5 dias para o casamento.
Mais um dia para lidar com Benjamin Pavard.
Era isso que Lucile pensava assim que ouvia o despertador tocar nos últimos dois dias. Ela criou uma meta mental de ignorá-lo o máximo possível, mas não era fácil. Afinal, eles possuíam apenas uma tênue porta os separando. Durante o dia anterior, Lucile tentou se distrair enquanto pôde, ouvindo atenciosamente – ou convencendo a si mesma que sim – Thália Hadam falar sem parar sobre sua jornada de vencedora do concurso de dança na escola para coreógrafa. À noite, sem sono, perambulou pelas ruas tão solitárias quanto ela das Ilhas Antiparos. E, apesar de soar extremamente depressivo, ela nunca teve a chance de ver tantas estrelas como na noite passada, sozinha, mas perdida em imensidão.
Quando retornou ao hotel, o quarto de Benjamin estava com a porta aberta e era uma tarefa impossível ir para seu quarto sem antes passar pelo dele. Decidiu, em uma ilusão que ele não a veria, passar correndo e abrir a porta do quarto o mais rápido que pudesse. Não é preciso ponderar muito para saber o que veio logo em seguida: Benjamin reparou um vulto com mais pressa que o normal, visto que o hotel estava sempre em calmaria, e pulou da cama, com a esperança de que fosse Lucile. Felizmente, para ele, não estava errado.
– Ei! – disse, mais empolgado do que queria parecer.
– Ahn... Oi, Benjamin – Lucile estava quase fechando a porta ao sentir que as mãos do irmão da sua melhor amiga entraram no caminho. Era assim que queria chamá-lo a partir de agora, acreditava que revelava o quão errado aquela relação seria.
– Tudo bem? Eu mal te vi hoje, onde você...
– Eu não estou me sentindo muito bem – ela forçou uma tosse fraca. – Nos falamos depois, tudo bem?
– Não, espera, mas eu...
– Boa noite, Benjamin.
E fechou a porta.
Lucile acorda de vez e tentando se desvencilhar das lembranças da noite passada. Ela abre os olhos e vê o teto branco e sem graça, não queria que essa fosse a primeira coisa a ver quando acordasse, não depois de ter visto um céu incrivelmente perfeito antes do seu encontro com Benjamin. Antes de levantar, ela dá um suspiro profundo, como se isso fosse a preparar para o resto do dia. Como se estivesse pronta.
O casamento seria em quatro dias e tudo estava uma loucura, Anne nem parecia que dormia e Charles estava com um resfriado, tendo que repousar por dois dias no quarto. Enquanto isso, Lucile e as outras madrinhas ajudariam a noiva com o necessário.
Depois de escolher qualquer roupa que teve mais facilidade de achar, Benjamin saiu do quarto para tomar café da manhã e sentia sua cabeça latejar ao encarar a luz do sol batendo fortemente contra seus olhos. Após a estranha conversa – se é que poderia ser considerada uma conversa – que teve com Lucile na noite passada, ele voltou para o quarto e pediu uma garrafa de whisky. Não sabe ao certo quanto bebeu, mas sabe que suficiente para mandar uma mensagem para Heidi dizendo que queria conversar com ela quando voltasse para a Alemanha.
Ao cruzar o jardim para chegar ao restaurante do hotel, ele a vê. Lucile estava com uma saia longa preta e uma camiseta sem manga vermelho sangue e tem mais pessoas que o normal zanzando de um lado para o outro. Ela tinha uma expressão confusa no rosto e estava ao lado de um homem com um uniforme de alguma loja de doces local. Benjamin balança a cabeça, como se a imagem da garota desapareceria em questões de segundos e voltou a andar.
– Bom dia, campeão – o Sr. Pavard raramente aparecia no café da manhã. Segundo ele, não precisava comer pela manhã se o almoço for feito mais cedo.
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RomanceParis é mundialmente conhecida como a cidade do amor e está há 624 quilômetros de Stuttgart, mas foi na Grécia, há 2255 quilômetros de distância, onde tudo começou. Benjamin Pavard é o novo herói nacional da Seleção Francesa de Futebol e irmão de su...