Peter Lively

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Eu acordei com o pequeno Pete entrando no quarto sorrateiramente.

- O que você tá fazendo? - eu sussurrei o assustando.

Pete me encarou por baixo dos caxos castanhos claros e colocou o dedinho nos lábios.

- Vai acordar a mama. - ele disse.

Ele tinha apenas três aninhos mas era muito esperto. Seus olhos intensamente verdes me encararam enquanto eu me sentava.

- O que houve? - eu perguntei.

Ele pegou a minha mão e me puxou até a sala onde um mensageiro do hotel estava.

- As suas cartas. - ele disse me entregando.

Eu sorri.

- Obrigado e tenha um bom dia.

Ele abaixou a cabeça e saiu. Eu peguei as cartas e vi uma curiosa.

Lucille Parker.

Por que a Lucy me enviaria um carta? Moramos na mesma casa.

Eu deixei as outras cartas em cima do balcão e abri a dela, enquanto Pete ligava a TV.

Meu Peter,

Me lembro claramente de como nos conhecemos.

Eu estava voltando do hospital, o plantão tinha sido puxado, mesmo não precisando trabalhar gostava disso,então passei em um bar para viver a minha terapia favorita.

Pagar pelo wiskey para cheirar e jogar fora.

Você achou estranho eu apenas cheirar a bebida, e eu achei estranho o fato de você estar bebendo refrigerante. Você me disse que era a despedida de solteiro do seu irmão mais novo, o Patrick, e que alguém tem que acabar a noite sóbrio.

Você me disse que seu nome era Peter e eu lhe disse que tinha um filho chamado assim. A maioridade dos caras teria fugido ao ouvir a palavra "filho" mas você não o fez. De algum jeito você me lembrava o meu Pete.

E, uau, como você era bonito. Seus olhos azuis safira eram hipnotizantes e seus cabelos negros caiam pela testa de uma maneira bem sexy. E o seu tom de pele, como um tom novo de dourado, parecia brilhar no sol.

Eu tive que ir embora cedo, porque estava com muita saudade do meu Pete. E você entendeu. Me perguntou se me veria de novo e eu disse que era a dona do Hotel Sofia.

Você foi me procurar por lá no dia seguinte. Com um belo buquê de Jasmins e sândalos. Eu adorei e perguntei porque a escolha ousada de flores. Você me disse que sua mãe era indiana, e que sempre teve uma admiração pelas flores de lá.

Eu lhe contei que sempre quis conhecer a Índia, por causa da sua cultura tão rica e você ficou feliz em poder me dizer tudo sobre lá.

Nós nos demos tão bem desde o início, e você conquistou o coração do Peter tanto quanto o meu. Ele te ama como se fosse pai dele, e eu te amo por fazê-lo tão feliz.

E então chegou o grande dia. Você enfeitou todo o quarto com Jasmins e Sândalos. Colocou um terno no Pete e usou o seu próprio terno, que realça tanto os seus olhos.

Eu cheguei em casa e sorri ao ver a cena, surpresa com tudo aquilo.

- O que está acontecendo, Peter? - eu perguntei olhando em volta.

Você me lançou o seu melhor sorriso torto, o que só você tem.

- Eu queria fazer algo especial, para um mulher especial. - você disse - Eu sei que você tem uma longa história, e adoro ouvir cada uma delas. Gosto de ouvir a história de como você se tornou a mulher maravilhosa que eu conheço e amo. Sei que você acha que nunca estará pronta para algo como o casamento por causa do que houve com o dos seus pais, mas eu queria tentar. Quero acordar todos os dias da minha vida sabendo que estará ao meu lado, Lucy. Quero te fazer feliz, agora e até o fim da minha vida. - e então você se ajoelhou e o Pete te deu uma caixinha de veludo, onde tinha um lindo anel com uma safira - Lucille Cornelia Parker, você me faria o homem mais feliz do mundo e aceitaria se casar comigo?

Eu sorri em meio às lágrimas e o medo me correu por dentro. Me lembrei do meu pai, e de Clyde, e de suas mentiras sujas. Mas eu olhei para você e não vi o borrão, a mancha que deixa tudo turvo quando há uma mentira. E meu peito se encheu de amor.

- Sim, sim eu aceito. - eu disse.

Você riu e se levantou colocando o anel no meu dedo e me beijando.

De algum jeito, sempre soube que você seria o cara. Por todo esse tempo, a vida me preparou para quando você aparecesse, e eu sou grata por isso.

Tem razão, eu tenho muitas histórias. Sempre tive algo me prendendo em algum lugar, e quando me livrava disso, fugia o mais rápido possível.

Nada me prendia ao Havaí, até você aparecer.

Eu te amo, eu te amo, e eu te amo. E isso não vai mudar.

Verdadeiramente sua,

Lucy

Eu dobrei a carta novamente e voltei para o quarto onde Lucy continuava a dormir tranquilamente na nossa cama.

- Não me observe enquanto durmo, é estranho. - ela disse ainda de olhos fechados.

Eu sorri.

- Mas você não estava dormindo. - eu disse.

- Mas eu sei que você faz enquanto eu durmo.

- Você nunca reclama enquanto eu a observo dormir.

Ela ergueu a cabeça para me encarar.

- Sério? - ela disse em tom debochado.

Eu me deitei ao seu lado e a puxei para perto.

- Onde está o Pete? - ela perguntou apoiando a cabeça no meu peito.

- Na sala vendo TV. - eu disse fazendo carinho nos seus cabelos.

Ela suspirou e então bateram na porta.

- E o mundo chama. - ela disse e se levantou - Você abre a porta enquanto eu faço o café da manhã.

Eu me levantei e a puxei para os meus braços novamente.

- Claro, Sra. Lively. - eu disse a beijando.

Ela riu.

- Ainda é Sra. Parker. - ela disse.

- Sra. Lively Parker.

Ela sorriu e nós saímos do quarto.

- Vamos fazer o seu ceral? - ela perguntou pegando o Pete no colo.

- Eba!

Eu fui em direção a porta e abri, vendo um grupo de homens.

- Posso ajudar? - eu perguntei.

- Lucille Parker mora aqui? - perguntou o homem de terno.

- Sim, quem procura.?

- Todos nós. - disse o mais alto.

- Sou James Owens. - disse o de terno.

Minha mente brilhou com o reconhecimento.

- O pai do Pete. - eu disse - A Lucy disse que talvez você viesse. Entrem, ela está fazendo o café da manhã.

Eles entraram e se acomodaram nos sofás.

- Quem era, querido....? - ela disse vindo até a sala e parou ao ver todos aqueles homens - Meninos? O que fazem aqui?

O James se pôs de pé.

- Você não mudou de ideia, mudou? - ele perguntou.

Ela balançou a cabeça.

- Não, claro que não. - ela disse - Ele está na cozinha, por que não vai falar com ele?

Ele sorriu e foi em direção a cozinha.

- Então, aceitam um café? - ela perguntou.

Love, LucyOnde histórias criam vida. Descubra agora