Capítulo 3

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12 dias para o casamento.

O dia anterior fora completamente perdido devido ao incidente com Lucile, decidiram, então, adiar todos os compromissos para hoje. E era por isso que Benjamin Pavard estava acordado às oito horas da manhã, ajudaria Anne no que fosse preciso, mesmo que ela não tenha o pedido. Antes de se levantar, sentou-se e passou a mão arduamente pelo rosto. Lembrou-se do cair do sol de ontem. Lembrou-se de ouvir as palavras de Lucile contra ele, tão rígidas, no entanto, ainda assim, realistas. Mas isso não tornava tudo menos doloroso. Certo, talvez não doloroso. "Uma palavra muito forte para caracterizar esse sentimento", pensou. Ficou chateado, indubitavelmente, por saber que era essa a visão de Lucile Deschamps sobre ele. Não ouviu intencionalmente a conversa dela e suas amigas, ao contrário, assim que notou a fresta da porta entre seus quartos, se dispôs a fechá-la. Até ouvir seu nome. A partir disto, a curiosidade falou mais alto.

Levantou-se, afinal, espantando para longe qualquer pensamento que o remetesse àquela conversa desagradável. Tomou um banho gelado, pois achava a Grécia extremamente quente, escovou os dentes e vestiu uma bermuda de tecido estampada com flores azuis e uma camiseta branca.

Assim que abriu a porta do corpo e pôs o corpo para fora, observou a correria de alguns funcionários aos arredores do seu quarto. O dono do hotel, Téo Artino, surgiu ao lado do jogador com um enorme sorriso presente em seu rosto. Téo estava em seus perfeitos vinte e nove anos, tinha cabelos incrivelmente negros, seus olhos possuíam uma cor de esverdeada e sua pele era de um moreno tão reluzente, que Benjamin considerou se era devido a algum bronzeamento. Estava encarando um exemplar estereótipo grego.

– Bom dia, senhor Pavard. Meu nome é Téo Artin, sou o atual dono do hotel – ele esticou sua mão e logo Benjamin o cumprimentou. – Soube que a estrela do futebol francês estava hospedada no hotel que meu próprio pai construiu e, me perdoe, mas tive de ver com meus próprios olhos – ele ainda sorria e movia suas mãos freneticamente pelo ar. Os funcionários agora haviam desacelerado os passos e se portavam de uma maneira mais formal, deixando de lado a correria de segundos atrás.

– É um prazer, senhor Artin, o Hotel Artin é extremamente adorável e confortável, seus funcionários também fazem um ótimo trabalho.

As palavras pareciam ter sido ditas de forma perfeita, de forma que, melhores não poderiam ter sido, haja vista que Téo Artin aparentou estar bastante orgulhoso quando formou uma expressão presunçosa em seu rosto.

– O prazer é todo meu, acredite! Sou um grande fã do futebol francês e sei que o senhor está fazendo um ótimo trabalho na Alemanha também – ele virou a cabeça de um lado para o outro e olhou feio para um garçom que andava distraidamente checando seu celular. – De qualquer forma, senhor Pavard, eu soube que o senhor fez uma reclamação na portaria do hotel e eu gostaria de pedir desculpas. E oferecer um quarto muito melhor para o senhor, obviamente! Sem custos adicionais e...

Lucile passou com Amélie carregando uma prancheta em suas mãos e andando incrivelmente rápido, o que fez com que Benjamin se distraísse completamente da conversa e ficasse levemente confuso.

– Agradeço muito, senhor Artin, mas está tudo bem. Tudo ótimo, na realidade, mas eu preciso ir agora, se o senhor me der licença.

– Oh, sim, claro... – Téo mal havia terminado de pronunciar sua última palavra e Benjamin já estava correndo pelos corredores do hotel. Não demorou muito para encontrar Anne, Charles e seus respectivos pais em frente à um salão enorme e parou de correr, andando em sua direção. Aos poucos, viu o corpo de Lucile, por trás do de Charles e de seu pai, ainda com a prancheta, mas não mais acompanhada de Amélie.

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