#15

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— Você me disse para vir depressa, o que houve? — Mark indagou ao ver Kihyun.

— Um caçador. Venha — Mark o seguiu até o subsolo, encontrando também Hyungwon, Wonho e Youngjae ali. Deu-os um aceno tímido e ficou ao lado de Kihyun.

Quando o garoto abriu os olhos, assustou-se, e com razão: haviam sete vampiros e um lobisomem à sua frente. E, de quebra, um desses vampiros, precisamente Changkyun, apontava sua arma para ele.

— Seu nome? — aquela voz grave intimidava qualquer um.

— T-Taeyong... — engoliu em seco.

— É caçador?

Taeyong assentiu. Amaldiçoou-se por pensar que conseguiria se livrar de Minhyuk e vingar a morte de seu irmão.

— Vou reformular — Changkyun pôs o cano da arma na testa de Taeyong — é caçador?

Taeyong assentiu.

— Queria matar meu filho por quê?

O caçador engoliu em seco. Filho? Ele pensava que vampiros não tinham a capacidade de sentir algo por outros, ainda mais ter filhos.
Quando o Lim ameaçou apertar o gatilho, Taeyong disparou:

— Ele matou meu irmão.

— Merda — Changkyun sussurrou. Foi quando Minhyuk saiu do controle e matou o irmão daquele rapaz. Graças àquilo, o sentimento de vingança dos caçadores aumentou — quantos vocês são?

Taeyong se recusou a entregar os companheiros.

— Quantos vocês são? — Changkyun repetiu, entredentes, pressionando a arma com mais força contra a testa do garoto.

— T-Três.

E Changkyun apertou o gatilho. Kihyun tampou os olhos de Minhyuk, e Wonho fez o mesmo com Youngjae.

— Como vamos saber aonde eles estão? — Jooheon gritou — você consegue ser idiota quando quer, Chang.

Changkyun riu e jogou a arma para o lado.

— Não vamos até eles — sorriu — eles virão até nós.

— Como? — Hyungwon indagou.

— Se um deles sabiam aonde estávamos, resta esperar até que os outros venham.

— E o que fazemos enquanto isso?

— Queimamos o corpo.

South Korea, 16:33PM.

— Taeyong disse que ia comprar comida e até agora não voltou — Taeil disse enquanto limpava sua arma.

Jeongin suspeitava que o garoto estivesse morto pelo tanto de tempo que havia demorado. Mas queria não pensar nessa possibilidade.

— Se ele não aparecer até o anoitecer, teremos que matar os vampiros sem ele — Taeil continuava a falar. Jeongin odiava o lado falante de Taeil, por isso valorizava a companhia silenciosa de Taeyong.

Jeongin suspirou.

— Taeyong deve estar morto. Pode não ter controlado a raiva e tentou lutar sozinho.

— O-O que?

— Vamos ao Traveler hoje à noite.

[...]

O horário beirava as 22:30, a cidade dormia, menos os vampiros do Traveler. Quando o relógio marcou 22:34, algumas gotas de chuva começaram a cair, até que se tornou mais forte.

— Apaguem as luzes — Wonho disse — Mark, fique lá em cima com os meninos — o lobo assentiu e levou Minhyuk e Youngjae para o andar de cima.

— Precisamos revisar a atuação? — Jooheon indagou.

Hyungwon negou e pegou seu guarda-chuva.

— Cuidado para não nos atrapalhar com seu corpo fraco, Jooheon — o Chae o provocou e riu. Aquilo serviu para que a tensão sumisse e todos concentrassem-se.

Hyungwon ajeitou a gravata escura e abriu o guarda-chuva, segurando-o com a destra. Pôs a canhota no bolso da calça social e caminhou até o carro escuro do outro lado da rua. Deu duas batidas na janela, assustando os caçadores.

— Não sou o mordomo da família, mas vim buscar os senhores — sorriu falsamente e mostrou suas íris — vamos entrar?

Taeil e Jeongin molharam os lábios e esconderam as armas ao saírem do veículo.
O fato de a chuva estar forte, e Hyungwon estar com um sorriso psicopata em seus lábios embaixo de um guarda-chuva os deixou um pouco amedrontados. Porém, não seria aquilo que os impediriam de vingar o pobre Taeyong.

O Chae fechou o guarda-chuva e o colocou apoiado à parede para então retirar seu terno.

— Sentem-se — indicou — Changkyun virá em alguns minutos.

— Changkyun? — Taeil murmurou.

— Ele é nosso líder — sorriu.

— Nós viemos matar vocês — Jeongin disse — acham mesmo que iremos ouvir o que têm a dizer? — apontou uma arma para Hyungwon.

— Acho — foi a voz grave de Changkyun que ecoou do segundo andar. O Lim desceu a escada e sorriu para os caçadores — Hyungwon, faça um café para nós.

O Chae odiava ser mandado, mas aquele teatro estava valendo a pena.

— Sentem-se — Changkyun pediu e sentou-se. Hyungwon retornou uns minutos depois com as xícaras, e as deu para os convidados e para o Lim — eu sou um vampiro desde 1747 — Taeil engasgou-se com o café — e é a primeira vez que ouço falar de caçadores.

— Estávamos todos no Japão, até que decidimos voltar — foi Jeongin que respondeu — os sobreviventes dos ataques em Osaka morreram há três anos.

— E vocês três sobreviveram porque foram covardes e não enfrentaram seu inimigo? — Changkyun perguntou.

Taeil fez menção de levantar-se bruscamente, mas foi contido pelo amigo.

— Meu pai deu a vida para que sobrevivêssemos. Mas depois que vocês mataram Taeyong, comecei a pensar que foi em vão.

Changkyun riu.

— E agora vocês estão aqui para matar meu filho?

Jeongin retirou a trava de segurança da arma e mirou, por baixo da mesa, no tronco do Lim.

— Troca equivalente, vampiro — Jeongin disse.

— A última vez que ouvi sobre troca equivalente foi quando matamos Jaebum — Hyungwon disse ao pegar as xícaras — esses humanos estão cada vez mais ousados. Estão até desperdiçando café.

Changkyun controlou o riso. Hyungwon realmente estava se segurando para não matar aqueles dois.

— Vamos logo ao que interessa — Jeongin virou a mesa para o lado e apontou a arma para a cabeça de Changkyun, que sequer moveu-se.

— J-Jeongin... — Taeil o chamou, estava assustado. Eles haviam previsto as reações do caçador?

Kihyun desceu a escada já com suas íris transformadas e os caninos à mostra.

— Sabe, caçador — o de fios alaranjados disse — se você realmente quisesse proteger seus companheiros, você pensaria em não buscar a guerra, mas sim em estar pronto para ela.

REISENDER: ZERO 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora