Capítulo 1

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14 dias para o casamento.

Diferenciando-se do clima alemão e francês, a Grécia esbanjava e exalava uma energia exótica especialmente para os estrangeiros. Assim que o check-in no hotel era realizado, era possível apreciar o mar grego, tão azul quanto cristalino. Anne e Charles estavam bem à frente no hall de entrada, andando de um lado para o outro enquanto aguardavam todos os convidados.

- Oh, meu Deus, você acha que aconteceu alguma coisa no trânsito?

- Anne, para! - Charles disse, colocando as mãos nos ombros da noiva e ficando de frente para ela, encarando-a nos olhos. - Elas já avisaram que saíram do Aeroporto de Atenas e que estavam vindo para cá, não fazem nem vinte minutos!

Anne respirou fundo e concordou, mantendo os olhos fechados. Charles apenas a abraçou e a beijou na testa. A mulher não se acalmou somente pelas palavras, mas apenas a presença de seu parceiro bastava. Sorriu sozinha ao pensar em quão sortuda e certa estava de se casar com o homem à sua frente, uma parte dela sabia disso desde a primeira vez o vira.

Foi há três anos atrás, lembrava-se como se fosse hoje o vento do inverno francês batendo contra seu rosto, podia jurar que até a sensação de frio passava pelo seu corpo, embora a temperatura ambiente já passava dos 30°C. Anne estava no campus da faculdade, como sempre fazia no intervalo, e notou a presença de um garoto alto, forte e que estava lendo Os Miseráveis, um dos seus livros favoritos. Ele tinha uma pele bronzeada, cabelos escuros, olhos acastanhados e barba. Ah, a barba... Só Anne sabia quão atraentes rapazes de barba poderiam ser. Ela analisou as roupas do garoto a sua frente e não sabe quanto tempo demorou ou quão indiscreta estava sendo, só sabe que, assim que retornou à olhar para seu rosto, seus olhares se encontraram. E ele sorriu. Pode-se, assim dizer, que tudo começou com uma faculdade, um livro e um maldito sorriso.

- Mas será possível que ninguém fale francês por aqui? - Melanie reclamou, sentando no banco de uma praça qualquer.

- Melanie, por que você não perguntou se alguém não falava inglês? - Lucile perguntou, encarando a amiga irritada.

- Porque eu não falo inglês.

- Mas eu falo.

- Então você pode procurar alguém com informação aqui, Lucile, eu cansei.

Alguma força superior muito poderosa forneceu alguma porção mínima de paciência para Lucile naquele momento, pois sua vontade era gritar e espernear, como uma criança de cinco anos. Entretanto, antes de ir pedir informação, viu uma limusine estacionando bem à frente de onde ela e as outras madrinhas estavam.

- OBRIGADA, SENHOR! - Amelie gritou, jogando as mãos para cima e correndo em direção ao homem que saíra do lado do motorista.

- Você quis dizer "Obrigada, Jean" - Jean corrigiu, fazendo Amelie rolar os olhos. - As damas precisam de ajuda?

- Mas é claro que precisamos de ajuda, seu idiota. Você acha que estamos aqui fazendo o quê? Nos bronzeando? - Melanie respondeu, andando em direção à Amelie. Melanie e Jean eram ex-namorados e melhores amigos de Charles. - Anne vai matar todos nós se não estivermos lá até o pôr do sol.

- Vocês querem, por favor, se acalmar? - Lucile pediu. - Não são nem dez horas da manhã e vocês estão falando de pôr do sol?

No mesmo momento, Pierre saiu da limusine e sorriu ao ver Lucile parada à sua frente com um vestido vermelho, óculos escuros e um chapéu. Pierre era o único padrinho que Lucile conhecia, por ser o único amigo de Anne homem. Todos os outros eram amigos de Charles e os mais conhecidos, que nunca sequer trocou uma palavra, era Jean, por estar sempre presente em fotos e histórias que o noivo de sua amiga contava e Benjamin, irmão de Anne.

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