O Beijo mortal (romance gay vampiro)

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Já não precisando de esconder na forma de gato, Dereck logo se apresentava diante de Noah na forma natural levando-o ao susto repentino.

_ Como entrou aqui, se a porta está fechada?

_ Nenhuma porta fica fechada para mim quando se tem o convite. 

_ Convite?

_É Noah, você me deu permissão para entrar.

_ Dei. Quando foi que eu fiz isso?

Imediatamente o olhar de Noah foi direcionado a Dereck o felino:

_ O gato?

_ Eu disse que era perspicaz.

_ Então você pode entrar em qualquer lugar, qualquer espaço.

_ Desde que tenha permissão sim, podemos entrar em qualquer lugar, isso serve para nós os Lasombra e também para um Ventrue, portanto tenha o máximo de cuidado em quem você convida para sua casa, os Ventrue são traiçoeiros, dissimulam uma ingenuidade como ninguém, desconfie de todos que tem a face muito angelical que exala uma extravagante beleza "cativante", esses são os piores.  Nós imortais temos a facilidade da sedução a nosso favor Noah, a máscara que usamos é deslumbrante, mas ao nos revelarmos mostramos de fato quem somos e não somos nada atraentes aos olhares humanos, visto que eles são tão apegados na estética. 

Como se ele recordasse de algo importante ele disse:

_ Ah! não se assuste ao amanhecer com os burburinho em torno de uma ruiva que foi atacada por um animal. Eu tive que me alimentar.

_ Você se alimentou de uma mulher, matou... uma mulher.

Arfando Dereck olhou para Noah:

_ Noah, Noah, Noah, vamos lá explicarei ainda uma vez... Não pense isso de forma errada, pense que precisei me alimentar, como humano você não apenas perdeu as suas habilidades como se tornou sensível demais, mas acredite nós já caçamos juntos um bom tempo, e voltaremos a caçar não duvide disso, mas tudo o que eu abomino é ter paciência, e estou me torturando com isso, mas quando chegar a hora não perderei um milésimo de segundo e o transformarei novamente então saberá o que é ter sede aguçada, aquela que faz arder a sua garganta quando sente o sangue quente correr pela veia de sua presa, acredito que com a sede opressora que terá, nem dará tempo de sua presa clamar pela própria vida, você cravará os caninos em sua jugular e sugará até a última seiva do néctar se deliciando com o líquido enquanto a sua caça se debaterá em desespero até perder as forças e sucumbir a fenecimento, não tem algo que se compare a esse momento. 

_ Você fala isso com um prazer que me assusta.

_ Mas é um prazer Noah, entenda, nós somos diferentes dos mortais, não temos obrigações para com eles, eles só nos servem para alimentar-nos. 

_ Mas isso é errado, o que essa moça fez para merecer algo assim?

_ Eu poderia fazer uma listagem de coisas ruins que a humanidade faz, mas não vou, ao invés disso direi o que nós somos, somos predadores e precisamos nos alimentar, existe alguns de nós que se alimentam de animais porém isso os torna fracos, e nós nesse momento em que uma guerra se inicia não devemos nem cogitar a possibilidade de estarmos fracos, e para ser sincero nem queremos, o sangue de um animal não se compara nem de longe ao sangue quente que corre na corrente sanguínea de uma pessoa. 

_ Eu não quero ser assim. 

_ Você é assim Noah, alias você me ensinou tudo isso, eu irei te abraçar para que retorne a ser o que é, mas foi você que me abraçou primeiro. Isso aconteceu a muitos séculos atrás, quando eu estava para morrer de uma gripe forte que atacou muitos humanos, naquela época os médicos não sabiam cuidar de uma simples gripe e eu convulsionando de febre acabei tento que procurar ajuda com curandeiros e foi assim que você chegou a mim, vendo-me não hesitou em morder-me, porém não me deixou morrer mas deu um pouco do seu próprio sangue, meu corpo foi sepultado, e durante duas noites eu estava ali enterrado até que algo estrondoso aconteceu, meu corpo voltou a reagir, agora sem minha alma que tinha ficado para trás, e desde então temos caminhado juntos. 

_ Você diz que sou isso, mas eu não me sinto capaz, não me sinto encorajado a machucar, a ferir pessoas inocentes. 

_ Humanos não são inocentes, ainda que nutram sentimentos maleáveis com alguns, com outros são perversos e traiçoeiros. A bondade que os humanos declaram ter, é limitada a um círculo pequeno de pessoas, e mediada pelos próprios interesses, enquanto você serve para saciar os seus interesses eles gostam, se não servem mais são deixados para trás, agora eu o pergunto Noah, onde há inocência nisso?

_ Nem todo mundo é assim Dereck, existe humanos com bons sentimentos...

_ Mostre-me um Noah e prometo que abro mão de me alimentar de humanos. Tirando as crianças que não podemos tocar por serem puras e não nos é dado a permissão de tocá-las me mostre um humano bom. 

_ Todo ser humano tem sentimentos bons e ruins dentro de si é normal.

_ Mas não é normal matar, roubar, estuprar, magoar, enganar, nós agimos com os nossos instintos Noah que é nos alimentar, os humanos agem por maldade e isso é a única coisa que os torna fascinantes eles agem nas sombras da escuridão e nós somos a própria sombra entende a diferença?

_ Não sei, você fala com tanta convicção que acabo sendo convencido, mas depois fico com dúvidas. 

_ Você é um Lasombra, um dos mais poderoso, não foi em vão que os Ventrue escolheram justo você para ter o seu poder, você é um líder nato, brevemente se tornará um ancião e isso fez com que os Ventrue temesse e agiram traiçoeiramente, agora como humano você é o oposto do que é, por isso esse sentimento frágil. Faltam dois meses apenas para o próximo black sabbah e então você recuperará sua posição, suas memórias vampíricas, sua forma, sua força, tenebrosidade e toda a sua agilidade e nesse momento você verá o quanto desprezará  essa raça inferior chamada humanidade.

Noah ficou em silêncio apenas refletindo nas palavras de Dereck, tinha que admitir que algumas de suas palavras faziam sentido e os humanos eram mesmo baseados nos próprios interesses, mas aí dizer que eles deveriam ser usados como alimentação era outra história, será que realmente ele desprezaria a humanidade quando Dereck o abraçasse?

Aquilo era tão louco que ele estava em dúvida se realmente aquilo era real ou fantasia de sua mente. Sim ele sabia que era real...