— Estou te falando, Agnes — suspirei me jogando na cama. — Ele disse que me ama.— Pois eu ainda acho que você estava bêbada — ela estava sentada na cadeira de minha escrivaninha, com os cotovelos apoiados em suas coxas. Seu cabelo estava firmemente amarrado e só de pensar em todos aqueles fios tão esticados comecei a sentir dor nas têmporas.
— Por que você não acredita?
— Em que a Agnes não acredita? — meu pai apareceu na porta.
— Ela está me falando que Christian fez uma declaração e ainda disse que a ama — Agnes falou revirando os olhos.
Meu pai começou a gargalhar e eu me senti extremamente magoada, ele deveria me apoiar!
— Por que eu mentiria sobre? — minha voz saiu tão fraca que achei que eles não haviam escutado.
Do mesmo modo que ele começou a rir do nada, ele parou bruscamente.
— Faz sentido, você não tem motivos para mentir sobre — Agnes concordou.
— Então é verdade e é ainda pior do que eu pensava — meu pai se sentou em minha cama e lançou um olhar significativo para minha amiga.
— Parem vocês dois!
— Paramos — Agnes levantou as mãos em sinal de rendição.
— Mudando de assunto, por que não veio para casa ontem, filha?
— Eu estava muito bêbada — senti meu rosto esquentar, havia prometido para meu pai que nunca mais colocaria um pingo de álcool em minha boca. — Eu estava tão bêbada, que achei que tinha alguma coisa me atraindo para um beco, não sei bem o que. Mas eu realmente precisava entrar no beco.
Percebi que ambos mudaram a postura e trocaram olhares.
— Eu não entrei.
— Se você continuar se embebedando assim, não vou deixar mais você sair — meu pai passou as mãos pelos cabelos, um gesto que significava sua nítida frustração. — E nisso eu sei que Agnes concorda comigo.
Ela assentiu.
— Vou te deixar trancada em casa pelo resto da sua vida!
Ambos começaram a rir, lógico que eu sabia que eles estavam brincando.
— Eu tenho que ir embora — Agnes se levantou e depositou um beijo no topo da minha cabeça.
— Eu vou começar a preparar o jantar, filha. Organize seu quarto e depois desça! — meu pai também se levantou e se retirou do cômodo.
— Te amo, Am.
— Também te amo, Agnes.
Então comecei a arrumar minha cama, tirei todas as cobertas de cima da mesma, estiquei o lençol e estendi meu cobertor da sorte. Enquanto eu arrumava meu cobertor, percebi um movimento lá em baixo. Espiei pela janela e vi que Agnes estava juntamente com meu pai na calçada de nossa casa. Eles pareciam discutir, meu pai gesticulava veemente e Agnes aparentava estar decepcionada.
Então minha melhor amiga falou uma última frase, deu as costas para meu pai e saiu pisando firme.
Larguei a cama arrumada pela metade e desci as escadas correndo, adentrei na cozinha.
Meu pai estava acabando de entrar em casa.— O que foi aquilo, pai? — falei cruzando meus braços e me encostando na ilha da cozinha.
— Aquilo? — meu pai arqueou uma sobrancelha para mim.
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Ponto de Equilíbrio
FantasyAmber não sabe que rumo tomar em sua vida... não que isso fosse novidade, ela já havia perdido seu rumo há muito tempo. Ela achava que seus maiores problemas eram um pai triste por falta de amor, uma amiga superprotetora, um namorado o qual ela não...