O Beijo mortal (romance gay vampiro)

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A cúpula dos Lasombras já se reunia para o grande evento, Lasombras de todos os lugares vinham para participar do Black Sabbat, tudo havia sido preparado detalhadamente, o sacrifício estava pronto, o cálice sagrado, o punhal que seria usado para o abatimento, a toalha branca sobre a pedra sepulcral, tudo estava devidamente em seu lugar.

Dereck preparava o espírito de Noah para o que estava por acontecer, ele seria consagrado, elevado ao nível máximo dentre o seu clã, Noah seria nomeado um ancião sendo o único entre os cinco que experimentara a sensação de ser um ressurgido do mundo dos mortais. 

Porém Dereck tinha noção que alguns obstáculos ainda estava por vir, Dimitri havia perdido uma batalha mas não desistido da guerra, tudo o que ele menos queria era que Noah retornasse ao seio dos Lasombras e tentaria de todas as formas impedir que isso acontecesse. 

Natan era outro inconformado, a rejeição e a certeza de que a história relatada sobre o seu tetravô era verdadeira fez com que o rancor o dominasse por completo e ele agora desejava o extermínio de Dereck e Noah. Ainda que soubesse que suas chances era bem limitadas, já não tendo nada a perder o seu pensamento era como acabar de vez com aquele que lhe causava tanta dor em seu peito, voltou a fazer uma pesquisa rápida sobre como matar um vampiro, descartou a água benta e o alho pois viu que isso era pura utopia e não funcionaria, suas opções ficaram entre a estaca no coração e um tiro de bala de prata, optando pela segunda pois não precisaria aproximar-se.

Noah em compensação estava com os nervos a flor da pele, sabia que aquele dia seria um caos pois era o último dia dele como mortal a apreensão tomava conta do seu coração e ainda que Dereck explicasse mil vezes como seria o rito para o seu retorno era difícil de se entender, o que mais o incomodava era o fato de uma jovem ter que ser sacrificada para que ele voltasse a ser um vampiro, a sua sensibilidade humana o fazia questionar se aquilo era certo ou errado, afinal ele seria responsável pela morte de uma inocente.
Entretanto... assim como ele não conseguia entender os motivos por tal sacrifício, Dereck não entendia a insistência de Noah na preservação da vida da humana, ele não nutria nenhum sentimento a ela, isso era tão visível aos olhos de Noah o quanto o imortal não se importava em transformá-la em uma simples oferenda. 

Mesmo com essa divergência de ideia Dereck continuava irredutível em afirmar que aquilo era necessário.

_ Chegou a hora Noah, em algumas horas você voltará a experimentar o gosto da eternidade.

_ A que preço terei que experimentar isso, a morte de uma inocente.

_ Nada do que eu fale o convencerá que os mortais não são inocentes, são vis e traiçoeiros, baseados nos seus interesses, mas temos algo em comum nesse quesito.

_ Algo em comum, como o que?

_ Também seguimos os nossos interesses, e nesse momento o meu interesse é explícito, que você volte para mim. 

Com esses argumentos Noah calou-se, a contragosto Noah o seguia até o subsolo de um mausoléu de Halicarnasso, antiga cidade situada na costa sudoeste da Anatólia onde seria realizada a grande cerimônia, todos ali presentes estava agitados apenas a espera daquele que transitaria da vida humana para a vida eterna dos Lasombras. 

A chegada de Noah foi ovacionada, celebrada com grande júbilo, afinal o Black Sabbat era uma celebração memorável, porém aquela em especial teria como acontecimento algo jamais vivenciado por qualquer imortal ali presente, um ressurgido do mundo inferior seria elevado ao nível máximo entre seu clã. 

Noah observava atentamente cada detalhe daquele lugar e daqueles seres que o ovacionavam em demasiado, e apesar disso se sentia em um ambiente avesso, sem sentimento algum. 

Olhando atentamente, seus olhos pararam na jovem que parecia em transe, ela que estava deitada sobre aquela pedra forrada com uma toalha branca, nenhuma mancha se via naquele pedaço de tecido,  nenhuma peça lhe cobria o corpo ela estava totalmente exposta, algumas velas próximo aquela sepultura deixava a iluminação difusa já que era a única que iluminava o local deixando-o sombrio. 

Aimée segurava uma vasilha de cristal contendo um perfume adocicado que Noah não conseguia identificar do que se tratava, essa essência  era usada para besuntar o corpo da jovem, Noah era conduzido ao centro do lugar e Dereck o fazia acomodar-se em uma poltrona escarlate, Aimée agora lhe entregava um objeto em sua mão e Noah que não desgrudava os olhos de tudo o que acontecia percebia que em sua mão foi depositado um punhal, havia algo escrito no punhal em latim que Noah estranhamente conseguiu decifrar, "Et obumbratio resurface et finita est exolvuntur" que significa "Das sombras ressurja, o ciclo se findou".

Elucidado de como tudo se sucederia, o ritual estava preste a acontecer, os anciões adentravam se conduzindo  ao lugar de honra,  sentando-se a um patamar acima em um altar arquitetado para que todos os imortais pudessem enxergá-los, uma poltrona ficava vaga, essa poltrona seria ocupada pelo quinto ancião, assim que a consagração se findasse, as entradas se davam equivalente a sua importância hierárquicas dentre o clã, um a um ocupava o seu lugar sendo unanimes exaltados naquela solene celebração.

No exato momento em que a cerimônia estava preste a dar inicio o local foi invadido por dezenas de Ventrue liderados por Dimitri, essa era a última tentativa de resistência em não permitir que Noah regressasse a imortalidade, a hostilidade foi imediata com a chegada dos invasores e antes que os Lasombras os atacasse, Dimitri exibia a sua garantia junto a Noah, conhecendo a sensibilidade dele em relação aos humanos tinha como prisioneiro Natan.

Subestimando os Lasombras, Dimitri se sentia o vencedor apresentando a sua grande arma, porém Dereck apesar de ver o abalo nas feições de Noah estava aparentemente em vanglória, ele exibia um traço em seus contornos faciais que poderia facilmente ser interpretado como um sorriso debochado. 
Algo que os Ventrue ignorou nas habilidades dos Lasombras que lhe daria a supremacia  sobre seus oponentes os Lasombras não tinha sombras enquanto que os Ventrue sim, e nesse exato momento as luzes que eram iluminada pelas velas que ali estava se apagaram e o local ficou extremamente um breu. 

Tanto os Lasombras quanto os Ventrue podiam facilmente enxergar no escuro porém os Lasombras tinha a vantagem explícita de que suas sombras era oculta aos olhos ultravioleta dos Ventrue.