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De repente Noah se vê ali sozinho, olhando por todos os lados a procura de Dereck que havia simplesmente desaparecido.

_ Não, de novo não, Dereck, eu ainda tenho coisas a perguntar, por favor volte. 

_ Noah!

_Natan o que faz aqui, cadê ele?

_ Eu fiquei lá fora no carro pensando em tudo o que você me disse, sem pensar eu comecei a te seguir, e vi quando você se engendrou por essa mata, então eu resolvi vir atrás.

_Você viu ele. Ouviu o que falávamos?

_ Não Noah, eu não vi ninguém, não ouvi nada. 

_ Eu não estou maluco Natan. Ele estava aqui, e dessa vez não era sonho, foi real, ele falou comigo, me tocou. 

_ Eu sei Noah, seria mais fácil para mim se você estivesse maluco, mas eu sei que não está. Contudo sabe o que mais me machuca nessa história?

Noah olhou para Natan esperando ele concluir o que precisava dizer:

_ É que se você estiver certo, você prefere uma aberração, um sanguessuga a mim. 

_ Só não se esqueça que se eu estiver certo eu também sou uma aberração.

_ Você não Noah, você não é, olha para você.

Ele colocava a mão próximo ao peito de Noah:

_ Você tem um coração, seu coração está pulsando. Você não é igual ele. 

Noah preferiu manter-se calado, voltando ao seu lado para a estrada, aquilo era tão surreal que era difícil expressar com palavras ainda mais para Natan que estava de certa forma em estado de negação devido a tensão emocional que os envolvia. 

Ao chegar próximo de casa, na companhia de Natan que fez questão de acompanhá-lo, Noah sentia uma estranha sensação de está sendo vigiado, por várias vezes ele olhava para trás, mas não avistava ninguém, nenhum sinal de alguém por perto, de repente a lembrança da conversa que tiveram com o misterioso homem que agora tinha certeza ser um imortal, lhe soava como um alerta, será que era um Ventrue?

Se ele acreditava na história de Dereck ser um imortal, ele era obrigado a acreditar em todo o resto, então sim havia a possibilidade dele ter sido descoberto e está sendo vigiado de perto.
Aquela estranha sensação aumentava a cada minuto que se passava, e isso ao mesmo tempo em que assustava Noah lhe causava um fascínio que ele não sabia explicar de onde vinha:

_ Noah, você está me ouvindo?

Natan interrompia os pensamentos de Noah que não tinha prestado a atenção ao que o outro havia dito:

_ Desculpa Natan, eu estava distraído, o que foi que disse?

_ Nada Noah, eu não disse nada. 

Não adiantava nada repetir,  Natan sabia que os pensamentos de Noah nunca seria destinado a ele, e tudo o que menos queria era se machucar, mais do que já estava machucado com aquela história, já era difícil o suficiente para continuar insistindo em algo que não daria em nada. 

_ Eu já estou indo Noah, boa noite. 

_ Natan, me desculpa. 


Sem que Noah esperasse, Natan o puxava para os seus braços o apertando em um abraço juntando seus lábios em um beijo sofrego, ao conseguir se desvencilhar dos braços dele involuntariamente Noah levava o dorso da mão aos lábios.  

_ O que pensa que está fazendo Natan, nós somos apenas bons amigos. 

_ Não torna as coisas mais difíceis para mim Noah, você sabe dos meus sentimentos e não os corresponde, mas... ao mesmo tempo continua sendo o mesmo cara sensível que precisa de cuidados, como eu posso deixá-lo, então eu fico aqui dando murro na ponta de faca, eu sinto muito Noah, mas eu não posso mais, eu preciso me afastar. 

_ Eu não queria que fosse assim, eu te amo Natan, mas não da mesma forma como você deseja, eu preciso de você. Você é o único que eu confio para contar os meus mais secretos pensamentos. 

_ Você é egoísta, como você pode dizer que me ama quando sabe que já entregou o seu coração a outro, aquele ser repugnante. Você diz que me ama, mas foge de mim quando tento beijá-lo, se desvencilha do meu abraço, que tipo de amor é esse?

_ Natan eu não posso dosar o tamanho do meu amor pelo Dereck, é algo que não cabe no peito, se ele não existisse...

_ Aí você me daria o seu coração, você me daria o seu coração se ele não existisse Noah?

_ Não dá para se basear na teoria do "Se", ele existe Natan.

_ Só me responda, se ele não existisse, você me daria uma chance Noah?

_ Não tem como afirmar isso Natan, eu nunca te vi mais do que um amigo, talvez depois que eu soubesse dos seus sentimentos se ele não existisse eu poderia sim a vir a ter algum sentimento diferente, mas não tem como cogitar isso agora. 

Sem dizer mais nada Natan apenas balançou a cabeça em despedida e seguiu para o carro, Noah havia de certa forma lhe dado a solução para o seu problema, poderia até não ser a solução mais plausível, mas ainda assim era uma, ele começaria a pesquisar a maneira certa de se matar um vampiro, descobrindo assim que a melhor forma seria um tiro com bala de prata no coração. 

Essa possibilidade de tentativa de matar um vampiro era terrivelmente assombrosa, mas o amor que ele tinha por Noah era maior, e se essa era a única solução ele não temeria de forma alguma. 

Noah encontrava o seu felino na porta quando entrava dentro de casa, ele que logo se roçava em suas pernas.
Noah pegava o bichanos nos braços:

_ Você me entende né Dereck, o Natan é especial, ele é meu amigo de anos, mas eu não posso lhe dar o meu coração, porque ele tem um dono. Eu não fazia ideia do grande sentimento que podemos ter por um único ser. É loucura eu sei, ser tão dominado por esse sentimento, mas é assim que eu me sinto totalmente rendido ao Dereck. 

Seus pensamentos foram interrompidos por um barulho na janela, imediatamente os pelos do gato se eriçaram e o olhar de Noah se dirigiu ao local, um corvo os observava, era possível imaginar que o corvo fazia um raio x em Noah pela forma insistente com que o mirava. 




O Beijo mortal (romance gay vampiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora