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Congelado por dentro sem o seu toque
Sem o seu amor, querido. Só você é a vida entre os mortos

Todo este tempo, eu não posso acreditar que não podia ver
Continuei na escuridão, mas você estava ali, na minha frente
Estive dormindo mil anos, e parece que tenho de abrir meus olhos para tudo
Sem um pensamento, uma voz, uma alma, não me deixe morrer aqui
Deve haver algo mais. Traga-me para a vida

Obscurecido e entorpecido por todas as informações que havia recebido, algumas questões ainda atormentava a mente de Noah

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Obscurecido e entorpecido por todas as informações que havia recebido, algumas questões ainda atormentava a mente de Noah. Dereck bem sabia disso, mas não podia jogar todas as informações de uma única vez, devia lembrar que Noah estava no estado humano ele não aguentaria tanta informação, então apenas havia lhe dito o necessário para que ele estivesse em alerta. 

Seria difícil para ele supor a imaginação que Natan estaria tentando acabar com um dos Lasombra embora ele não tivesse a menor possibilidade em fazer isso, mas Dereck sabia que ele tentaria, o olhar dele havia revelado essa intenção do humano.
Mas Dereck estava em alerta a qualquer sinal de tentativa de alguém ferir a Noah, fosse ele imortal ou mortal pagaria com a existência para isso ele estava ali, um século de separação, um século de distância o fez ficar ainda mais implacável em relação a Noah. 
Não existiria piedade nem compaixão, ele exterminaria quem ousasse tentar fazer mal ao seu parceiro ou seria exterminado tentando. 

Logicamente que ele tinha que estar bem alimentado, e para isso ele tinha que ceifar uma vida, assim como acontecera da última vez, com aquela menina que morreu nos braços de Noah, causando choro em seu parceiro. Como podia um ser das sombras se compadecer daquela forma com um simples mortal, por mais que quisesse Dereck não conseguia entender, a lembrança de Noah chorando segurando aquela moça em seus braços era algo surreal, o coração que pulsava no peito de Noah o havia transformado tanto que ele nem mesmo parecia o seu Noah, mas no momento em que ele retornasse ao seio dos Lasombras tudo isso ficaria para trás, como um atalho na longa caminhada que os dois teriam pela eternidade. 

Para qualquer imortal seduzir a presa não era difícil, para um Lasombra muito menos, já que exalava uma beleza singular, ainda mais os humanos que são tão facilmente seduzidos pela aparência, tornando a sua alimentação menos atrativa, Dereck sempre foi dado a desafios, por essa razão o desprezo por essa raça inferior era inevitável, os humanos eram tão frívolos em sua concepção que em nada lhe servia a não ser saciar a sua sede. Devido a isso sua ira em relação aos Ventrue se tornava ainda maior, eles haviam obrigado aos Lasombras  a transformar  Noah no que qualquer Lasombra mais abominava.  

A sede lhe aguçava de forma lacerante e Dereck sabia que era hora de alimentar-se, ficou na beira da estrada e não demorou para que uma moça ruiva passasse por ali, assim que o viu parado estrategicamente no caminho, ao vê-lo a jovem exibia-se  de forma despudorada, a ruiva mexia nos cabelos jogando-os de um lado a outro enquanto Dereck apenas a olhava,  como que atraída ela não hesitou em aproximar-se e ele exibiu em seus traços faciais um traço que poderia ser interpretado como um meio sorriso. 
A moça trajava um vestido tubinho preto que lhe caia bem em suas curvas delineadas, por cima ela usava uma jaqueta, Dereck não dizia uma palavra, ainda que a jovem mulher estivesse parada bem a sua frente.

_ Você é sempre silencioso assim?

Ele a media dos pés a cabeça parando o olhar na curvatura do pescoço onde a veia de sua artéria saltava ao olhar em sua jugular:

_ Nunca lhe disseram que era perigoso andar altas horas da noite sozinha?

Ela esboçou um largo sorriso.

_ Não é como se o bicho papão viesse me pegar.

_ Talvez devesse acreditar mais em bicho papão, em lobisomem, vampiros...

_ Ah vá... vai dizer que você acredita. 

_ Eu não preciso acreditar, eu sei que eles são reais. 

_ Mesmo. Então me diga você é o que, o bicho papão, a mula sem cabeça, não, acho que você é... 

_ Hora errada de brincar moça, vamos eu darei uma única chance de escape.

Nesse momento Dereck deixava que suas presas ficassem a mostra, sua testa vincada ao olhar arregalado da ruiva que paralisada não conseguia sair do lugar, embora ela não tivesse nenhuma chance Dereck ansiava que ela lutasse por sua vida, a caça era  mais animada e lhe aguçava a sede. 
Ele permanecia parado enquanto a moça corria desesperada gritando por socorro, mas tudo o que se ouvia era o barulho noturno que ecoava naquele horário. 
Enquanto corria assustada a moça caiu e acabou sangrando as mãos e os joelhos, o aroma adocicado foi exalado até a narina de Dereck e no mesmo instante estava no encalço dela a passar a unha em seu rosto fazendo um filete de sangue escorrer por ele.

_ Doce... você tem gosto de sangue doce.

_ Por favor não me machuque... 

Sem hesitação alguma, Dereck passava o dedo a limpar o sangue que escorria pelo rosto da moça que implorava pela sua vida, as batidas cardíacas de seu coração estava acelerada ela chorava enquanto pedia socorro, isso era um bálsamo para Dereck, ele que fazia questão de prolongar a angustia da moça traçando lentamente e estrategicamente cada ação, quando enfim curvou o pescoço da moça para o lado sem dó lhe cravou os caninos em sua jugular sugando toda a seiva que ela expelia, nos braços do imortal a jovem se debatia como se convulsionasse, até que foi perdendo o vigor de suas tentativas de se desvencilhar dos braços de Dereck, suas pernas amoleceram, seus olhos que até então estava esbugalhados foram perdendo o brilho e acabaram por se fechar. 

Dereck ainda se demorava um pouco mais a sugar-lhe o líquido que esguichava, deixando o corpo inerte ali jogado ao chão, erguia-se limpando a boca com o dorso da mão.

Alimentado e saciado ele seguia rumo a casa de Noah.


O Beijo mortal (romance gay vampiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora