Louis Carter

12 1 1
                                    

Eu estava chegando do trabalho. O plantão tinha sido longo. Não fiquei surpreso ao ver uma carta da Lucy. Fiquei feliz, ela não me escrevia fazia algum tempo e queria saber como ela estava, como o Miles estava,como a Belle, como o Peter estava.

Querido, querido Louis,

Já faz um tempo que eu não lhe escrevo nem um e-mail. Me perdoe, tenho estado ocupada.

Me lembro de como nós conhecemos. Eu entrei na clínica com a minha irmã, Alisha. Não teria coragem de ir sozinha. Você estava de plantão.

Eu estava mal, muito mal. Eu usava minha calça jeans e meus All Star. Meu cabelo castanho estava mais curto e estava preso. Eu parecia mais pálida do que o habitual.

Você foi atencioso e gentil. Me ajudou e foi meu amigo durante todo o período em que eu estive na clínica, e até hoje é o meu melhor amigo.

Chorou comigo a morte da Tia Sofia, e comemorou comigo quando viu que ela tinha deixado tudo para mim.

Me lembro como você me apoiou quando eu disse que queria viajar um pouco, conhecer novos lugares. E de como você odiava a minha moto.

— Tenho certeza de que eu ficarei bem. - eu disse pela milésima vez - E ela é a minha cara.

Você concordou.

—Com certeza, a sua cara também grita PERIGO. - você disse e eu ri.

— Prometo te escrever, e voltar se a tentação de usar algo caía sobre mim.

Você suspirou.

— Eu espero que isso não aconteça. - você disse.

Eu te abracei.

— Vou sentir a sua falta, little boy. - eu disse.

Você riu.

— Também vou sentir a sua, catástrofe. - você disse.

Eu subi na moto e viajei por parte do país e ultrapassei a fronteira algumas vezes. Fui ao Canadá e ao México, por exemplo.

E foi no Canadá que eu conheci James Owens. A pessoa que foi a nuvem mais negra da minha vida, mas que me trouxe o mais brilhante dos sóis.

Respondendo as perguntas não feitas, Miles está ótimo, acho que está cada vez mais apaixonado por Belle, e ela por ele. Peter está ótimo também, quer dizer, os dois Peters estão.

Agora, minhas perguntas a você.

Como você está? E o seu cão, o Doctor?  Como vai a Sarah? Ainda estão juntos, não é?

Te escrevi essa carta porque, diferente dos outros, eu não te amei como um companheiro de corpo e amor, mas como um companheiro de alma. Sinto que sempre estará comigo, Louis, e gosto disso.

Espero que sinta o mesmo.

Com amor,

Lucy

Eu suspirei e ri. Lucy sempre foi uma filósofa, mesmo sem saber. Sabia se expressar como um.

Alguém bateu na minha porta.

— Posso ajudar? - eu perguntei ao grupo de homens.

— Louis Carter? - eles perguntaram em coro.

— Ãh, eu mesmo. - eu disse.

— Estamos aqui pela Lucy Parker. - disse o ruivo.

Eu estudei cada um deles. Os punhos do mais alto estava machucados, como se tivesse socado alguem, mas nenhum dos homens do grupo tinha algum ferimento de soco.

— O que o trazem a mim, enquanto procuram a Lucy?

Eles ergueram cartas. Então eu me voltei para os rostos.

— Entrem, acho que sei o que está acontecendo. - eu disse abrindo a porta.

Eles entraram.

— Deixe me ver. - eu disse - Me lembro de alguns nomes.

Eu andei até o arrumadinho.

— Shawn O'Connor. - eu disse.

Ele confirmou.

— Noah Craig. - eu disse olhando o mais alto.

Ele confirmou.

— Você deve ser o Tommy. - eu disse ao seguinte.

Ele confirmou e eu suspirei.

— Ela enviou as cartas. - eu disse me sentando.

— Como assim? - perguntou o ruivo.

— Ela escreve uma carta para encerrar um capítulo da história dela. É sempre assim. - eu disse - Quando ela conhece outra pessoa, ela escreve sobre a anterior, para terminar a história. Ela deve ter reescrito algumas, mas ela sempre escreve. Escreveu uma carta sobre o vício quando saiu da clínica.

— Então ela se tratou? - Shawn perguntou.

— Ela está sóbria a cinco anos. - eu disse.

Todos pareceram felizes com a notícia.

— Queremos encontra-la e saber o porquê de enviar as cartas agora. - disse o Noah.

— Ela mora em... - eu comecei mais me interrompi - Não posso dizer, ainda faltam cartas.

— O que? - eles perguntaram.

— Se a Lucy deixou pistas nas cartas, ela quer que vocês a sigam. E não podem chegar a ela sem a próxima. - eu disse - Devem ir até o Canadá atrás de James.

Eu entreguei a carta ao Noah.

— Mas você pode simplesmente nos dizer. - disse o ruivo.

— Infelizmente não, não posso. - eu disse - Boa sorte.

Love, LucyOnde histórias criam vida. Descubra agora