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South Korea, 22:01 PM

— Não tem perigo de eles revidarem? — o mais novo perguntou.

— Somos caçadores experientes, Taeyong.

— E eles são vampiros com quase 300 anos, Taeil!

— Vamos ser pessimistas, mesmo? — Jeongin disse ao sentar-se na cadeira.

— Estou sendo realista — Taeyong murmurou.

— Minhyuk matou seu irmão mais velho, Taeyong. Você vai continuar realista até quando? — Jeongin estava claramente de péssimo humor.

— Vamos emboscá-los? — Taeil perguntou ao carregar uma arma.

— Estou pensando em como iremos fazer isso — Jeongin suspirou — por enquanto, continuem monitorando eles, sem deixá-los desconfiar.

[...]

— Como foi o dia de vocês? — Kihyun perguntou. O jantar estava silencioso demais, alguém devia quebrar o gelo.

— Foi legal — Jooheon disse e partiu a carne ao meio, a levando à sua boca após — vai abrir o Traveler amanhã, Chang?

Kihyun olhou para o namorado.

— Acho uma boa ideia. Você deve estar com saudade de lá — Changkyun respondeu e sorriu.

— Estou — Jooheon bebeu um gole de água — e sem o Traveler não temos dinheiro — Changkyun riu.

— Verdade — o de fios de mel terminou de comer e limpou os lábios finos com o guardanapo — Minhyuk, está na hora de você dormir. Amanhã você tem aula.

— M-Mas... — Minhyuk tentou protestar, mas foi graças ao olhar de Kihyun que deixou a mesa, despediu-se de seus pais com um beijo na bochecha de cada e de Jooheon, com um selinho breve.

Quando teve a certeza de que Minhyuk havia ido para o quarto, Changkyun disparou:

— Há caçadores na cidade.

— O que? Pensei que estivessem todos mortos.

Kihyun observava a conversa.

— Pelo visto nem todos — o de fios de mel suspirou — o que faremos?

— Os mataremos. Como não sabemos quem são, devemos tomar mais cuidado.

— Você bem que podia criar um veneno que funcionasse só para caçadores — Changkyun murmurou e fez bico. Jooheon apontou-o a faca.

— Acha que é fácil? Vá se lascar, Changkyun!

Kihyun riu dos dois. Pareciam duas crianças.

— Tem algo que você precisa saber também, Jooheon — Changkyun olhou para Kihyun, como se dissesse "mostre suas íris". Então, o de fios alaranjados molhou os lábios antes de ter a atenção de Jooheon e mostrou a cor de seus olhos, assustando o Lee.

— Eu nem sei o que dizer — Jooheon disse. Estava tão surpreso que lhe faltaram palavras. Kihyun riu sem vontade — mas quanto mais fortes, melhor.

Kihyun olhou pela janela, e não sabia se a presença que sentiu do lado de fora era sua imaginação ou se o poder do lobo ia além de sua compreensão.

— Kihyun? — Changkyun tocou a mão do namorado, que o olhou — está tudo bem?

Novamente, o menor olhou para fora, mas apenas deixou de lado, assentindo e sorrindo.

[...]

South Korea, 06:53 AM.

— Minhyuk, hora de acordar — Kihyun disse, batendo à porta do quarto em que Jooheon estava com o filho — estarei te esperando lá embaixo.

Changkyun estendeu a mão para o namorado, que a aceitou com um sorriso nos lábios.

— Vou deixar Minhyuk na escola e iremos para o Traveler — Changkyun falou assim que desceram a escada.

— Quer comer algo antes de sair?

— Você — Changkyun tinha um sorriso cafajeste nos lábios. Antes de ficar vermelho de vergonha, Kihyun deu um tapa no peitoral do namorado, que agarrou seu pulso e o puxou para perto de seu corpo — você com vergonha é tão bonitinho — Changkyun deu um selinho em Kihyun.

— São quase sete da manhã, não esqueçam que eu consigo ouvir o que vocês dizem — Minhyuk resmungou e Jooheon vinha logo atrás. Kihyun afastou-se de Changkyun, estava entrando em combustão de tanta vergonha — vamos logo — o Lim mais novo realmente não aturava aquele tipo de cena e conversa assim que acordava.

— Ah, mas eu ouço você e Jooheon no outro quarto falando muitas indecências também — Changkyun provocou o filho, que estapeou-o assim que saíram, arrancando gargalhadas de Kihyun e Jooheon — estou de olho em vocês dois — Changkyun fingiu estar com raiva e entrou no carro, seguido pelos outros.

O caminho até a escola de Minhyuk só não foi quieto porque Changkyun e Jooheon conversavam sobre Baekhyun e o rádio estava ligado.
Kihyun desceu do veículo ao mesmo tempo que o filho, percebendo as intenções do menino de sair correndo. Porém, puxou-o pela alça da mochila e o deu um beijo na bochecha.

— Tome cuidado ao voltar para casa — Kihyun pediu e sorriu ao deixar Minhyuk entrar na instituição.

O de fios alaranjados entrou no carro e Changkyun dirigiu até o Traveler. Os três não trocaram uma palavra sequer, apenas ficaram à mercê do rádio e dos barulhos do trânsito.
Ao chegarem, Kihyun e Jooheon trataram de limpar o café, enquanto Changkyun organizava algumas papeladas.

Os clientes regulares chegaram uma hora depois, indagando o motivo de não terem aberto nos últimos dias. Kihyun disse que o dono tinha ficado doente e que um dos garçons havia perdido um familiar, o que tornou a invenção mais acreditável e compreensível.
Changkyun passou a manhã toda no escritório organizando e jogando fora alguns papéis. Saiu apenas porque Kihyun o chamou para comer algo.

— Jooheon, que horas são? — o de fios alaranjados perguntou.

— Quase duas da tarde.

— Minhyuk disse algo sobre ter treino o dia todo hoje?

— Não disse.

Kihyun pegou seu celular, apressado, e discou o número do filho, que não atendeu. O Lim levou as unhas à boca, roendo-as devido ao nervosismo.

— Ele não atende, Jooheon. O que eu faço?

— Se acalme, Kihyun. Do jeito que Minhyuk é, deve ter deixado o celular descarregar.

Kihyun decidiu esperar mais alguns minutos para discar o número do filho. Enquanto esperava, lavou os talheres e pratos sujos. Não havia ninguém no Traveler a essa hora para fazer pedidos, mas não deixava de ter uma pilha de louça suja na pia, o que não facilitava o estresse de Kihyun.

— Kihyun, Minhyuk está chegando! — Jooheon exclamou. O de fios alaranjados aproximou-se com o pano de prato e algumas facas em mãos — está atravessando a rua.

Kihyun suspirou, aliviado.
Minhyuk correu até o Traveler, mas a expressão de alívio de Kihyun foi embora quando ele viu um garoto extremamente suspeito com uma arma em sua destra. Instintivamente, puxou o corpo de Minhyuk para perto e o protegeu com o próprio corpo.
Como pensava, o garoto entrara no Traveler, com a arma erguida e pronto para atirar. Kihyun foi mais rápido: com as facas entre os dedos, jogou-as no corpo do inimigo.

— Que merda acabou de acontecer? — foi tudo tão rápido que Jooheon sequer conseguiu se mover.

— Você está bem? — Kihyun perguntou ao filho, que assentiu. Changkyun apareceu às pressas, e ao ver o corpo jogado no chão, engoliu em seco.

— São os caçadores.

— Conhece esse daí? — o Lee questionou. Ao notar que o menino ainda respirava, Changkyun arrastou-o pela gola da camisa pelo Traveler

— Vamos descobrir agora.

REISENDER: ZERO 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora