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O prelúdio da guerra estava sendo desenhada e Noah ainda não fazia ideia, mesmo que cogitasse a possibilidade de um Ventrue aparecer a qualquer instante jamais passava-lhe pela cabeça que ele viria em forma de um corvo. Mas ali estava aquela ave de rapina, Noah sentia o olhar que aquele abrute de mau agouro, fixava sobre ele diretamente, no mesmo instante um arrepio fez um frenesi lhe transpassar por todo o corpo, Dereck que estava em seu colo também tinha os pelos eriçados.

Dereck emitia o seu sibilo mais ameaçador, e por mais assombrado que estivesse, Noah se sentia protegido de alguma forma, era como se ele soubesse que o imortal, aquele que jurou estar em sua companhia pela eternidade estaria ali para protegê-lo em qualquer situação. 

Da mesma forma como a ave de rapina apareceu ele desapareceu, repentinamente Noah se viu só acariciando os pelos de Dereck para acalmá-lo já que ele ainda emitia o seu sibilo mostrando seus dentes afiados. 

 _ Ele já foi Dereck, agora pode se acalmar.

Dizendo isso ao gato, Noah ainda olhava na direção em que a ave havia voado, ele estaria ficando louco ou lhe passava pela cabeça realmente daquela ave lhe causar uma ameaça?

Depois do ocorrido por onde Noah se conduzisse, o felino o acompanhava, era como se ele estivesse o espreitando de perto. 
Na turva noite, quando tudo era solidão era o momento em que Noah mais sentia falta de ter a companhia de alguém, mas essa solidão havia sido sanada com a chegada de seu gato, ele que sempre deitava juntinho ao seu corpo, Noah acreditava que ele fazia isso com a intenção de aquecer-se.

Aquela noite Noah demorou a conciliar os pensamentos com o sono até que adormeceu, ainda assim sua noite havia sido bastante agitada, uma onda de ansiedade havia dominado Noah por completo. 

Chegando na agência logo de manhã, Natan veio logo ao seu encontro:

_ O que há com você?

_ Do que está falando?

_ Olha pra você Noah, está pálido, com olheiras, parece que não dorme a um mês, Noah aqui é uma agência de modelos e você está mais parecendo um morto vivo. Essa história dos seus sonhos estão mexendo com o seu psicológico, cai na realidade, você não é nenhum vampiro, não conhece nenhum vampiro, e eu sempre estarei aqui para você. 

_ Natan, tudo o que menos quero é ter que discutir esse assunto com você, eu sei dos seus sentimentos por mim e sinceramente eu te agradeço, mas não posso fingir que não conheço o meu destino. Agora chega desse assunto Natan, a modelo já chegou?

Nervoso ele não retrucava o que Noah havia dito, mas era evidente que não havia se agradado da resposta nenhum pouco. 

_ Já, ela já está aqui, mas não acho que você esteja em condição de trabalhar Noah. 

_ Natan, agradeço a sua preocupação, mas já disse que estou bem, peça pra modelo entrar.

Contrariado com a teimosia de Noah, o rapaz o olhava bravo, mas deixava a sala dele voltando em seguida com uma jovem dos cabelos cor de ferrugem, a jovem tinha o rosto bem expressivo, além de muito bonita, a moça exalava um charme estrondoso.

As últimas instruções a ela foram dadas já ao entardecer. Noah dispensou todos os funcionários, ficou na agência ainda para resolver as últimas papeladas para que Desirré viajasse o quanto antes representando a marca da agência, Natan dessa vez resolveu não o esperar indo embora assim que o expediente se findou. 

Aquela estranha sensação de estar sendo observado voltou a assolar o rapaz que andava com passos largos, de repente ele começa ouvir alguém assobiar, mas ao olhar para trás não havia ninguém.

_ Quem está aí?

Não obteve nenhuma resposta.

_ Vamos, responda quem está aí, vamos apareça, é um Ventrue?

Nenhuma resposta, aquele silêncio era mesmo perturbador, Noah começou a apressar os passos, contudo um pouco mais a frente um homem, aparentando ter seus 25 anos surgia no seu caminho, embora Noah tivesse certeza de nunca o tê-lo visto antes ele estava convicto já conhecia aquele homem de algum lugar. Não sabia a precisão de onde, como, mas sabia que já o conhecia.
As palavras dele só veio confirmar o que já havíamos constatado:

_ A quanto tempo Noah, espero que não tenha se esquecido do seu velho amigo.

_ Como eu imaginei, você é um Ventrue?

_ Muito bem, acredito que já saiba o que vim fazer aqui, me economizou de uma breve apresentação. 

_ Faça logo o que tem para fazer. Para que perder tempo?

_ Que graça teria te matar assim, gosto de brincar de gato e rato, alias parece que o Dereck também gosta já que está convivendo com você como seu animalzinho. 

_ Do que você está falando?

_ Dimitri, já que gosta de brincar de gato e rato que tal brincarmos um pouco, mas posso garantir que eu serei o gato. 

_ Eu tinha certeza de que você estava por aqui Dereck, acho que o Noah ficou surpreso em saber que você e o bichano dele são o mesmo. 

Noah olhou de fato surpreso com aquela revelação, então em todo o tempo Dereck era o Dereck o seu gato?
Entretanto nem teve tempo de cogitar a fazer qualquer pergunta, pois Dereck erguia Dimitri do chão mesmo a distancia, seus caninos bem a mostra, pela primeira vez Noah pode contemplar de perto a sua transmutação, ele lentamente apertava os dedos fechando-os ao encontro da palma da mão, enquanto Dimitri se sufocava, a medida em que ele abriu os dedos o corpo de Dimitri foi ao chão, mas tão logo ele se levantou o corpo de Dereck foi lançado contra a parede. 

Eles não precisaram um tocar no outro para que a luta se desse como intensa, ora Dereck ficava em vantagem ora em desvantagem. 

Em todo tempo Dereck protegia Noah do ataque do outro imortal. Dimitri, quando se via em desvantagem tentava atacar Noah, propositadamente para Dereck o defendesse e assim abrisse a guarda para um ataque dele, no final Dimitri desapareceu. 

Aquele não havia sido um ataque de verdade, era apenas um aviso de que eles haviam descoberto a presença de Noah


O Beijo mortal (romance gay vampiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora