REISENDER: ZERO 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」

#10

— Y-Youngjae... — Minhyuk sussurrou, recuando um passo.

— Vou tirar todos daqui, não morra até eu voltar — Youngjae sussurrou de volta e correu até as mangueiras que aguavam o campo. Em seguida, ligou-as, assustando ainda mais os jogadores, que logo correram para dentro — vamos voltar para dentro!

Minhyuk deixou que a água caísse sobre si para que se acalmasse e flexionou os joelhos, preparando-se para atacar. Suas íris tornaram-se vermelhas e cerrou os punhos, esperando o momento certo.
O inimigo aproximava-se com passos lentos, parecia que queria testar o controle de Minhyuk.

Ao entrar na escola, Youngjae correu para o vestiário, onde estava sua mochila e dela retirou seu celular. Discou o número do pai e na segunda chamada, foi atendido.

— Pai, venham para a escola. É urgente!

— O que houve, Youngjae?

— Estamos sendo atacados.

Hyungwon desligou o telefone e olhou para o namorado.

— Precisamos ir para o colégio — o Chae levantou-se do sofá para vestir o sobretudo — Youngjae e Minhyuk estão com problemas.

Aquilo foi suficiente para Wonho levantar-se. Estava querendo mesmo socar alguém esses dias, essa aparição não podia ser mais que conveniente.
Wonho dirigiu a moto até a instituição às pressas, ziguezagueando os veículos que atrapalhavam a locomoção.
Freou bruscamente e Hyungwon foi o primeiro a descer.

— Não podemos simplesmente descer — Wonho disse, mas sabia que o mais alto não o ouviria.

— Eu vou fazer churrasco dessa criatura — Hyungwon disse entredentes, deixando seus caninos e íris vermelhas à mostra — você procura os meninos.

Wonho assentiu, desligou a moto e correu até dentro da escola, enquanto que Hyungwon contornou o prédio, indo direto para o campo. Havia um bastão de lacrosse ao lado de onde o Chae havia pisado, então pegou-o e quebrou-o, partindo-o ao meio.

Mais para frente, Minhyuk bloqueava um ataque e esforçava-se para não ser pressionado para trás. O Chae sabia quem era, vira-o poucas vezes no passado, mas aquele estilo de luta apenas Jaebum possuía. Deduziu que era um dos garotos do orfanato. Hyungwon manejou os metais em suas mãos, e com toda sua força, gritou:

— Jongdae!

O vampiro o olhou, e sua falta de atenção em Minhyuk fez com que o Lim o desse um soco.

Porém, Jongdae apenas cambaleou e secou o sangue que escorreu de seus lábios. O Kim começou a correr em direção a Hyungwon, o qual não recuou, fez o mesmo, ia em direção ao maldito que tirara sua paz.
Hyungwon, com uma enorme habilidade, jogou-se de joelhos no campo e, graças à água que escorria, facilitou seu deslizamento: com os dois metais do bastão, cortou as pernas de Jongdae, que antes estava de pé, preparando um ataque, mas porque Hyungwon foi mais veloz, caiu no chão.

Jongdae gritou de dor e locomovia-se rastejando com a ajuda dos cotovelos. Sangue escorria e misturava-se à grama.
Hyungwon olhou para Minhyuk, que molhara os lábios e fechara os olhos, como se desse permissão para o mais velho terminar o serviço. E então o Chae o fez: fincou o metal nas costas de Jongdae, matando-o completamente.

— Você está bem? — Hyungwon questionou.

— E-Estou.

— Aonde está Youngjae?

— Lá dentro.

Hyungwon correu para dentro, sendo seguido por Minhyuk. Os dois percorreram o corredor velozmente, em busca do time de lacrosse. Wonho conversava com Youngjae próximo à seção de armários. Os demais jogadores estavam no vestiário trocando-se, uns reclamando porque o treino havia sido cancelado e outros dando graças a Deus.

— Youngjae — Hyungwon abraçou o filho. Minhyuk queria um abraço também, e por ter esse pensamento bobo, abaixou a cabeça.

— Eu liguei para Changkyun e Kihyun, Minnie — Wonho disse.

— O que você disse para os meninos?

— Que o treino tinha sido cancelado.

Hyungwon suspirou e checou o rosto do filho para ter certeza que ele não havia se machucado.

— Venha cá, Minnie — Hyungwon o puxou pelo ombro e o abraçou, deixando que enterrasse seu rosto em seu peitoral.

— Eu fiquei com tanto medo — Minhyuk chorava. Youngjae decidiu se juntar ao abraço, bem como Wonho, que apertou todos os três.

Kihyun e Changkyun chegaram um pouco depois. O de fios alaranjados examinou o corpo de Minhyuk e jurou que se alguém tivesse o feito mal, destroçaria o desgraçado.

— Você está bem? — Changkyun indagou ao bagunçar os fios do filho, o qual assentiu — nenhum lugar é seguro mais. Baekhyun quer acabar com todos nós.

Kihyun apertou o corpo do filho contra o seu, olhando fixamente para frente, jurando não deixar ninguém daquele Clã vivo.

— Vamos para casa — Wonho disse — Youngjae vá no carro com Changkyun. Estávamos com tanta pressa que acabei pegando a moto — Youngjae riu e assentiu — cuidado.

— Vou queimar o corpo de Jongdae — Hyungwon disse.

Wonho deu um beijo no topo da cabeça do filho antes de ir para o estacionamento.

[...]

No carro, Minhyuk dormia, Changkyun dirigia e Kihyun e Youngjae observavam o lado de fora.
Porém, algo em Kihyun fez com que ele sentisse medo: ficou com falta de ar de forma súbita, e puxou o tecido de sua blusa.

Changkyun freou o carro de uma vez, preocupado com o namorado. Aquilo fez com que Minhyuk acordasse e Youngjae ficou apreensivo. Changkyun tocou o rosto de Kihyun, que estava gelado.

— Kihyun, o que houve?

— E-Eu não sei.

— C-Changkyun... — Youngjae apontou para frente. O de fios de mel seguiu a direção apontada pelo Chae e teve de semicerrar os olhos para avistar um homem relativamente robusto, com uma arma em mãos, prostrado em frente ao veículo — ...quem é aquele?

Kihyun levantou o rosto para ver o homem.

— Nunca vi ele na vida.

O homem ergueu a arma e puxou o gatilho. Instintivamente, Kihyun jogou Youngjae para o banco de trás e seu corpo serviu de escudo para proteger não só o Chae como Minhyuk também.

Quando os disparos pararam, Kihyun cuspia sangue, não estava se curando.
Changkyun sentia a dor que o namorado sentia, atrapalhava um pouco sua respiração.

— Q-Quem é o desgraçado? — o de fios alaranjados indagou com certa dificuldade. O olhar de Changkyun alternou entre o namorado e o homem, que não mais estava ali, e então suspirou.

— Um caçador.