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— Você estava na festa — Kihyun murmurou.

— Zhang Yixing — o chinês o saudou com um sorriso — podemos conversar lá fora?

Yixing era seu inimigo. Estava sendo dócil por qual motivo?
O Lim assentiu, seguindo o mais alto pelo corredor, um certo duvidar foi posto atrás de sua orelha. O que o Zhang queria com Kihyun?

— Meu irmão estava bem antes de desaparecer?

— Jooheon é seu irmão?

Yixing riu.

— Eu sou filho bastardo — disse o chinês. Kihyun murmurou um "ah" antes de molhar os lábios.

— Jooheon me parecia bem, apenas um pouco avulso. Nos almoços, ele parecia meio aéreo. De resto, estava bem.

— Talvez ele tenha percebido que era observado — Yixing falou — desde mais novo, me contaram que Jooheon ainda estava vivo. Então, pedi uns servos emprestado para que procurassem Jooheon.

— Não acha que esses servos te traíram?

— Kihyun, você me parece bem calmo quanto ao sumiço de Jooheon.

— Ele é capaz de cuidar de si.

— Meu irmão pode estar morto, Kihyun! — Yixing esbravejou. Estava realmente preocupado com o irmão. E foi ao perceber o desespero no fundo dos olhos do chinês que Kihyun baixou a guarda e suspirou pesadamente.

— Eu tenho que parecer calmo e no controle, senão Minhyuk perde a razão.

— Minhyuk?

— Meu filho — disse Kihyun com um sorriso pequeno — ele e Jooheon eram namorados.

O Zhang afastou a carranca ao ficar levemente feliz pelo irmão, que depois de tanto refutar contato com outros indivíduos, finalmente encontrara alguém. Mas esse nome era familiar para o chinês. Onde ele já o ouviu?

— Jooheon não desapareceria — Yixing falou, torceu o nariz e suspirou — onde ele foi visto pela última vez?

— Por quê o repentino interesse em Jooheon?

— Você vai me ajudar ou não, Kihyun?

Kihyun riu com desdém.

— Eu vou te dar dois bons motivos para eu não te ajudar. Primeiro, você está no Clã inimigo. E segundo, quem garante que não é uma armadilha? — o Lim rebateu. Yixing o observava enquanto falava — e vou te dar um bom motivo para não arrancar seu coração agora: estamos na frente da escola do meu filho. E, se eu te ver outra vez perto de qualquer um que eu amo — Kihyun o puxou pela gravata. Suas testas colaram, e foi possível ver os dentes cerrados do mais baixo — eu vou arrancar cada parte do seu corpo e enquanto você clama por ajuda, eu vou estar rindo com seu sangue nas minhas mãos.

E Kihyun soltou o chinês bruscamente, fazendo com que ele cambaleasse e quase caísse no chão. O de fios alaranjados girou os calcanhares e andou até onde havia estacionado o carro, deixando Yixing sem palavras e com um calafrio por sua espinha.

[...]

Changkyun colocava as porcelanas em uma caixa de papelão, com a ajuda de Hyungwon. Wonho havia acabado de colocar uma caixa no porta-malas do carro do Lim, e voltava para o Traveler.

Kihyun suspirou. Se mudariam mesmo? Deixariam todas essas lembranças para trás?
Changkyun aproximou-se e deu um beijo no ombro de Kihyun, seguido de um sorriso morno.

— Vai ser bom, Kihyun — disse o moreno — você vai gostar da casa.

— Quando tudo isso passar, vamos ter o Traveler de volta? — indagou Kihyun.

Isso fez com que Changkyun suspirasse.

— Talvez, amor.

Minhyuk e Youngjae desceram a escada com mochila nas costas e caixas com alguns cristais do andar de cima. Entregaram para Wonho, o qual as pôs no porta-malas, fechando-o após.

— Por quê não deixa o caminhão de mudanças levar essas coisas? — Youngjae perguntou.

— Essas coisas são valiosas demais para que eu deixe mortais levar — Changkyun respondeu o Chae mais novo, com uma feição séria — Hyungwon, fique aqui com Wonho e preste bastante atenção nos trabalhadores que contratamos. Não quero que ninguém roube — o
moreno ditou, e recebeu um aceno positivo do mais alto.

— Yixing foi na escola de Minhyuk hoje — Kihyun tomou a iniciativa de contar. Changkyun o olhou com os orbes arregalados. Instintivamente, procurou por machucados no corpo do namorado — ele não me machucou, Chang — riu sem vontade — ele veio me perguntar de Jooheon. Eu nem sabia que Jooheon tinha um irmão.

Changkyun suspirou.

"China, 1829.

Ainda no início de 1829, o pai de Jooheon descobriu que sua esposa o havia traído e que um de seus filhos, Yixing, era filho do general do exército. Assim que a verdade foi revelada, ele decidiu exilar Yixing e o jogou fora: enviou-o para um orfanato longe, para a Coreia do Sul, como um imigrante ilegal.

Sua família era conhecida por alguns como louca: o filho legítimo, Jooheon, era um suicida e constantemente brincava com venenos, a esposa tinha um amante e o marido era podre — achava-se melhor que todos. Jooheon lembra-se muito bem da tarde em que estava nos jardins e seu pai pisava em uma das empregadas porque ela havia errado o sabor do chá. A cada dia que passava, o Lee tinha mais e mais vontade de sair daquele lugar medíocre. Será que ele algum dia teria esperanças?

O pai podia ser o nojo que fosse, mas era um bom médico, o melhor do reino. Ajudava alguém quando esse alguém ajudava em seus interesses, mas também tinha bom senso e usava seu conhecimento para com os camponeses.

Meses depois, já cansado da vida e pronto para beber o mais novo veneno, Jooheon recebeu a visita de um forasteiro, mas ele conhecia muito bem a história quando o rapaz lhe disse seu nome: Lim Changkyun.

Ouvi falar que você é o filho suicida — Changkyun deixou as cartas à frente de Jooheon — o mais novo da família.
— Você não sabe de nada, bastardo.
— Quer morrer de verdade? — aquela pergunta atraiu a atenção de Jooheon — é uma maldição, mas eu posso dar um pouco dela para você — sorriu."

REISENDER: ZERO 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora