande Metrópole; São Paulo, para trabalharem juntos em um estúdio de fotografia. Nessa releitura, as dificuldades impostas a esse amor serão outras; porém, não menos opressoras. Será...