Capítulo 11

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O dia do casamento.

O tempo grego parecia ter colaborado com o clima matrimonial instaurado nos mínimos detalhes do hotel, estava ameno e ensolarado. Louise pôde jurar que ouviu pássaros cantando naquela manhã, mas estava sonolenta demais para afirmar veementemente. Os empregados do estabelecimento andavam apressados carregando as mais diversas decorações, inclusive as flores escolhidas e organizadas por Emma, quem comandava toda a arrumação ao lado da planejadora de eventos.

Haviam tido um último ensaio de dança com Thalia no dia anterior, apesar de Anne achar que acabaria negligenciando algo mais importante caso escolhesse ensaiar alguns passos de dança. A coreógrafa, por sua vez, disse que a dança representava a sintonia do casamento. No entanto, os pares estavam, de fato, em harmonia na sequência da dança, mesmo aos olhos críticos de Thalia. Lucile e Benjamin pareciam se divertir, embora a garota reclamasse a cada dois minutos que a vendedora estava certa e que os sapatos realmente não foram feitos para dança. Ele riu, achando graça em ser ela, pela primeira vez, em ser um pouco desengonçada. Ela parecia tão... única.

Charles havia despertado cedo, o dia sequer havia amanhecido e sua noiva – quem viria a ser sua esposa em algumas horas – ainda dormia serena. Ele a olhava dormir e sem perceber, um sorriso leve abriu em seu rosto. Era como se todas as dúvidas haviam se esvaído e a certeza estivesse ali, bem na sua frente: tudo estava conforme deveria ser. Ou melhor, com quem deveria ser.

Ele se dirigiu para fora do quarto, esperando encontrar o restaurante do hotel já aberto para levar o café da manhã de Anne na cama. Assim que cruzou o jardim, pôde ver seus pais caminhando pela praia e desviou seu caminho, sabendo que sua noiva demoraria a acordar, de qualquer forma.

– Charles! – sua mãe gritou, dando leves tapas nos ombros do marido e apontando para o filho. – Veja, querido.

– Mãe, pai – ele sorriu, se deixando ser envolvido por um abraço de longos minutos.

– Ah, você está crescido agora, o meu bebê...

– Lorraine, por favor, não comece, deixe o garoto! É um homem agora! – o pai disse, com um sorriso de orelha a orelha. – Para onde você estava indo, hm?

– Eu ia levar café da manhã para Anne.

– Ela está bem? Está indisposta? – sua mãe perguntou, fazendo-o rir.

– Ela está dormindo, queria fazer uma surpresa.

Seus pais assentiram com a cabeça e se despediram dele, dando meia volta e indo em direção ao mar.

Charles contornou novamente o jardim, dessa vez sem tirar os olhos do restaurante a sua frente. Apesar de não ser a primeira vez que faria isso por Anne, sentia-se pressionado por querer que o dia de hoje saísse perfeito para ela. Ao chegar na porta do restaurante, desejou com todas as forças que este, por sua vez, já estivesse aberto. Ele empurrou a porta pesada de vidro escuro e entrou, vendo algumas pessoas se servindo e os funcionários organizando o local. No canto, ele encontrou Lucile de óculos escuros, cabelo preso em um rabo de cavalo, um livro em mãos e uma xícara em outra.

– Café? – ele perguntou, apontando para a xícara.

Ela sorriu ao ver de quem se tratava e fez um gesto para que ele se sentasse.

– Chocolate quente, na verdade – disse, tomando um gole. – Eu não gosto de café.

– Que tipo de pessoa é você?

– Eu achava que você já tinha ouvido os rumores do meu paladar infantil – Lucile brincou, deixando o livro de lado. – Nervoso para hoje?

– Estou considerando ir no hospital mais perto pedir algum remédio para acalmar as batidas do meu coração, antes que ele exploda – ele falou, se levantando. – Sinto muito, Luci, gostaria de ficar, mas preciso fazer o café da manhã de Anne.

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