Golden carpet

Capitulo 9: Definitivamente, noiva

Amores e amoras, tive que dividir o epílogo, acabou excessivamente longo, sinto muito. Espero que tenham um pouquinho mais de paciência para aguardarem o final. Tanta coisa para falar ainda! Acho que o polêmico vestido Chanel e meu príncipe encantado – que realmente existe (e só está solteiro porque não teve o prazer de me conhecer) merecem um capítulo só para eles. Um agradecimento especial a Carla Souto que teve a gentileza de ler meu rascunho imenso e me ajudar a formatar um texto palatável. Vamos nessa.

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No quarto, ficamos entregues por um momento nos braços um do outro, sentindo uma profunda tranquilidade, uma segurança de que tudo estaria certo enquanto estivéssemos juntos. Com a cabeça apoiada em seu peito, desfrutava a inefabilidade de sermos um só.

Beijei sua clavícula, entorpecida pelo cansaço, e o ouvi dizer novamente que me amava, afastando meus cabelos delicadamente do rosto. Sorri feliz, mas não respondi. Sam demonstrou um certo desconforto, mexendo inquieto na cama.

Notando seu desassossego, achei melhor antecipar as minhas preocupações. Teríamos essa conversa cedo ou tarde.

- Por mais que tenhamos sentimentos um pelo outro, o melhor arranjo é nos mantermos sem nenhum tipo de vínculo. Sem rotular, entende? Não podemos ser namorados ou qualquer coisa assim, você sabe das limitações contratuais, a pressão dos fãs.... Acho que um arranjo casual é o mais prudente nessa altura.

Sam se afastou de mim, olhando-me de uma forma que alternava da incredulidade ao choque. Talvez um pouco de raiva, logo abaixo da superfície onde predominava uma vontade inabalável.

-Casual? Surpreende-me ouvir que você não quer compromisso, depois de dizer que era minha.... Você está realmente certa de que me ama, Cait? – suas palavras saíam com dificuldade, entrecortadas pela cólera. - Desculpe se pareço uma criança insegura pedindo declarações de amor... Eu sei que você disse hoje, mais de uma vez, mas agora não me parece que meu sentimento seja recíproco na mesma intensidade e....

O interrompi com firmeza sentando-me na cama, o vendo se apoiar nos braços para sentar-se também.

-O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brontë é o meu anti-romance preferido, já disse em entrevistas inclusive. Sempre despertou em mim sentimentos extremos, do ódio a adoração. De muitas maneiras, eu sempre esperei e temi um amor como o de Heathcliff e Catherine Earnshaw. Eu guardei na memória uma citação que nesse momento descreve exatamente meus sentimentos por você, ainda que isso me assuste muito...

Tomei suas mãos nas minhas e inspirando profundamente, fechei meus olhos por um instante. Concentrei-me então nas batidas do meu próprio coração e declamei lentamente, enquanto levantava meus olhos para me perder nos dele.

-"Não disse que não é amor, definitivamente é, mas eu sei que é efêmero e que o tempo há de mudá-lo como o inverno muda as árvores, e mesmo que eu te amasse com todas as forças do meu corpo nem em cem anos poderia te amar tanto quanto te amei em um único dia. Talvez daqui cem anos eu ame ainda mais, tanto, que tu já tenha se espalhado de tal forma, sendo impossível de tirar daqui do meu eu mais secreto e íntimo não como um prazer, porque eu não sou um para mim mesma, mas como o meu próprio ser existindo na sombra da tua existência, sendo apenas a metade e não meu todo. Onde não há você, não existe eu, só vazio."

Sam me trouxe de volta em seus braços para outro beijo, acariciando seus dedos contra minha bochecha daquela forma que apenas ele é capaz de fazer. Transmitindo segurança, transbordando amor.

-Amantes casuais, mas não menos apaixonados – sussurrei no seu ouvido, mordendo delicadamente o lóbulo da sua orelha.

Aos poucos, sua respiração ficou ligeiramente irregular, enquanto ele perdia seus dedos em meus cabelos, puxando meu corpo para o seu num frenesi de necessidade. A raiva que ele sentia estava muito próxima para ser contida.